quarta-feira, 24 de novembro de 2010

LEMÚRIA OU TERRA DE MU

Surgiu nas terras lemurianas, o HOMEM, sendo, portanto, Mú, o verdadeiro ventre cósmico onde se realizou a gestação desse pequeno deus, que é o ser humano. Hoje, não mais se ignora que os seres humanos, com sua forma crucífera que reflete a evolução através do sofrimento, resultam de estudos, observações e experimentos de longa duração, realizados por entidades espirituais, colaboradoras diretas na formação e no funcionamento regular e metódico da criação Divina.
Mú tornou-se um paraíso tropical e os lemurianos acreditavam que o sol era sua energia suprema. Acreditavam, também, que o sol de cada homem era localizado no seu “terceiro olho”, o olho invisível que estava sintonizado em suas visões interiores. Eram livres de doenças, viviam até mais de cem anos, desenvolveram suas habilidades extra-sensoriais, através de 40.000 anos de prática e experimentação. Com tantos séculos de evolução, os lemurianos eram mestres em telepatia, viagem extra-corpórea, telecinesia e teletransporte.


Era uma sociedade matriarcal, vegetariana, voltada para a agricultura, vida ao ar livre, que trabalhava em harmonia com a natureza, usando pouca ou nenhuma tecnologia. Usavam as ondas de alta-frequência, energia solar e a energia dos cristais de quartzo no seu dia-a-dia e rituais.
Durante milhares de anos, esse continente cumpriu sua nobre tarefa, completando o ciclo evolutivo do corpo etérico do homem, sede de sua emoção e sensibilidade, tornando-se necessário promover o desenvolvimento da mente e do intelecto, já potencial e embrionariamente existentes.
corpo etérico – corpo astral ou perispírito, composto de matéria sutil e inorgânica, que escapa à vista física, sede da “alma” e que reúne energias e poderes psíquicos.
Tudo vive, tudo é animado. E dentro da humilde planta, como dentro do animal superior, uma alma prisioneira realiza sua dura viagem e a todo mundo lhe compete amar.”
Yolanda Campbell
Eles possuíam corpos físicos, entretanto, com o desenvolvimento das percepções extra-sensoriais, preferiram permanecer quase que o tempo todo em estado latente, meditativo, fora do corpo, sem nunca terem, com isso, completado sua tarefa primordial que era a de desenvolver totalmente o corpo orgânico. Eles falharam na tarefa de se tornarem humanos, aprendendo com seus erros e vivendo no mundo físico.
Os sábios e profetas de Mú, começaram a se conscientizar de que alguma coisa estava para acontecer. A Terra ia passar por um momento dramático, um cataclisma, uma inundação. Era muito importante que o conhecimento dos lemurianos fosse preservado. Então, por 2.000 anos, eles se prepararam para o tal acontecimento. Eles passaram seus conhecimentos para todos os que podiam recebê-los, de forma que dificilmente fossem esquecidos.
Eles também começaram a desenhar mapas detalhados de todos os túneis subterrâneos que existiam no planeta, e planejaram descer a esses túneis quando fosse a hora certa, o que aconteceu aproximadamente um ano antes da Grande Inundação. Estima-se que 64 milhões de almas tenham perecido quanto o continente afundou. As ilhas do Pacífico são os vestígios dessa terra perdida.
Seu povo sobrevivente, entre os que mais tinham conhecimento de seus corpos físicos, quando as águas baixaram, voltaram à superfície e encontraram suas terras divididas em várias partes. Voltaram a se organizar e a colonizar os novos continentes, formando a única raça realmente terrestre, a Raça Vermelha, os atuais os índios norte-americanos, seres fortes, de estatura elevada, testa recuada e imberbes, passando seus registros sagrados por tradição oral, até os dias de hoje.
 

A RAÇA LEMURIANA


Encontramo-nos agora em condições de compreender as informações seguintes, referentes às entidades humanas que viveram na última parte da Época Lemúrica.
A atmosfera da Lemúria era ainda muito densa, parecida à névoa ígnea do Período Lunar, porém mais densa. A crosta terrestre começava a adquirir dureza e solidez em algumas partes, mas noutras estava ainda em fusão. Entre essas ilhas de crosta dura havia um mar de água em ebulição, erupções ardentes lutavam contra a formação da crosta que progredia e, rodeando, os aprisionava.
O homem vivia sobre as partes mais duras e relativamente resfriadas, entre bosques gigantescos e animais de enorme tamanho. As formas dos animais e dos homens eram muito plásticas. Já se formava o esqueleto mas havia no homem um grande poder de modelar a carne do seu corpo e dos animais. Ao nascer podia ouvir e tinha sensibilidade tátil, mas a percepção da luz só veio mais tarde. Atualmente, há casos análogos em animais; os filhotes de cães e gatos recebem o sentido da visão algum tempo depois de nascer. Os lemurianos não tinham olhos. Eram dois pontos, duas manchas pequenas, sensíveis à luz solar que difusa e vagamente atravessava a atmosfera de fogo da antiga Lemúria. Desde então, a construção dos olhos progrediu mas, até o final da Época Atlante, não havia o sentido da vista, como hoje o conhecemos.
Enquanto o Sol era interno e a Terra era parte do grande globo luminoso, então o homem não precisava de nenhuma iluminação externa, ele era luminoso. Quando a Terra obscura foi separada do Sol, tornou-se necessário poder perceber a luz e o homem a percebia quando os raios incidiam sobre ele.
