quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ATRIBUTOS DA APRENDIZAGEM - JOÃO COUTINHO: PARTE I

Este artigo é voltado para aquele que busca aprender, de maneira solitária ou não, ensinamentos esotéricos e espiritualistas. Não quero aqui impor nenhuma regra, longe disso, e nem tampouco, colocar minhas idéias e opiniões como algo a ser seguido. Este artigo deve ser encarado como objeto de reflexão para que aquele que se interessa pelo assunto, mas antes quero dizer que é impossível em um pequeno artigo descrever tudo do que se precisa para aprender. Existem muitos livros pedagógicos falando sobre o assunto. Portanto eu não espero transforma-lo numa espécie de manual.


Decidi delinhar em partes para que a leitura não ficasse cansativa e que o leitor pudesse ter melhor aproveitamento. Não sou dono da verdade, apenas possuo uma certa parcela de experiência sobre o assunto, mas nada do que muitos amigos magistas e professores, como eu, não possam saber.

Antes de citar qualquer atributo para aprendizagem, acredito que seja correto dizer que nenhuma aprendizagem pode ser realizada com sucesso se não houver amor. É imprescindível gostar do que faz. Se dedicar com verdadeira paixão, vontade e atenção, será mais proveitoso e verá como a compreensão dos conhecimentos chegará com mais facilidade.

É através do amor que crescemos, que lutamos e vencemos. Somente através da paixão de existir, de ir a busca do aprendizado é que podemos construir um conhecimento. Deve-se fazer o que gosta, de maneira que sinta-se bem fazendo e aprendendo. Se ocorrer desgosto por algum motivo, seja por frustração, por desmotivação ou por decepção, perde-se o interesse sobre a aprendizagem. No entanto, o fator negativo vindo do fracasso pode inspirar um novo fôlego, uma nova atitude, um novo alvorecer para seguir em frente com a busca pessoal.

Como o homem não possui uma natureza única. Sua quadruplecência retrata o que se tem de mais precioso, e é isso, que o diferencia de muitos animais, é esta capacidade de adquirir e de poder construir seu próprio conhecimento.

É neste ponto que apresento o homem como ser quaternário. Apesar do simbolismo cristão da trindade, proporcionamos em nossa inconsciência uma forma psicológica de quaternidade que faz nos perceber uma presença oniponente, a magia, a satisfação e uma sensação indescritível que reflete a presença do Deus no coração.

Esta idéia mostra o homem não apenas como parte de três bases de espiritualidade, mas uma outra, mais humana, que demonstra nossas imperfeições, fracassos, discórdias, erros e enganos. O mensageiro da dúvida que se transforma na ponte entre o conhecimento e a dificuldade, entre a magia e o homem e a sua alegria de vencer e poder continuar depois do fracasso. Isso torna tudo o que acontece conosco uma forma de aprendizagem, por isso dizemos que estamos aqui, nesta vida, para aprender.

Aprender é uma ação constante e incessante em nossa vida. "A vida inteira, do instante do nascimento ao instante da morte, é um processo de aprendizagem", diz Krishnamurti. Não importa o número de diplomas que tenha, ou quão inteligente você seja, sempre tem algo a aprender.

O primeiro atributo que se deve conhecer é aprender a aprender. Isto não é tão fácil quanto pensamos. Existem várias fontes de informações, dados e experiências vindas de vários lugares e pessoas. O congestionamento é tão intenso que no momento a qual se interessamos por uma determinada coisa já aparece outra que fascina e acabamos por trocar uma certa informação por outra até que se torne um circulo vicioso.

Sabendo deste lado vicioso sobre as coisas, devemos atentar aos hábitos. Faz-se algo errado porque adquiriu um hábito de fazer esta coisa repetidamente, mesmo que inconsciente. Um exemplo que aqui possa parecer vulgar é o hábito de gastar mais do que ganha. Aquele que possui este hábito e não consegue se livrar dele ficará sempre traumatizado e chateado por viver sempre na forca. Seus pensamentos sempre estarão focados em como se livrar de dívidas e terá dificuldade em concentrar num determinado aprendizado.

Para aprender a aprender é necessário educar hábitos mais impertinentes. Na realidade, tudo é uma questão de hábito. Se não tiver o hábito de ler, dificilmente conseguirá terminar este artigo com a compreensão da mensagem que tendo transmitir.

O hábito mais difícil para alguns é o hábito de estudar. Ficar horas e horas debruçadas sobre um livro até que o entenda é angustiante para algumas pessoas. Por isso deve-se criar o hábito de fazer pequenas anotações, principalmente das palavras que não entendemos e o mais difícil procurar saber o que elas significam. Se estudar for algo trabalhoso e chato, então deve-se criar um esforço para ler textos curtos e significativos, aumentando gradativamente, até que se torne um hábito. Todo hábito aparece através da repetição. Comece com coisas de interesse e que goste.

Hoje, contamos com vários recursos além dos livros como Internet, vídeos de conferencias e cursos. Por isso aquelas pessoas que não tem paciência de ler e estudar pode contar com muitas opções de informações. Há aquele que mesmo assim prefere aprender tudo na prática, fazendo e observando tudo, entretanto, é importante criar o hábito de anotar, num diário talvez, mesmo coisas que não ache importante, pelo menos é o ideal.

