quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Disco Dourado da Lemúria

A antiga civilização da Lemúria possuía um objeto poderoso e sagrado que, muitos anos após o desaparecimento do continente, veio parar na América do Sul.

Ubiratan Schulz

Quando foi publicada a Sexto Sentido 27, muito me perguntaram sobre os sobreviventes de Mu, os seres altamente espiritualizados que, prevendo o afundamento do continente conhecido como Lemúria – porção final da grande massa de terra que chamamos Mu –, logo se apressaram em se estabelecer em outros locais mais seguros. Afinal, após os cataclismos, o que teria acontecido com eles, que caminho seguiram e onde estão hoje?
Como já sabiam o que iria acontecer, os sábios de Mu trabalharam sem o conhecimento da maioria das pessoas e iniciaram a coleta de preciosos registros e documentos em todas as bibliotecas. Posteriormente, seres escolhidos se dirigiram a diferentes partes do mundo para colocar essas obras a salvo e fundar escolas que preservassem o conhecimento científico e cultural. A princípio, essas escolas deveriam permanecer em segredo para os habitantes de todo o mundo, bem como suas reuniões e ensinamentos.
Nossa história começa quando um poderoso e sagrado objeto, o Disco do Sol, até então mantido no Sagrado Templo da Divina Luz, na Lemúria, é colocado a bordo de uma das aeronaves da época, em forma de agulha de prata (aeronave de carga e não de passageiros), e é levado para uma montanha da América do Norte conhecida até hoje como Monte Shasta. O Disco de Ouro ficava suspenso por cordas de ouro puro em uma das paredes no maior dos templos da Divina Luz, na metrópole de Mu. Aos seus pés existia um altar, que era um pilar esculpido em rocha sólida e onde ardia uma eterna e branca luz, a divina e ilimitada Luz da Criação. Essa chama se apagou quando o Disco foi removido.
O Disco era muito mais do que um objeto de adoração pura e simples, ou uma representação simbólica do sol. Era também um instrumento científico, e o segredo de seus poderes era oriundo de um passado ainda mais remoto, do tempo da raça antiga. De certo modo, pode ser considerado como um objeto de adoração, pois era usado no templo durante os rituais como foco ou ponto de concentração para aqueles que desejavam meditar. Servindo como uma representação do Grande Sol Central (Sol Cósmico que simboliza o Criador), como instrumento científico era utilizado em conexão com um complexo sistema de espelhos de ouro puro, refletores e lentes, a fim de tratar os corpos dos que haviam estado no interior do templo. Na realidade, era daí que vinha o nome de Templo da Divina Luz.
Além de todas essas funções, o Disco era o ponto focal para a concentração de uma qualidade dimensional e, ao ser tocado por um dos sacerdotes, emitia uma determinada vibração que poderia até mesmo provocar terremotos e maremotos e, se fosse prolongada, produziria modificações na própria rotação do planeta. Quando uma pessoa sintonizasse uma determinada freqüência, a vibração do Disco poderia transportá-la para onde quer que ela desejasse, comandada apenas pela imagem mental do interessado. Portanto era também um equipamento para transporte, feito de ouro translúcido similar ao metal, que permitia que se visse por dentro – qualidade que é comum na descrição dos discos voadores.
Quem já assistiu ao filme e ao seriado Stargate (1994) sabe do que estou falando. Quando os protagonistas encontraram um grande disco perto da pirâmide de Gizé, nem imaginavam o que os esperava. Seria apenas um filme, ou os escritores teriam copiado a vida real? No filme, quando o disco é conectado, o seu interior torna-se translúcido, como se fosse água. Assistam e dêem a sua opinião.