A Natureza construiu os olhos para receberam a luz, em resposta à função já existente, segundo princípio invariável, demonstrado habilmente pelo professor Huxley. A ameba não tem estômago e entretanto, digere. É toda estômago. A necessidade de digerir o alimento formou o estômago no transcurso do tempo, porém, a digestão existiu antes da formação do canal digestivo. De análoga maneira, a percepção da luz produziu os olhos. A luz criou e mantém o olho. Onde não há luz alguma não podem existir olhos. Em experiências com alguns animais que, metidos em cavernas, foram privados de toda luz, os olhos degeneraram a até se atrofiaram por não haver luz alguma para sustentá-los, se bem que os olhos sejam desnecessários em cavernas escuras. Os lemurianos necessitavam de olhos, tinham percepção da luz, e a luz começou a construir os olhos, como resposta àquela exigência.
A linguagem era de sons análogos aos da Natureza. O murmúrio do vento nos bosques imensos, que cresciam luxuriantes naquele clima supertropical, o ulular da tempestade, o ruído das cataratas, o rugido dos vulcões, todos esses sons eram para o homem de então, como vozes dos Deuses, de quem sabia ter descendido.
Do nascimento do seu corpo nada sabia. Não podia vê-lo, nem ver outras coisas, mas percebia os seus semelhantes. Era uma percepção interna, um tanto semelhante a quando em sonhos percebemos pessoas ou coisas, todavia, com uma diferença importantíssima: estas percepções internas eram claras e racionais.
Nada conhecia, portanto, sobre o corpo e nem sequer sabia que tinha um corpo, do mesmo modo que não sentimos que temos estômago quando em boa saúde. Só nos lembramos da sua existência quando os abusos provocam dores. Em condições normais, não nos lembramos do estômago e somos completamente inconscientes dos seus processos. O mesmo se dava com os lemurianos: os corpo prestavam-lhes excelentes serviços, embora inconscientes da sua existência. Foi a dor o meio de fazer-lhes sentir o corpo e o mundo externo.
Tudo quanto se relacionava com a propagação da raça e com o nascimento era executado sob a direção dos Anjos, por sua vez guiados por Jeová, o Regente da Lua. A função procriadora era exercitada em determinadas épocas do ano, quando as linhas de força de planetas para planeta formavam ângulo apropriado. Como a força criadora não encontrava obstáculo algum, o parto realizava-se sem dor. O homem era inconsciente do nascimento, porque sua inconsciência do Mundo Físico era análoga à nossa, agora, durante o sono. Só mediante o íntimo contato das relações sexuais o espírito sentiu a carne, e o homem "conheceu" sua esposa. A isto se referem várias passagens da Bíblia, por exemplo: "Adão conheceu Eva e ela concebeu Seth"; "Elkanah conheceu Hanah e ela concebeu Samuel"; e a pergunta de Maria: "Como poderia conceber se não conheço homem algum"? Está aqui, também, a chave para o significado da "Árvore do Conhecimento", o fruto, que abriu os olhos de Adão e Eva, a fim de poderem conhecer o Bem e o Mal. Anteriormente, conheciam somente o bem, mas, quando começaram a exercer a função criadora independentemente, sem o conhecimento das influências estelares, como tem sido característica dos seus descendentes, conheceram o sofrimento e o mal. A suposta maldição de Jeová não foi maldição, de maneira alguma. Foi uma clara indicação do efeito que inevitavelmente produziria a força criadora quando empregada na geração de um novo ser, sem tomar em conta as determinantes estelares.
O emprego ignorante da força geradora origina a dor, a enfermidade e a tristeza.
O lemuriano não conhecia a morte porque, no transcurso de largas idades, quando se inutilizava o corpo, entrava noutro, completamente inconsciente da mudança.. Como a consciência não estava enfocada no mundo físico, abandonar seu corpo para tomar outro corpo era para ele como a queda de uma folha seca de árvore, logo substituída por novo broto.
A linguagem era algo santo, não, como a nossa, uma linguagem morta, um simples arranjo de sons. Cada som emitido pelos lemurianos tinha poder sobre os semelhantes, sobre os animais e sobre a Natureza circundante. O poder da linguagem foi empregado com grande reverência, como algo extremamente santo; sob a direção dos Senhores de Vênus, os mensageiros de Deus, emissários das Hierarquias Criadoras.
A educação dos meninos diferia muito da educação das meninas. Os métodos educativos dos lemurianos seriam chocantes para nossa mais refinada sensibilidade. Para não ferir os sentimentos do leitor, falaremos unicamente do menos cruel de todos eles. Cumpre recordar que não estando os corpos dos lemurianos, tão altamente sensibilizados como os corpos humanos dos nossos dias, só mediante práticas duríssimas, por extremamente desumanas que pareçam, se podia compelir sua consciência extremamente obscura e pesada.
A educação dos meninos era especialmente encaminhada ao desenvolvimento da Vontade. Faziam-nos lutar uns contra os outros, em lutas extremamente brutais. Eram empalados em espetos, mas deixados de maneira que pudessem desempalar-se à vontade. Para exercitarem o poder da vontade, deveriam permanecer assim apesar da dor. No mesmo sentido, aprendiam a manter seus músculos em tensão e a transportar imensas cargas.