Um erro comum, nestes casos, é confiar demais na memória. Às vezes não lembramos tudo o que fizemos no dia anterior, quanto mais o que fizemos a uma ou dez semanas atras. A memória é à base de todo aprendizado. Se a memória está fraca e muito pouco confiável, não será nada bom. O cérebro dá uma pane quando está muito ocupado, com coisas e informações que dificultam a concentração de um determinado aprendizado.

Com certeza você já fez uma faxina na sua casa, então faça faxina também em sua mente. Retire o lixo armazenado que ocupa a memória e dificulta seu poder de concentração. E a história do computador que quanto mais arquivo desnecessário ele tiver mais lento ele será.

É sempre bom verificar se ocupa o cérebro com muitas besteiras e informações nada importantes. Antes é imprescindível lembrar que divertimento não é besteira, mas o hábito de pensar em apenas se divertir e nada mais, aproveitando-se do bom senso das pessoas e esquecendo das responsabilidades e das pessoas com que convive é prejudicial.

Isso tudo não significa que a pessoa deve ser um nerds para aprender. Na realidade aprender é algo natural. Considerar o ser humano como pessoas incapazes de pensar racionalmente, e encarar os pobres e iletrados como seres desordeiros, subversivos, que devem ser "domesticados" para o convívio social, é inadmissível para o buscador.

É como ser uma mãe, não existe uma fórmula para ser uma boa mãe ou um bom pai, nem escola que possa ensinar isto, aprendemos quando somos pais. Mesmo assim, por mais inteligentes e cultos que podemos ser, por mais conceitos sobre como educá-los sempre erramos em algo, principalmente quando os filhos se perdem em coisas que acreditamos que deveríamos ter ensinado ou eles terem aprendido. Sabemos que não existem fórmulas, mas existem atributos, como a educação familiar, educação escolar e a educação religiosa ou moral.

Para facilitar a aprendizagem devemos educar nossos velhos hábitos, observar, escutar mais, anotar e buscar respostas as nossas dúvidas não tendo medo de perguntar e, sobretudo, humildade. Um outro ponto é procurar saber qual é a melhor forma que possuímos para a aprendizagem. É cinestésico, visual ou auditivo?

Durante toda vida escolar um aluno aprende muitas disciplinas, mas poucos professores ensinam como estudar sua matéria. Há pessoas que tem dificuldades de aprendizagem na área de exatas, outros na área de humanas e cada um deles possuem uma forma de se estudar diferente.

Em todas as fases da vida o grau de aprendizagem é diferente. Há diversas possibilidades de aprendizagem, ou seja, há diversos fatores que nos levam a apresentar um comportamento que anteriormente não apresentávamos, como crescimento físico, descobertas, tentativas e erros, ensino e como encaramos aquilo que estamos aprendendo.

Por exemplo, a pessoa auditiva tem grande facilidade em aprender ouvindo uma determinada explicação e uma das maneiras que ele encontra é falar a todo o momento. Esta pessoa estuda escutando sua própria voz, fazendo gestos como se tivesse ensinando para alguém imaginário.

Enquanto que a pessoa visual gosta de estudar em silencio, aprende com facilidade apenas observando, lê muito e não gosta muito de conversa fora. Prefere que se prove e mostre o que esta ensinando. A pessoa cinestésica já prefere fazer, utiliza-se da pratica para aprender, pessoas assim facilmente se tornam bons mecânicos, pedreiros e outras atividades que usam mais a prática do que teorias.

Um homem extremamente auditivo casado com uma mulher extremamente visual possui algumas diferenças, por exemplo, um homem auditivo diz a sua esposa que a ama, que ela é tudo na vida dela, ele sente isso, dentro de seu ego, e a maneira que ele encontra de expressar este sentimento e falar a todo o momento a sua esposa o que sente. Enquanto a mulher visual não quer apenas ouvi-lo apenas dizer que a ama, quer receber flores, bombons, ir ao cinema, passear ou ganhar presentes. Ela se sente segura se o homem que esta ao seu lado demonstre que a ame e não apenas fale.

Para aprender a aprender é importante reconhecer como se comporta diante das pessoas e das coisas, principalmente em frente a algo novo. Olhar com apreciação as fontes de aprendizagem e não ignorar fatos que parecem insignificantes. Esta idéia também esta relacionada à percepção e as concepções que carregamos na vida, discutida neste artigo mais adiante.

ATRIBUTOS DA APRENDIZAGEM - JOÃO COUTINHO: PARTE II


Há dois métodos principais de adquirir conhecimento, a saber: O método de estudar, classificar, e assimilar fatos que tenham sido organizados por outras pessoas, isso facilmente podemos fazer através da leitura e da pesquisa. O segundo é colher, organizar e classificar por um método próprio os fatos que geralmente são conhecidos por experiência pessoal.