Sinais em Gobi
Um livro sagrado chinês chamado Shan-hai Ching nos relata, em um dos mais antigos tratados de geografia, O Clássico das Montanhas Orientais, detalhes sobre os altos picos que são repositórios de energia na Terra, local em que um disco sagrado é guardado desde tempos mitológicos por seres fantásticos. Aí aparece pela primeira vez a figura da venerada deusa Kuan Yin, ou Kuan Shih Yin, a guardiã do Disco nos primeiros tempos, a deusa da compaixão e do amor, cujo nome significa ‘aquela que dá ouvidos aos prantos do mundo’, filha de Avalokiteshvara (nome em sânscrito). A história diz que ela mora em uma alta montanha com o cume branco, de nome P’u T’o Shan, ou P’u-t’o-lo-k’a (do sânscrito “Potala”, cujo significado nada mais é que ‘o Paraíso de Kuan Yin’).
Em várias representações, a imagem dessa deusa é encimada por dois discos: os discos do Sol e da Lua. Ou então leva em seu peito um disco brilhante preso em uma corrente. Às vezes, leva em suas mãos um vaso de “orvalho doce” e uma jóia chamada “jóia da realização”, que nada mais é do que um Kamandalu onde repousa o néctar divino, o amrita, a bebida da imortalidade, a Água da Vida; e a jóia é a sagrada pedra Chintamini (leia Sexto Sentido 18, Santo Graal – O Misterioso Cálice de Cristo).
Um dado importante é a história de uma raça branca e européia que habitou o sul do deserto de Gobi, cuja capital se chamava Karakota. Essa cidade foi explorada por um arqueólogo russo, o professor Kosloff, que encontrou uma tumba, debaixo de quinze metros de rochas, pedregulhos e areia, na qual se encontraram lindos objetos. Sua descoberta foi publicada na revista American Weekly, e numerosas fotos revelam-nos uma pintura em seda com uma mulher parecendo uma deusa ou rainha, trazendo na cabeça o Disco do Sol de Mu. Esse império teve seu apogeu por volta de 14 mil anos atrás, alcançando um alto nível de civilização. E, se temos algo a pensar, é: de onde eles vieram? Antigas fontes tibetanas, chinesas e indianas apontam para Mu.
Essa cidade, habitada pelos uigurs caucasianos, foi tomada pelos mongóis de Gengis Khan (Gengis Kha Khan), o Imperador de Todos os Homens, como era chamado, ou simplesmente Temugin (‘o aço mais fino’). Depois, foi governada por Kublai Khan até os chineses marcharem, tomarem a cidade e arrasarem-na até a última pedra. Portanto, boa parte da história foi perdida.

Novo Mundo
Voltando ao Novo Mundo, em 1967, Manfred Metcalf encontrou um retângulo de arenito com pouco mais de vinte centímetros quadrados e, ao limpar a pedra, deparou-se com algo parecido a um pictograma, ou seja, uma seqüência de triângulos e círculos, além de linhas curvas e retas. Levou a pedra à cidade vizinha de Columbus, Geórgia, e mostrou-a a Joseph Mahan, historiador e arqueólogo do Museu de Artes e Ofícios.
Mahan, especialista em etnologia dos índios americanos, ligou a história à dos índios yuchi, que asseguravam ter sua origem em uma tribo bastante antiga pertencente a uma grande civilização espalhada por todo o mundo. Esses índios diziam: “Viemos como o sol chegou e fomos como o sol se foi”. Hoje sabemos que mais tarde eles migraram para o sul, como contaremos a seguir. Será que eles se referem ao Disco, sua chegada ao Monte Shasta e, depois, sua mudança para outro local, quando acompanharam o Disco?
Parte do famoso Livro de Mórmon é um relato tirado das placas de Nefi e foi escrito, ou melhor, traduzido das placas originais pelo profeta Joseph Smith. É um resumo dos anais do povo de Nefi e dos lamanitas, e cita três classes de placas de ouro encontradas em 1827, perto da vila de Manchester, condado de Ontário, no estado de Nova York, guardadas em uma caixa de pedra. Então, temos uma prova de que antigos textos foram guardados num passado remoto, bem como objetos e relíquias (frontispício do Livro de Mórmon).
Quando antigos exploradores começaram a chegar perto das Montanhas Rochosas, os guardiões do Disco de Ouro removeram-no para outra cadeia de montanhas na costa oriental da América do Sul, na antiga cidade de Tiahuanaco, na Bolívia – na época, um porto magnífico, de consideráveis proporções e de grande importância. Durante as mudanças geológicas que se seguiram, a cidade teve seu nível elevado até ver formado o lago Titicaca, hoje o mais alto lago navegável do mundo, a cerca de quatro mil metros acima do nível do mar. Às margens desse lago, na margem norte (peruana), foi construído um mosteiro, conhecido como Mosteiro da Irmandade dos Sete Raios, Vale da Lua Azul, ou Irmandade dos Iluminados.