A educação das meninas encaminhava-se ao desenvolvimento da faculdade imaginativa. Eram também sujeitas a práticas desumanas e severas: deixadas em bosques imensos para que o som do vento nas folhagens lhes falasse, abandonadas em meio à fúria das tempestades e de inundações. Dessa forma aprendiam a não temer os paroxismos da Natureza e a perceber unicamente a grandeza dos elementos em luta. A frequência das erupções vulcânicas era também de grande valor como meio educativo, especialmente para despertar a memória.
No transcurso do tempo, a consciência foi se despertando, e essas práticas cruéis abandonadas por desnecessárias, porém, naqueles tempos, foram indispensáveis para despertar as adormecidas forças do espírito à consciência do mundo externo.
Tais métodos educativos, que estavam completamente fora de sentido em nossos dias, não chocavam os lemurianos, desprovidos de memória. Não importava quão dolorosas ou aterrorizantes fossem as experiências suportadas. Uma vez passadas, eram esquecidas imediatamente. As terríveis experiências citadas, imprimindo no cérebro impactos violentos e constantemente repetidos, tinham por objetivo despertar a memória, a necessária memória que emprega as experiências do passado como guia da ação.
A educação das meninas desenvolvia a memória germinal, ainda débil. A primeira idéia de Bem e do Mal foi formulada por elas. As experiências agiram fortemente sobre sua imaginação: as que produziam o resultado esperado eram consideradas "boas", enquanto as que apresentavam desfecho inesperado eram consideradas "más".
Assim, a mulher foi a precursora da cultura e a primeira a desenvolver a idéia de uma "boa vida". Por isso, a mulher tornou-se um expoente mui estimado entre os antigos e, a tal respeito tem nobremente estado na vanguarda desde aquela época. Certamente, encarnando os Egos alternadamente como homens e como mulheres, não há realmente superioridade alguma. Simplesmente os que encarnam em corpos densos do sexo feminino tem corpos vitais positivos e, portanto, são mais sensíveis aos impactos espirituais do que os varões, que têm corpos vitais negativos.
O lemuriano era um mago de nascimento, reconhecia-se como um descendente dos Deuses, um ser espiritual. Sua linha de desenvolvimento, portanto, não era orientada para obtenção de conhecimentos espirituais, mas sim materiais. Para os mais avançados não era preciso revelar aos homens essa elevada origem, nem educá-los para a realização de coisas mágicas, ou instruí-los, nos Templos de Iniciação, para funcionarem no Mundo do Desejo ou nos reinos superiores. Tais instruções são necessárias ao homem atual porque não tem conhecimento do mundo espiritual, nem pode funcionar nos reinos suprafísicos. O lemuriano, possuía esse conhecimento e podia exercer essas faculdades. Contudo ignorava as Leis do Cosmos e os fatos relacionados com o Mundo Físico, coisas e conhecimentos hoje comuns a todos. Nas Escolas Iniciáticas ensinavam-se a arte, as leis da Natureza e os fatos relacionados com o universo físico, fortalecia-se a vontade, despertava-se a imaginação e a memória, de maneira a correlacionar as experiências, e inventar meios de ação, quando as experiências do passado não indicavam o procedimento apropriado. Os Templos de Iniciação dos tempos lemúricos eram, por conseguinte, escolas superiores de desenvolvimento do poder da vontade e da imaginação, com graduados cursos posteriores sobre Arte e Ciência.
Embora o lemuriano fosse uma mago nato, nunca empregou mal seus poderes, porque sentia-se relacionado com os Deuses. Sob a direção dos mensageiros de Deus, dos quais já falamos, suas forças foram dirigidas à construção de formas nos reinos vegetal e animal. Para o materialista, pode ser mui difícil compreender como poderiam efetuar essa obra sem verem o mundo ambiente. É certo, não podiam ver, tal como compreendemos essa palavra ou como vemos atualmente os objetos exteriores com nossos olhos físicos. Não obstante, assim como as crianças, nos dias de hoje, são clarividentes enquanto permanecem em inocência imaculada, sem pecado, assim também os lemurianos, que eram puros e inocentes, possuíam uma percepção interna que lhes proporcionava uma vaga idéia da forma externa de qualquer objeto, muito iluminada internamente, como qualidade anímica, por uma percepção espiritual nascida da pureza e da inocência.
Entretanto, Inocência não é sinônimo de Virtude. A inocência é filha da Ignorância e esta não pode conservar-se num universo que tem como propósito evolutivo a aquisição da Sabedoria. Para chegar a esse fim, é essencial conhecer o bem e o mal, o certo e o errado e também ter a liberdade de agir. Se o homem, possuindo o conhecimento e a liberdade de agir, defende o Bem e o Justo, cultiva a Virtude e a Sabedoria. Se cai na tentação e, em conhecimento, faz o mal, desenvolve o vício.
O plano de Deus não pode ser reduzido a nada. Sendo cada ato uma semente para a lei de consequência, colhemos o que semeamos, e a erva das más ações traz em si tristeza e sofrimento. Quando as sementes caírem no coração castigado e forem umedecidas pelas lágrimas do arrependimento, a Virtude florescerá definitivamente. Se no Reino do nosso Pai só o Bem pode perdurar, não é uma verdadeira bênção a certeza de que apesar do mal que façamos, o Bem triunfará por fim?
