sábado, 13 de novembro de 2010

Quando falar...

Daltro Rigueira Vianna



As palavras bondosas são como o mel, doces para o paladar e boas para a saúde, diz Salomão, em seus versos bíblicos.

Com os espíritos superiores aprendemos que a palavra educada é o alvorecer do coração. Conversar é mostrar por fora o que existe por dentro. Enfim, a nossa boca é a nossa ferramenta e nossa grandiosa oficina onde o artista é o espírito.

Desta forma, a nossa palavra pode socorrer, estimulando os caídos a se levantar, aqueles que dormem a despertar, os errados a se corrigir e os agressivos a se acalmar.



As nossas palavras são sons revestidos dos nossos sentimentos. Por isso, quando falarmos a respeito do amor, falemos de modo a que nós mesmos possamos absorver cada frase que brote do coração.

Quando falarmos a respeito da dor, deixemos abertas as janelas da alma para compreender que amor e dor são tão parecidos que até os confundimos, ao vê-los bem de pertinho.



A criança chora de fome e o amor lhe estende pão. O doente geme e o amor lhe estende o remédio e segura-lhe a mão.

Quando falarmos sobre a paz, falemos mesmo que haja rumor de guerra, para sermos ouvidos na mais alta voz.

Falemos da paz a quem faz a guerra tanto quanto para os que conosco vibram pela paz. E apliquemos os métodos da paz em nossas vidas porque nossas atitudes darão maior credibilidade ao nosso verbo.

Quando falarmos a respeito da fome, busquemos saciar a fome de alguém, tanto quanto aprendamos a abençoar a mesa farta do nosso café da manhã, do almoço e do jantar.



Diante de pratos que não apreciamos recordemos os que morrem de fome, todos os dias, e, em vez de esbravejar por não ter nada para comer, levantemo-nos da mesa, abramos a geladeira, e escolhamos algo que nos agrade para a alimentação.

Quando falarmos sobre amizade, estendamos as mãos e alcancemos os amigos, a fim de provar a nós mesmos aquilo que gostamos de dizer aos outros.

Quando falarmos a respeito da felicidade, acreditemos nela e a cultivemos, enumerando os tantos itens que constituem a nossa felicidade. Vamos, com certeza, descobrir que temos maiores motivos para ser felizes do que infelizes.

Quando falarmos a respeito da fé, demonstremos que a nossa própria vida é regida pela fé, não nos deixando levar pelo desespero, nem a pela rebeldia.

Quando, enfim, falarmos de Deus para as criaturas, falemos do Deus-amor que não faz distinção dos seres porque é o criador de todos.

Falemos a respeito do Deus-pai que abençoa todos os seus filhos, em todas as nações, em todo o universo, por ser o excelso pai que aguarda a todos no seu reino, não importando o século, a dimensão e o caminho longo, sinuoso ou curto que tenha percorrido para chegar até ele.



Mesmo que não saibas, és exemplo para alguém.

Sempre existem pessoas observando os teus atos e tomando-os como exemplo, inclusive os atos menos dignos.

Desse modo, és responsável não só pelo que realizas, como também pelo que as tuas idéias e atitudes inspirem a outros indivíduos.

Cuida do que falas e realizas, para que os teus observadores se edifiquem e ajam corretamente.



Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no texto palavras e palavras de Daltro Rigueira Vianna, inserido na Revista o Espírita; no texto quando falar de amor..., sem menção a autor e na obra vida feliz, cap. CXX, de autoria de Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco.

O QUE É MISTIFICAÇÃO E COMO EVITAR

Uma das preocupações que tenho com a doutrina é justamente a mistificação que se faz em cima dela, em alguns centros e por alguns trabalhadores. Sempre quis entender o motivo de existirem tais mistificações, e o que podemos fazer para evitá-las.

Encontrei hoje, uma artigo que fala justamente sobre isso. Gostaria de compartilhá-los com vocês, pois penso ser bastante importante. Eis-lo:

Nada, absolutamente nada, ocorre por acaso. Quem se dedica à mediunidade deve, pois, manter-se vigilante e não ignorar jamais a advertência de Erasto contida no cap. XX, item 230, d´O Livro dos Médiuns: “Melhor será repelir dez verdades do que admitir uma única mentira, uma só teoria falsa”. “As falsas comunicações, que de tempos a tempos ele recebe – afirma Divaldo P. Franco –, são avisos para que não se considere infalível e não se ensoberbeça.” (Moldando o Terceiro Milênio, de Fernando Worm, cap. 7, pág. 62.)"



"A prática espírita, como todos sabemos, não está livre da mistificação, porquanto aprendemos, com o estudo da escala espírita, que existem Espíritos levianos, ignorantes, maliciosos, irrefletidos e zombeteiros, que se metem em tudo e a tudo respondem sem se importarem com a verdade. "Gostam de causar pequenos desgostos e ligeiras alegrias, de intrigar, de induzir maldosamente em erro, por meio de mistificações e de espertezas." (O Livro dos Espíritos, questão no 103.)