O Disco Escondido
Esse templo subterrâneo foi utilizado pelos Estudantes da Vida, mestres, santos e sábios de todas as escolas, a fim de que pudessem ser transportados, para ir e vir, para se assentarem no Conselho dos Anciões ou para participarem de uma cerimônia qualquer. Quando os incas chegaram ao Peru, uma vez que nada tinham com os índios quíchuas, relatavam que também seus antepassados tinham vindo do oeste, além do grande oceano. Seus sacerdotes construíram o seu Templo do Sol exatamente acima de uma grande estrutura bem mais antiga. De antigos registros, sabiam da existência do Disco do Sol, de sua remoção para a nova terra e da construção do santuário.
Após sua chegada, os incas procuraram pelo Disco por um longo tempo, mas sem sucesso. O local onde ele estava guardado somente lhes foi revelado quando atingiram o ponto exato na “vereda espiritual” que lhes permitia utilizar o Disco em benefício de todo o povo, tal como fora usado em Mu. Foi então transferido para o Templo do Sol, em Cusco. Lá, o Disco foi colocado num local especial, suspenso por cordas de ouro, tal como na antiga Lemúria, e até hoje os orifícios por onde essas cordas passavam podem ser vistos no Convento de São Domingos, em Cusco, construído sobre as ruínas megalíticas do Templo do Sol.
Havia também templos menores com altares dedicados à lua, aos planetas e aos sete raios. A Irmandade dos Sete Raios tornou-se líder, como uma força espiritual na vida desse povo, utilizando os antigos registros deixados pelos mestres. O Disco permaneceu com os incas até que o conquistador Dom Francisco Pizarro desembarcou no Peru. Sabendo bem o que iria acontecer e sem pensar duas vezes, removeram o disco de Cusco e levaram-no para um local secreto. Conta uma lenda que um padre jesuíta chegou a ver o Disco, levando imediatamente a notícia aos conquistadores. Todavia, quando lá chegaram, só encontraram o prédio vazio. 
Tempos depois inúmeras expedições foram realizadas pelos espanhóis, sem nada encontrar. Primeiro, os incas transferiram-no para um local que, hoje, sabemos que ficava no alto dos Andes, acima de um lago transparente que refletia tanto a luz do sol como o reflexo do Disco, que estava em um prédio um pouco acima. Será que é daí que vem a lenda do lago dourado, o El Dorado? Ao avanço dos conquistadores, transferiram de novo para onde está guardado até hoje, bem no interior da floresta amazônica, em um santuário abaixo de uma grande edificação também muito antiga e coberta pela exuberante vegetação.

Novas Revelações
Já lhes falei da herança deixada aos homens nas espessas matas da Amazônia, uma floresta sagrada, herança que fica além da mais louca imaginação. Nas antigas câmaras subterrâneas será encontrado um conhecimento científico para ser usado no futuro; segredos de um passado remoto mudarão a história e a ordem das coisas. Os alunos que lá se encontravam foram então transferidos para o Himalaia, que é o contraponto do Peru, locais semelhantes a tal ponto que fotografias tiradas de um lado do mundo são tomadas pelo outro com muita facilidade. Como hoje já sabemos que os conhecimentos estão retornando ao Novo Mundo – não à América do Norte, como estava primeiro destinado, mas à América do Sul –, esperamos que em um futuro próximo o Disco Dourado possa voltar a funcionar como antes.
Só depende de nós expandirmos nossa consciência, meditarmos muito para transformar o Brasil na terra do futuro. Vários seres chegam de diversos lugares para esta missão, amigos da Grande Fraternidade Branca, e nada poderá deter a avalanche de energia que se despende no momento, propiciando amor e sabedoria a todos nós. Daqui por diante, retiros e santuários, escolas de mistérios e templos da Grande Fraternidade Branca trabalharão em colaboração mais estreita e abrirão suas portas aos que estiveram prontos para escalar a Vereda da Luz.
Estes esconderijos e retiros misteriosos têm sido, na realidade, um mistério para o mundo exterior, e têm operado em segredo para que a humanidade, em sua ignorância e superstição, não os tomasse de assalto e os destruisse. As diversas ordens espalhadas pelo mundo têm trabalhado para que os Estudantes da Vida sejam atraídos para a América do Sul, e o conhecimento, que antes era privilégio dos iniciados, seja aos poucos dado a conhecer ao povo em geral.
Um dia vou contar como surgiu cada raio, cada escola, como se desenvolveu e foi escolhida a cor de cada raio, e como os alunos faziam tranças da cor do raio em que estavam; como surgiram os 33 rishis, os kumaras, os 24 anciões e como eles cresceram junto com a humanidade sem contudo interferir no desenvolvimento do ser humano, mas nos ajudando com conhecimento adquirido mediante proteção dos Irmãos Maiores, ou, como também são chamados, Hierarquia Branca do Himalaia, Grande Irmandade Branca, GOM (Governo Oculto do Mundo), Fraternidade Branca Universal, Irmandade dos Sete Raios, Ordem do Manto Dourado, Loja Branca, Loja Oculta, Maçonaria Secreta. Em suma, toda a Ciência Mística Experimental ou Suddha Dharma Mandalam.