A "Queda" e a consequente dor e sofrimento são um estado temporário, durante o qual vemos as coisas como através de um vidro embaciado. Depois, encontrar-nos-emos frente a frente com Deus, a quem os puros de coração percebem dentro e fora de si.
A QUEDA DO HOMEM
Cabalisticamente descrita, é a experiência de um casal que, certamente, representa a humanidade. A chave encontra-se nos versículos da Bíblia em que o Mensageiro dos Deuses, anunciando à mulher "conceberá teus filhos com dor". A solução está também implícita na sentença de morte que foi pronunciada concomitantemente.
Antes da Queda, a consciência não estava enfocada no Mundo Físico, o homem estava inconsciente da propagação, do nascimento e da morte. Os Anjos, como se disse, trabalhavam no corpo vital (o meio de propagação), regulavam a função procriadora e juntavam os sexos em certas ocasiões do ano. Empregavam as forças solares e lunares, nos momentos e condições mais propícias para a fecundação. A união dos participantes ao princípio era inconsciente, porém, mais tarde, produziu-se um conhecimento físico momentâneo. A gestação decorria sem incômodo algum e o parto realizava-se sem dor. Estando os pais submersos em sono profundo, o nascimento e a morte não implicavam solução de continuidade da consciência, isto é, não existiam para os lemurianos.
A consciência era dirigida para dentro. Percebiam as coisas físicas de maneira espiritual, como quando as percebemos em sonhos, momentos em que tudo que vemos está dentro de nós.
Quando seus olhos foram abertos e a consciência foi dirigida para fora, para os fatos do Mundo Físico, alteraram-se as condições. A propagação foi dirigida não pelos Anjos, mas pelos homens. Ignoravam a operação das forças solares e lunares e abusaram da função sexual, empregando-a para gratificar os sentidos. Daí resultou a dor que passou a acompanhar o processo da gestação e nascimento. A consciência focalizou-se no Mundo Físico, se bem que as coisas não apareceram com nitidez até a última parte da Época Atlante. Só então começou a conhecer a Morte como solução de continuidade que se produzia na consciência, ao passar para os mundos superiores depois de morrer, e quando retrocedia ao Mundo Físico para renascer.
Recordemos como se processou a "abertura de seus olhos". Quando os sexos foram separados, o macho converteu-se em expressão da Vontade, uma parte da dual força anímica e a fêmea, por seu lado, expressou a Imaginação. Se a mulher não fosse imaginativa, não poderia construir o novo corpo na matriz, e se os espermatozóides não fossem a ativa concentração da vontade humana, não seria possível realizar a impregnação e começar a germinação, resultante da continuada segmentação do óvulo.
Essas forças gêmeas, Vontade e Imaginação, são necessárias à propagação dos corpos. Uma dessas duas forças exalta-se em cada sexo e é essa parte a utilizável para a propagação. Daí, a necessidade do ser que expressa uma só classe de força anímica, unissexual, unir-se a outro que expresse a força anímica complementar. Isto já foi explicado anteriormente. Além disso, a parte da força anímica não utilizada na propagação é utilizável no crescimento interno. Enquanto o homem empregava totalmente a dual força sexual na geração, não podia realizar nada no sentido do próprio crescimento anímico. Depois, a parte não empregada através dos órgãos sexuais foi apropriada pelo espírito para construir o cérebro e a laringe, meios de expressão.
O cérebro e a laringe foram construídos durante a última parte da Época Lemúrica e os primeiros dois terços da Época Atlante, até que o homem se converteu em um ser pensante, raciocinador, completamente consciente.
O cérebro é o elo entre o espírito e o mundo externo. Nada pode o homem saber acerca do mundo externo a não ser por intermédio do cérebro. Os órgãos dos sentidos são condutores que levam ao cérebro os impactos do exterior, e o cérebro é o instrumento que interpreta e coordena esses impactos. Os Anjos aprenderam a obter conhecimento sem necessidade de cérebro físico. Seu veículo inferior é o corpo vital. Pertencem a uma evolução diferente e nunca estiveram aprisionados em um corpo tão denso e pesado como o nosso. A Sabedoria foi-lhes concedida como uma dádiva, sem necessidade de laborioso pensamento através de um cérebro físico.
O homem, ao cair na geração, teve que trabalhar para obter o conhecimento. Por meio de uma parte da força sexual dirigida para dentro, o espírito construiu o cérebro, para ganhar o conhecimento do Mundo Físico. Essa mesma força continua a ser empregada para alimentar e construir o cérebro atual. A força é subvertida de seu próprio curso, considerando que deveria ser empregada para procriação. O homem a retém com propósitos egoístas. Os Anjos não experimentaram divisão alguma dos seus poderes anímicos e podem, portanto, exteriorizar sua dual força anímica sem reservar nada agoisticamente.
A força exterioriza com o propósito de criar outro ser é Amor. Os Anjos exteriorizam todo o seu amor, sem egoísmo nem desejo e, em troca, a Sabedoria Cósmica flui neles.
O homem exterioriza unicamente parte do seu amor; guarda o restante agoisticamente e emprega-o para construir seu órgãos internos de expressão, para melhorar a si mesmo; de sorte que o seu amor é egoísta e sensual. Com uma parte do poder anímico criador ama egoisticamente a outro ser porque deseja a cooperação na propagação, e com a outra parte pensa (também por razões egoístas), porque deseja conhecimento.
