A consciência de culpa atinge o mundo íntimo da criatura,
na qualidade de um autêntico flagelo.
A partir do momento em que se instala, desequilibra as
emoções e pode levar à loucura.
A consciência pesada evidencia uma certa imaturidade
psicológica, pois denota que a pessoa agiu em descompasso
com seus valores ou ideais, ou o fez sem refletir, em um
rompante.
O indivíduo por vezes se permite comportamentos incorretos,
que lhe agradam às sensações, para posteriormente se auto-
punir, entregando-se a arrependimento estéril.
A ciência dos erros passados pune com rudeza o infrator,
perante si próprio, mas não o corrige para o futuro.
O cumprimento de uma penitência, embora constitua evento
doloroso, nada repara e por isso não traz a plenitude
psicológica curativa promovida pelas ações positivas.
O que foi feito não mais pode ser impedido ou evitado.
Disparada uma flecha, ela segue seu rumo.
Se uma ação foi ruim, o importante é reparar os danos
que causou.
Todo homem que se considera fraco, não desenvolvendo
esforços para fortalecer-se, torna-se de fato débil de
forças.
É um sinal de covardia e infantilidade justificar um
erro com auto-flagelação, sem sanar as conseqüências,
tornando a ele na primeira oportunidade, sob a alegação
de fraqueza.
É nobre assumir o próprio equívoco, meditar serenamente
sobre ele, arcar de forma corajosa com seus efeitos e
repará-los do modo mais perfeito possível.
O difícil processo de reverter os resultados de um ato
indigno tende a ser eficiente antídoto para novas
experiências.
Tome-se o exemplo de uma mulher que voluntariamente
faz um aborto.
Sua consciência pesa e ela pode desenvolver neuroses
variadas, mantendo a mente focada no agir equivocado, a
essa altura irremediável.
Mas essa mulher também pode, de modo muito mais proveitoso,
dedicar as horas de seu tempo dispensando amor e cuidados
a crianças órfãs.
Ela teve a desdita de rejeitar o filho que Deus, em sua
infinita sabedoria, lhe confiou, mas nada a impede de adotar,
por filhos do coração, os pequenos desamparados do mundo.
O tempo aplicado nessa tarefa é infinitamente mais útil do
que se for perdido em lamentações.
Além de desempenhar, de certa forma, a missão materna que
lhe estava destinada, o contato com a infância desvalida
pode sensibilizá-la para as inefáveis bênçãos da maternidade.
Tudo isso tem o condão de funcionar como medida preventiva
de novos desatinos.
Por outro lado, o remorso inativo e estéril, ao desequilibrar
a personalidade abre as portas para os mais diversos
equívocos, dos quais nada de bom resulta.
A partir do momento em que se elege como meta uma vida d
paz, com a consciência tranqüila, há um preço a ser pago: a
perseverança no dever.
Dignidade, harmonia, equilíbrio entre consciência e
conduta não ocorrem ao acaso e nem se podem improvisar.
Tais virtudes devem ser conquistadas no dia-a-dia, mediante
seu perseverante exercício.
Mas, em face de dificuldades para agir corretamente, por
uma atitude viciosa encontrar-se muito arraigada, há sempre
um derradeiro recurso: a oração.
Deus dispõe de infinito manancial de paz, sempre à
disposição de suas criaturas, desde que estas o busquem com
sinceridade e fervor.
O homem manifestando a firme intenção de resistir ao mal, a
divindade por certo o fortalecerá no bem, pois foi o próprio
Cristo quem afirmou: "pedi e obtereis".
[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Momentos de Saúde]
[Editora LEAL]
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