ESTAR DESPERTO

Um trecho do excelente livro “Vazio Luminoso” de Francesca Fremantle.

"Um ser vivente é uma combinação temporária de vários elementos, sempre mudando, assim como um rio é composto de incontáveis gotas de água, nunca permanecendo estático mesmo pelo menor momento imaginável de tempo. 

O sentido de continuidade que temos dia após dia, que experimentamos como um estado estático de ser, é na verdade um processo dinâmico, um fluir contínuo. Simplesmente não há necessidade de um ser, funcionamos perfeitamente bem sem ele. Nós somos esse fluir, a dança da vida, sem fixação ou solidez. Não precisamos procurar por alguém atrás disso.Ao mesmo tempo, existe uma verdade profunda em nossa busca por uma essência. Nossa essência é a potencialidade para a iluminação, “tathagatagarbha” em sânscrito, o embrião do buda, muitas vezes chamado de a natureza de buda. 

Assim que essa potencialidade começa a se manifestar, é conhecida como “bodhichitta”, o coração ou mente que desperta. De início, como bodhichitta relativo, ela é a aspiração em direção a iluminação para si e para todos os seres; finalmente, como bodhichitta final, é o próprio estado de estar desperto, o coração e a mente finalmente despertos.

O todo da existência não é nada mais que a natureza onipresente de buda. Ainda assim, falar da natureza de buda, mente de buda, buda primordial e assim por diante pode mais uma vez dar a impressão de algum tipo de substância ou entidade, quando na realidade isso está completamente além de todos os conceitos e não pode ser descrito por qualquer analogia.

É a condição de estar desperto: o estado budico, de despertar, da vigília. Não pode pertencer a ninguém; não é seu ou meu, mesmo que algumas vezes falemos vagamente dessa maneira. Realiza-se pelas pessoas individuais e se manifesta através das pessoas individuais e se manifesta através das pessoas individuais, no entanto não é pessoal ou individual..
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A dificuldade é que não podemos evitar pensar nisso como sendo nosso, e portanto distorcê-lo completamente.
Neste ponto vamos de encontro ao aspecto prático e emocional do que significa o ser: não é apenas um princípio abstrato, mas alguma coisa que nos toca muito profundamente. Nós instintivamente pensamos “esta é a minha natureza de buda” ou “este é o meu ser verdadeiro” sem abrir mão realmente do ser limitado, pessoal.
Ainda assim, não somos apenas nada. Não desaparecemos quando entramos na ausência de ser. Acreditar nisso seria niilismo, uma visão que o Buda condenava. Ele disse inclusive que o niilismo era mais difícil de superar do que o extremo oposto de acreditar em um ser eterno. Quando o ser é transcendido, a presença ainda está lá, o mundo ainda está lá, e a experiência ainda está lá. Alguém tem de estar lá para comunicar a verdade, para manifestar o amor e a compaixão, e para realizar atividades iluminadas.
(…) Portanto o grande ser transcende tanto o ser quanto a sua negação; ele passa completamente além do alcance de nossas concepções ordinárias de ser e de não ser. É uma condição de total paradoxo, que a mente conceitual, dualista, não consegue abranger.”