Os Anjos amam sem desejo, mas o homem teve de passar pelo egoísmo. Deve desejar e trabalhar para adquirir sabedoria egoisticamente, a fim de poder alcançá-la desinteressadamente em estágio mais elevado.
Os Anjos ajudaram-no a propagar-se ainda depois da subversão de parte da força anímica. Ajudaram-no também a construir o cérebro físico, mas não tinham conhecimento algum que pudesse ser transmitido por seu intermédio. Não sabendo como usar tal instrumento, não podiam falar diretamente a um ser com cérebro. Tudo o que eles podiam fazer era controlar a expressão física do amor do homem e guiá-lo, através das emoções, de um modo amoroso e inocente, para o salvarem da dor e do sofrimento decorrentes do exercício incorreto das funções sexuais.
Mas, se este regime tivesse permanecido, o homem continuaria sendo um autômato guiado por Deus, e nunca se teria convertido numa personalidade, num indivíduo.
A conversão em indivíduo deve-se a uma maléfica classe de entidades angélicas, chamada Espíritos Lucíferos.
OS ESPÍRITOS LUCÍFEROS
Estes espíritos eram uma classe de atrasados da onda de vida dos Anjos. No Período Lunar estavam muito além da grande massa que atualmente constitui a mais elevada humanidade. Não progrediram tanto como os Anjos, a humanidade adiantada do Período Lunar. Estando mais adiantados do que a humanidade atual, era-lhes impossível tomar um corpo denso como nós fizemos, mas, por outro lado, não poderiam obter conhecimento sem um órgão interno, um cérebro físico. Estavam, portanto numa situação estranha, por assim dizer a meio caminho entre o homem, que tem cérebro, e os Anjos que não necessitam dele. Em uma palavra, eram semideuses mas encontravam-se numa condição muito séria. O único caminho que puderam encontrar para se expressarem e adquirir conhecimento foi o cérebro físico do homem. Através dele podiam fazer-se compreender por ser um ser físico, dotado de cérebro, o que os Anjos não podiam fazer.
Como dissemos, o homem, na última parte da Época Lemúrica, não podia ver o Mundo Físico tal como nós o vemos atualmente, estava inconsciente do mundo exterior. O Mundo do Desejo lhe era muito mais real. Tinha a consciência do sono com sonhos do Período Lunar, uma consciência pictória interna. Os Lucíferos não encontraram dificuldade alguma em manifestarem-se a essa consciência interna e chamar-lhe a atenção para a forma exterior, que antes o homem não tinha percebido. Ensinaram-lhe como podia deixar de ser simplesmente o escravo dos poderes exteriores e como poderia converter-se em seu próprio dono e senhor, parecendo-se aos deuses, "conhecendo o bem e o mal".
Outrossim, fizeram compreender que não devia ter apreensão quanto à morte do corpo; que possuía em si a capacidade de formar novos corpos, sem necessidade da intervenção dos Anjos. Todas essas coisas os Lucíferos disseram com o único propósito de que o homem dirigisse sua consciência ao exterior, para que eles aproveitassem e adquirissem conhecimentos conforme o homem os fosse obtendo.
Estas experiências proporcionaram dor e sofrimento, o que, antes, o homem não conhecia, mas deram também a inestimável bênção da emancipação das influências e direção alheias e o homem iniciou a evolução de seus poderes espirituais. Essa evolução, um dia, permitir-lhe-á construir por si próprio, com tanta sabedoria como os Anjos e os outros Seres que o guiaram antes de exercitar sua vontade.
Antes dos homens serem iluminados pelos Espíritos Lucíferes não conheciam enfermidades, nem dor, nem morte. Essas coisas foram o resultado do emprego ignorante da faculdade propagadora e de seu abuso na gratificação dos sentidos. Os animais em estado selvagem são livres de enfermidades e dores, porque se propagam sob o cuidado e direção dos sábios espíritos-grupo, nas épocas do ano propícias a tal objetivo. A função sexual tem por única finalidade a perpetuação das espécies e não a gratificação dos desejos sensuais, seja qual for o prisma pelo qual se examine a questão.
Se o homem continuasse sendo um autômato guiado por Deus, não teria conhecido, até hoje, nem a enfermidade, nem a dor, nem a morte, mas também não teria obtido a consciência cerebral e a independência resultante da iluminação proporcionada pelos Espíritos Lucíferos, os "dadores da luz". Eles abriram o entendimento e ensinaram a empregar a obscura visão para obter conhecimento do Mundo Físico, o qual estavam destinados a conquistar.
Desde esse tempo, agem no homem duas forças. Uma, a dos Anjos, dirige-se para baixo, para a propagação e, por meio do Amor, forma novos seres na matriz. Os Anjos são, portanto, os perpetuadores da raça. A outra força é a dos Espíritos Lucíferos, os investigadores de todas as atividades mentais. Dirige para cima, para o trabalho cerebral, a outra parte da força sexual.
Os Lucíferos são também chamados "serpentes". Diversas mitologias assim os representam. Diremos mais sobre eles quando chegarmos à análise do Gênese. No momento já dissemos o bastante para encaminhar a investigação para o progresso evolutivo que trouxe o homem desde os tempos remotos, através das épocas Atlante e Ária, até nossos dias.