Esses Espíritos podem estar desencarnados ou encarnados, o que quer dizer que a mistificação pode ser proveniente do médium, o que não é, porém, muito comum no meio espírita sério.

Allan Kardec assevera que a mistificação é fácil de evitar. Basta, para isso – ensina o Codificador –, não exigir do Espiritismo senão o que ele pode e deve dar, que é a melhoria moral da Humanidade. "Se vocês não se afastarem daí, não serão jamais enganados", advertiu o Espírito de Verdade, que no mesmo passo esclareceu: "Os Espíritos vêm instruí-los e guiá-los no caminho do bem e não no caminho das honras e da fortuna, ou para servirem suas mesquinhas paixões. Se não lhes pedissem jamais nada de fútil ou fora de suas atribuições, não dariam oportunidade alguma aos Espíritos enganadores; donde vocês devem concluir que quem é mistificado tem apenas o que merece." (O Livro dos Médiuns, cap. XXVII, item 303, 1a pergunta.)

Na mesma obra e no mesmo item, o Espírito de Verdade afirma que "Deus permite as mistificações para provar a perseverança dos verdadeiros adeptos e punir os que fazem do Espiritismo um objeto de divertimento". (L.M., cap. XXVII, item 303, 2a pergunta.)





– Além das advertências e recomendações já referidas, Allan Kardec nos fornece seguras orientações a respeito do tema no cap. XXIV, item 268, d' O Livro dos Médiuns, do qual extraímos os apontamentos seguintes:

a) entre os Espíritos, poucos há que têm um nome conhecido na Terra; por isso é que, na maioria das vezes, eles nenhum nome declinam;

b) como os homens, quase sempre, querem saber o nome do comunicante, para os satisfazer o Espírito elevado pode tomar o de alguém que é reverenciado na Terra. Não quer isso dizer que se trata, nesse caso, de uma mistificação ou uma fraude. Seria sim, se o fizesse para nos enganar, mas, quando é para o bem, Deus permite que assim procedam os Espíritos da mesma categoria, porque há entre eles solidariedade e analogia de pensamentos. Ocorre ainda que muitas vezes o Espírito evocado não pode vir, e ele envia então um mandatário, que o representará na reunião;

c) quando Espíritos de baixo padrão moral adotam nomes respeitáveis para nos induzirem ao erro, não é com a permissão dos Espíritos indevidamente nomeados que eles procedem. Os enganadores serão punidos por essa falta. Fique certo, todavia, que, se não fôssemos imperfeitos, não teríamos em torno de nós senão bons Espíritos. Se somos enganados, só de nós mesmos nos devemos queixar;

d) existem pessoas pelas quais os Espíritos superiores se interessam e, quando eles julgam conveniente, as preservam dos ataques da mentira. Contra essas pessoas os enganadores nada podem. Os bons Espíritos se interessam pelos que usam criteriosamente da faculdade de discernir e trabalham seriamente por melhorar-se. Dão a esses suas preferências e os secundam;

e) os Espíritos superiores nenhum outro sinal têm, para se fazerem reconhecer, além da superioridade das suas idéias e da sua linguagem. Os sinais materiais podem ser facilmente imitados. Já os Espíritos inferiores se traem de tantos modos, que seria preciso ser cego para deixar-se iludir. Os Espíritos só enganam os que se deixam enganar;

f) há pessoas que se deixam seduzir por uma linguagem enfática, que apreciam mais as palavras do que as idéias e que, muitas vezes, tomam idéias falsas e vulgares como sublimes. Como podem essas pessoas, que não estão aptas a julgar as obras dos homens, julgar as dos Espíritos?;

g) quando as pessoas são bastante modestas para reconhecerem a sua incapacidade, não se fiam apenas em si; quando, por orgulho, se julgam mais capazes do que o são, trazem consigo a pena da vaidade tola que alimentam. Os mistificadores sabem perfeitamente a quem se dirigem. Há pessoas simples e pouco instruídas mais difíceis de enganar do que outras, que têm finura e saber. Lisonjeando-lhes as paixões, fazem eles do homem o que querem."







Paz e Luz,





EGO ESPIRITUALISTA



Só o ego reconhece o ego.

Só o ego critica o ego.

Só o ego julga o ego.

Só o ego se incomoda com o ego.

O ego se constrange, se sente mal,

Condena como se estivesse sempre certo.



O ego olha somente para fora.

O ego não tem o espelho da autocrítica.



É curioso o ego espiritualista...

É o ego que critica a espiritualidade do irmão,

É o ego que ouve, que lê, que racionaliza e não sente.



O leigo é mais franco diante das argumentações espiritualistas, ele

simplesmente diz que não acredita em voz alta e na frente de todos.

O espiritualista ouve, lê, fica em silêncio e critica pelas costas em sua

"roda" mais íntima.

...Nada mais do que ego.



Talvez os bons espíritos e a respectiva espiritualidade prefiram os egos

mais simples e puros, mais ingênuos de coração.

Há verdadeiros heroísmos silenciosos.

São tantas experiências!

Ainda falta muito para caminhar.

Ainda estamos "engatinhando", mas criticamos o "nenê" do lado.