O que temos dito acerca da iluminação dos lemurianos aplica-se somente à minoria daqueles que viveram na última parte daquela época, e foram a semente das sete raças Atlantes. A maior parte dos lemurianos eram análogos aos animais, e as formas ocupadas por eles degeneraram para as dos selvagens e antropóides atuais.
Recomendamos ao estudante gravar cuidadosamente que as formas é que degeneram. Devemos sempre recordar que há uma distinção importantíssima entre os corpos (ou formas) de uma raça, e os Ego (ou vidas) renascentes nesses corpos de raça.
Quando nasce uma raça, as formas, animadas por cento grupo de espíritos têm a inerente capacidade de evoluir somente até certo grau. Na Natureza nada pode parar. Quando uma raça atinge o limite de sua evolução os corpos ou formas dessa raça começam a degenerar, caindo de forma para forma até a raça extinguir-se.
A razão disso não se encontra longe. Novos corpos de raça aparecem flexíveis e plásticos, que proporcionam, aos Ego neles renascentes, grande margem de condições para melhorar esses veículos e, por consequência, eles mesmos progredirem. Os Egos mais avançados nascem nesses corpos e melhoram-nos o mais que podem. Contudo, sendo esses Egos unicamente aprendizes, não podem evitar que esses veículos se cristalizem lentamente, até chegar ao limite mínimo de eficiência que esse corpo seja capaz de proporcionar. Então, criam-se novas formas, para proporcionar aos Egos de uma nova raça maior margem de experiência e desenvolvimento. Os corpos descartados convertem-se em habitações de Egos menos avançados, que os aproveitam como degraus do largo caminho do progresso. Desta sorte, os antigos corpos de uma raça vão sendo empregados por Egos de crescente inferioridade, e degeneram gradualmente, até que já não haja Egos suficientemente inferiores que possam obter algum proveito do renascimento em tais corpos. As mulheres tornam-se estéreis e os corpos da raça morrem.
Podemos facilmente mostrar esse processo por meio de certos exemplos. A raça teutônica-anglo-saxônica (especialmente o ramo americano) tem um corpo mais brando e flexível e um sistema nervoso mais sensível do que qualquer outra raça dos tempo atuais. Os indús e os negros, por terem corpos muito mais endurecidos e sistema nervoso mais rude, são muito menos sensíveis aos ferimentos. Um indu continua lutando depois de receber ferimentos, cujo choque bastaria para derrubar ou matar um branco, enquanto que o indu se restabelece imediatamente. Os aborígenes australianos (Bushmen) são um exemplo palpável da morte de uma raça, devido à esterilidade, apesar de todos os esforços que o governo britânico vem fazendo para perpetuá-los.
Diz-se que onde entra a raça branca as outras raças desaparecem. Os brancos têm sido acusados de terríveis opressões sobre as outras raças, tendo massacrado multidões de nativos indefesos e desprevenidos, como prova a conduta dos espanhóis com os antigos peruanos e mexicanos, se temos que apontar um entre tantos exemplos. As obrigações resultantes de tais abusos de confiança, de inteligência e de poder, serão pagos até o último centavo, por aqueles que neles incorreram. Todavia, ainda que os brancos não tivessem massacrado, escravizado, martirizado e maltratado as antigas raças, elas desapareceriam, sem bem que mais lentamente. Tal é a Lei da Evolução, a ordem da Natureza. No futuro, quando os corpos das raças brancas forem habitados por Egos que atualmente ocupam corpos das raças vermelha, negra, amarela ou parda, terão degenerado tanto que também desaparecerão, para serem substituídos por outros e melhores veículos.
A Ciência fala unicamente de evolução. Porém, não considera as linhas de Degeneração que, lenta mas seguramente, estão destruindo os corpos, levando-os a tal extremo de cristalização que já não podem ser utilizados.

Auto Estima - Escrito por Sandra Cristina Brugni






Auto-Estima, segundo a concepção da psicologia, significa valorização de si mesmo, amor próprio, ou seja, auto-respeito e disposição interna para lidar com os problemas do dia-a-dia por piores que eles possam parecer.
Nossa atual realidade não favorece uma auto-estima positiva, tendo em vista a situação econômica do país, a falta de emprego, de segurança, ou seja, do mínimo que se necessita para manter uma situação emocional pelo menos confortável; é por esses e outros motivos, que se encontram hoje em dia, tantas pessoas com baixa auto-estima, gerando com isso uma sociedade cada vez mais problemática e violenta. O pior disso tudo é que as pessoas se esquecem de que também são seres espirituais, e que quando surgem obstáculos em suas vidas, é sempre para seu aperfeiçoamento moral; portanto, a disposição para lidar com esses obstáculos deve ser de força e confiança de que vai superá-los. Ao invés disso, o que se sobressai é o desânimo e a falta de fé, pois vêem tudo pelo lado material, onde o que importa mais é o ter, e o que é passado pelos meios de comunicação é que você só vale pelo que tem.
Essa imagem materialista que nos é passada, em que o ter é mais importante do que o ser, é a responsável pela maioria das guerras que já tivemos até hoje e que ainda continuamos a ter.
Todos nós somos obras do meio em que vivemos, da sociedade, da cultura, dos valores e das crenças que nos são introjetados desde a infância. Uma vez instaladas essas crenças, alterá-las ou mesmo nos livrarmos delas dá muito trabalho, pois se tornam inconscientes, ou seja, mesmo que não pensemos nelas, agimos de acordo, uma vez que o nosso inconsciente age por si próprio.
Necessitamos mais do que nunca hoje, mudar os nossos valores e crenças, para que possamos mudar a nossa realidade e, automaticamente, melhorar nossa auto-estima.
A mudança de valores ao contrário do que parece, não é tão difícil; porém, requer muita disponibilidade e vontade de melhorar e o principal, não depende de condição financeira, pois é um mecanismo interno.
Para que possamos ter uma auto-estima positiva, necessitamos primeiramente conhecer a nós mesmos, termos contato com os nossos defeitos e principalmente, querer melhorá-los; para isso, precisamos ter em vista que os nossos defeitos não são aqueles que nos incomodam e sim, o que incomoda os outros. É importante salientar que, como seres humanos, não temos somente defeitos, mas também possuímos muitas qualidades, as quais devemos valorizar em nós mesmos, pois quando valorizamos aquilo que sabemos fazer bem, é o primeiro passo para a melhora da auto-estima.
Nossa auto-estima deve ser cultivada no nosso cotidiano, através do pensamento positivo e da crença de que o amanhã será melhor, trazendo nova luz para que os problemas possam ser resolvidos. Para isso, devemos nos valer da verdade de que por pior que seja o nosso problema, Deus não nos desampara, ou seja, sempre coloca uma luz em nosso caminho. Essa luz pode ser um filho, que nos faz ver que vale a pena continuar lutando, ou um vizinho que vem nos oferecer ajuda de uma coisa que estamos precisando, ou até de um amigo ou parente que de repente aparece para saber como estamos.
É sempre importante lutar para conseguirmos melhorar nossa situação, mesmo que às vezes nos achemos impotentes e fracos; nesse momento devemos olhar para trás para vermos que exitem problemas piores que os nossos; basta ver, por exemplo, a situação dos países em guerra, onde você pode a qualquer momento, ser alvo de algum ataque, não tendo nenhum minuto de paz.
Nunca devemos culpar as pessoas pelos nossos problemas; devemos nos responsabilizar por eles e pensar em como podemos superá-los, procurando quem possa nos ajudar a melhorar nossas condições, ou seja, nos aperfeiçoar. Nunca devemos perder nenhuma oportunidade de aperfeiçoamento profissional e pessoal.
Sempre devemos lembrar que todos nós temos um campo energético em que refletimos o que estamos sentindo sem precisar dizer nada; nesse sentido, se temos um pensamento positivo e de respeito em relação a nós mesmos, automaticamente nosso campo energético emite ondas positivas, exigindo por assim dizer, o respeito das pessoas; por outro lado, se emitimos ondas de negativismo e desrespeito de nós mesmos, permitimos que as pessoas nos desrespeitem, abusem e nos explorem, agindo como se isso fosse o mais natural a fazer pois inconscientemente, é o que estamos transmitindo.
Lembremos sempre que as pessoas vão nos avaliar de acordo com a avaliação que fazemos de nós mesmos, portanto, somos aquilo que acreditamos ser, e se não estamos satisfeitos com o que somos, devemos nos reprogramar para que melhoremos nossas condições internas.
 

Possível reencarnação de Allan Kardec - Escrito por Adauto Reami


   
 Muitos espíritas vivem questionando sobre a nova reencarnação de Allan Kardec.
Aliás, não faltam os que pretensiosamente se consideram o próprio em nova vestimenta carnal,  como também hão aqueles que se julgam Jesus Cristo. Os que assim se dizem não provam pela própria natureza, profundidade ou significação do que fazem. O nosso entendimento é de que ele não reencarnou e se ocorreu seu nascimento dará sinal de sua missão. Há alusão de que Espíritos Missionários com graus de evolução mais avançados, retornam em futuras missões só depois de 600 à 800 anos da última existência sobre o globo, se isto for fundamentado vamos ter que esperar um pouco mais.
Mas a pergunta é:
_ Será que nós o reconheceríamos aceitando sua nova e substanciosa contribuição que, com certeza, viria somar e enriquecer o Espiritismo, ou o acusaríamos de mistificador, impostor, falso profeta ou obsidiado?
Por isso acreditamos que seu continuador conforme Espírito de Verdade, só pode apresentar-se como ser coletivo, uma plêiade de Espíritos cujos ditados deverão ser confiados a uma instituição responsável e de crédito.
Isso não que dizer que Kardec não reencarnou, ou se for reencarnar não será para ser seu continuador, mas para outras tarefas de magnitude e do interesse do programa Crístico que poderá ser até mesmo fora da área Espírita, mas em beneficio da humanidade inteira.
Numa reunião mediúnica realizada na residência de Allan Kardec, o mesmo questiona sobre sua sucessão, em função de seu precário estado de saúde, obtendo a seguinte explicação: “_ Sem dúvida  muitos Espíritos terão essa missão, mas cada um na sua especialidade, para agir pela sua posição sobre tal ou tal parte da sociedade, todos se revelarão por suas obras, nenhum por qualquer pretensão ou supremacia.”
Zéfiro, seu Espírito protetor é quem fez a revelação acima acrescentando que ambos viveram juntos nas Gálias, como sacerdotes Druidas, unindo-os desde então uma amizade que os séculos fortaleceram ainda mais.