Um pouco mais, um pouco menos, somos todos "farinha do mesmo saco", mas

existem "farinhas" que se acham "mais brancas".



Um ego se projeta mais, o outro escreve mais, outro "ouve" mais e ainda

outro "enxerga" mais.

São vidas, atrás de vidas, cada consciência "um livro", um winchester

consciencial" de vivências pessoais diferentes.

Jamais saberemos uns dos outros, jamais entenderemos o que sente, pensa ou

que vivenciou cada consciência, mas ainda assim nosso ego espiritualista

critica os demais.



Se temos ego? Sim, temos!

Então que tenhamos a vaidade de servir e ser assitenciais,

Tenhamos o orgulho de receber os bons espíritos e auxiliar na produção de

suas obras,

Tenhamos o ego de dizer: sim, eu fiz, eu ajudei, eu realizei, eu construí,

de alguma forma eu amei.

Tudo é ego!

Ego por ego, ego por não ego,

Que a dissolução do mesmo comece por aí.

É muito mais sadio, salutar e positivo enquanto ainda não dá para superá-lo

totalmente e de uma vez.

Olhai para fora, mais olhai muito mais para dentro de si, esquecer o ego dos

outros para produzir.







Paz e Luz a todos.

QUEM ATIRA A PRIMEIRA PEDRA?

Marcial Salaverry






Existem muitas pessoas que se dizem incapazes de perdoar erros alheios.

São pessoas que se julgam perfeitas, e portanto, não cometem erros... segundo seu julgamento pessoal, é claro. Geralmente são as que mais cometem erros. O primeiro deles, é um erro de julgamento, logo condenando outrem por uma primeira impressão, por algo que possivelmente não entendeu corretamente. E isso é um erro crasso, sem dúvida alguma.

Não é porque alguém pensa de maneira diferente do que a nossa, seu pensar é errado. Tão somente trata-se de alguém que tem outro ponto de vista. Há que se parar para pensar antes de fazer críticas ofensivas. Se queremos ter nossos pontos de vista respeitados, temos que respeitar os alheios, por mais discordantes que sejam.

É necessário sempre ter presente que não existe a verdade absoluta, eterna. Uma nova maneira de pensar pode mudar regras antes tidas como imutáveis. Isso existe e sempre existiu, e continuará existindo. Tudo é passível de mudanças. Vamos reavaliar nossas idéias, atualizando-as. Não fiquemos presos a certos grilhões a que nos levam certos pensamentos retrógrados.

Se não quisermos aceitar outra maneira de pensar, vamos pelo menos respeitar quem pensa de maneira diferente. Poderemos eventualmente dialogar, manifestando nossa discordância, e nunca criticar acerbamente só porque não concordamos com algum pensamento alheio, mesmo que esteja errado. Pode ser que o erro seja nosso...

Não podemos nos esquecer de que todos nós somos passíveis de erros. A perfeição não existe. Claro que é muito fácil apontar erros alheios. O difícil é aceitar e reconhecer os próprios.

Por que será tão difícil aceitar nossa falibilidade? Por que será tão fácil apontar falhas de outrem?

Não se esqueçam de que, ao apontar com o dedo indicador para alguém, existem três outros dedos apontando para seu peito...

Um pensamento de L’Inconnu que vem a calhar.

"Aquele que não pode perdoar, destrói a ponte sobre a qual ele mesmo deve passar."

Claro que a incapacidade de perdoar acaba nos deixando como que insensíveis... nos deixando mais duros... e tirando igualmente, a capacidade de reconhecer os próprios erros. Acabaremos criando uma capa de infalibilidade que na verdade inexiste para os seres humanos.

Paralelamente, essa dureza excessiva também criará nas outras pessoas uma expectativa de nos dar o troco quando falharmos. Da mesma maneira que não fomos capazes de relevar eventuais "mancadas" alheias, ninguém nos desculpará por uma "rata" nossa, por menor que ela seja.

Claro existem falhas, erros, "mancadas" que exigem uma punição. E uma punição rigorosa. Porém essa punição deverá ser aplicada por quem de direito. Nunca por quem não tiver autoridade para tanto.

Aliás, é justamente por isso que para se definir uma culpabilidade, existe um júri, composto por diversas pessoas que se devem por de acordo. E mesmo assim ocorrem falhas... Que dizer então, de um julgamento feito precipitadamente no aceso de uma discussão, ou analisando algo que nos prejudicou?

Para tanto, sempre deveremos ter em mente que nosso julgamento, bem como nossos atos, é sujeito a falhas. E, da mesma maneira que estamos julgando os erros de alguém... teremos nossos erros julgados amanhã... E certamente não gostaremos de ser analisados com a mesma dureza que fazemos nossa análise, nosso julgamento.

Existe uma outra frase famosa, também do meu amigo L'Inconnu: Errar é humano... Perdoar é divino. Claro que, conforme o que tenha acontecido, não é muito fácil perdoar-se alguém... Mas sempre deveremos nos perguntar se agiríamos de maneira diferente, em se trocando as posições. Sempre deveremos nos colocar do outro lado, para sentir como gostaríamos de ser tratados. E assim agir...