Druidismo, classe hierarquizada de sacerdotes Gauleses e Bretões, presidiam os sacrifícios, praticavam a adivinhação e magia, acumulavam a função de educadores, juízes e conservavam as tradições entre Gauleses e Bretões. Foram combatidos por Roma nos tempos de Julio Cesar.
A reencarnação de Allan Kardec se processará no porvir, quando necessária, no tempo certo, que não sabemos avaliar, talvez quando o Espiritismo estiver bem mais divulgado e estruturado. A nosso pensar, não faria o menor sentido uma nova reencarnação do codificador nos sécs.XIX ou XX, pois não se realizou a frutificação, estamos, ainda na florescência.
Texto adaptado da obra “Allan Kardec, Pesquisa Biobibliográfica e Ensaios de Interpretação”, de Zêus Wantuil e Fco.Thiesen
 

Ascensão espiritual - Escrito por Adauto Reami





   
Dormindo na “Cidade Luz”, Jacó vê em sonho, a escada que lhe é mostrada, por onde sobem e descem anjos sob a suprema direção do Senhor, que se acha no topo dessa escada e lhe fala: “Eu sou o Senhor, Deus de Abraão e de Isaac; esta terra em que estas deitado, te darei e aos teus descendentes, que serão tão numerosos como as areias do mar e estarei contigo e te guardarei onde quer que estejas e por onde quer que fores, porque não te deixarei.
Jacó desperta e admira-se que o Senhor ali estivesse; tomou aquela pedra sobre a qual reclinara a cabeça, colocou-a como a coluna que deve prevalecer, derramou sobre ela o azeite que é o símbolo da fé e chamou aquele lugar de Betel (Casa de Deus), onde antes o nome era Cidade da Luz”. (Gênese 28: 10 a 22).
Comparemos o sonho de Jacó com a parábola do filósofo: “No meio de uma cadeia de montanhas, eleva-se aos ares um pico isolado, sobre o qual se percebe um antigo edifício. Um ousado viajante traça um projeto de o escalar. As ervinhas suspensas aos flancos dos precipícios, um tronco carunchoso, uma pedra movediça, tudo lhe serve de ponto de apoio: trepa, salta, arrasta-se e finalmente, coberto de suor e fatigado, chega ao desejado vértice; e levantando seus braços aos céus, exclama cheio de alegria: Sempre venci.  Os companheiros, muitos fracos para vencerem as dificuldades do caminho não o puderam seguir senão com os olhos, mas neste dia ficara conhecido um atalho que só pode ser visto do alto da montanha. É por aí que desce, então, o viajante, depois que chegou ao alto da montanha e é por aí que ele se coloca a frente dos companheiros que ficaram no sopé da montanha e lhes diz: _ "Segui-se. Ele conduzirá a todos sem perigo e sem fadiga até o cimo, cuja conquista tanto lhe custara. Graças a ele a montanha agora já se tornou acessível. Todos os viajantes podem do alto admirar o famoso edifício, os paramos sublimes, os magníficos horizontes que dali se vislumbram."
Essa é a imagem de nossa ascensão às gloriosas paragens da imortalidade. O viajante que subiu primeiro ao monte é Jesus que atingiu a perfeição bem antes que nós, seguido de seus mensageiros ou missionários, onde se destaca Allan Kardec, que nos ensinou o caminho para também galgarmos o ápice. A cadeia de montanhas constitui as diversas religiões sacerdotais, o edifício antigo é a Revelação sobre a qual Jacó alicerçou toda a sua fé, as ervas suspensas aos flancos são as virtudes que nos conduzem ao amor a Deus e ao próximo; o declive representa as más paixões que atiram os homens ao precipício.
A escada de Jacó representa os dois mundos que se entrelaçam, são dois planos de vida que se mostram solidários um como complemento do outro, são duas humanidades que numa permuta de provas e afetos se declaram solidárias, são finalmente 'anjos' que descem a auxiliar outros que pelo esforço também se tornarão 'anjos'. Este sonho está sintetizado nas palavras de Jesus quando fala a Natanael: _ “Por eu te dizer que te vi debaixo da figueira, crês? - Em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.
Podemos ver também na profecia de Davi (Salmo 78:24 e 26): _ “O trigo desceu a terra e os anjos deram de comer aos homens”. Se o trigo é do céu não pode ser material e se os 'anjos' deram de comer aos homens essa profecia se cumpre hoje através do Espiritismo. Os Espíritos (anjos) em todos os pontos do mundo oferecem aos homens a Revelação, a Doutrina de Jesus, o 'pão dos anjos'.
A ascensão espiritual é o resultado da mesma lei do progresso material e da evolução intelectual. Uma força interior nos impede a subir o monte que já granjeamos na terra de valores perecíveis no sentido de vermos com mais eficiência as necessidades de nossos semelhantes.
Precisamos descer de nós mesmos e buscar os novos caminhos que devemos percorrer como servos do Cristo nos reunindo à companheiros que esposam os mesmos ideais, onde poderemos ser servidores, esforçando-nos para sermos úteis.
Ensina-nos a buscar a tua palavra Jesus para que nela possamos permanecer tornando-nos verdadeiramente seus discípulos e assim poderemos compreender com mais profundidade o “conhecereis a verdade e ela vos libertará”.
 
Fonte: "Parábolas e Ensinos de Jesus", de Cairbar Schutel