Em ambos os métodos devem-se voltar a atenção a um segundo atributo, aprender a fazer. No capitulo anterior falei sobre o hábito. Apontei que o hábito nasce através da repetição, como, por exemplo, fazer sempre as mesmas coisas, ter os mesmos pensamentos ou repetir sempre as mesmas palavras. Compara-se a força do habito as estrias de um cd gravável, onde através do principio da repetição desenvolvemos e gravamos algumas faculdades e vícios. Aprendemos a escrever dirigindo repetidamente os músculos do braço da mão, até conseguirmos traçar certos rabiscos conhecidos como letras, assim, aprendemos também a ler e a estudar.

A maioria das coisas que fazemos, é treinamento, não somente raciocínio. Assim pessoas compelidas a um objetivo erram ao transformar aprendizados em concepções fechadas e invioláveis. Quando se repete por várias vezes algo, o que parece obvio se transforma em verdade.

No mundo religioso e cientifico, encaramos momentos de puro fascínio. Quando determinados a descobrir algo envolvemos em muitos pontos de vista. Se ficarmos presos apenas às descobertas dos outros, poderemos cometer o erro de vivenciar somente o pensamento dos outros.

Há aqueles que acreditam que para aprender é preciso ler e ler cada vez mais, esquecendo a figura do professor. Tornam-se comedores de livros, repetindo o que leram e apreenderam. O maior erro seria defender as opiniões vindas de vários autores sem antes refina-los de acordo com que pensa.

Um pensamento comum, por exemplo, são aquelas que buscam respostas sobre Jesus Cristo a qualquer custo. Lendo livros céticos ou não, revistas, vídeos e outros. Saberão o que outros descobriram e estudaram. O erro está em defender as idéias que outros buscaram, sem antes buscar por si próprio a respostas. Se preferir estar passivo a idéias dos outros tornará apenas um conhecedor sobre historia teológica e nada mais. A pesquisa teológica deve ser voltada no final a descoberta interior.

Vamos para sua casa, quem manda nela, os pais, a esposa, marido, parente ou filhos? Se chegar alguém à sua casa e mandar em tudo, perderá a autoridade e a honra da casa será violada. Quem manda na casa é quem mora nela, o marido, a esposa, os filhos em harmonia, na busca de uma só intenção. A felicidade da família.

Seu corpo é a sua casa. Ninguém tem o direito de violá-la, podemos visitar com palavras, pensamentos e versos que levam a reflexão. Podemos dar um pouco de nosso amor e amizade, mas nunca usurpa-la.

Aprender a fazer é aprender a organizar, a classificar e determinar um objetivo. É estudar e buscar algo que venha dar sustentação à aprendizagem. O conhecimento é algo que não se encontra apenas no meio externo, mas também dentro de si. Por isso é importante selecionar, escolher o que pode promover a ampliação e o aperfeiçoamento da capacidade de aprender. Procurar mobilizar as atividades mentais como classificar, recriar, analisar, relacionar e poder de síntese.

O desafio é imenso. Significa ter uma mente ativa e não meramente receptiva, ele vem da reflexão – ação e ordenação, com a capacidade de abstrair o conhecimento significativo representada na não fragmentação da realidade. O paradigma do senso comum diz que o saber-fazer não é derivação só do conhecimento adquirido, mas se deve a raiz cultural e ao conhecimento construído por um povo.

Ao apropriarmos do conhecimento a partir do momento que entramos em contato com ela, derivado da prática, da teorização ou do conhecimento a priori que são os conceitos da significação da existência e não do verdadeiro pecado chamada restrição, aprendemos a fazer.

Uma das dificuldades encontradas por quem busca aprender é achar professores que satisfaçam seu ideal. Muitos imaginam um guru que vai responder todas perguntas. A figura do guru é partilhada a um homem santo ou sem nenhuma mácula. Na realidade, a figura do mestre, hoje, é de uma pessoa comum, cheia de defeitos e com tantos problemas como outros. O velho solitário deixou de existir para dar lugar à pessoa simples e que também tem dúvidas.

Outra dificuldade é achar onde estudar e como fazer cursos, até que há disposição, mas reina a dúvida se vale à pena gastar dinheiro e seu tempo neste tipo de investimento. Infelizmente a desconfiança vive no meio espiritualista. Por esse e outros motivos, pessoas seguem solitárias. Aprender a fazer é um atributo que não exige nenhum grau de estudo e sim ação.

Alguns fatores são inerentes à aprendizagem, são eles: concentração, percepção, intuição, imaginação, criatividade, desenvolvimento da autoconsciência e vontade. Só que é complicadíssimo para uma pessoa solitária aprimorar com afinco esses fatores. A preguiça, o desmazelo e a falta de incentivo governam em seus pensamentos. Estudar em grupo seria o mais apropriado se não houver intrigas. A harmonia entre duas ou mais mentes torna-se possível qualquer prática.

Concentração é o ato de focalizar a mente sobre uma determinada coisa, desejo ou intenção, até que os meios para sua realização tenham sido elaborados e empregados com êxito. Duas leis entram em ação ao se concentrar. Uma é a lei da auto-sugestão; a outra é a lei do hábito. O hábito, aqui, é a base do treinamento da memória e a capacidade como desejamos pensar, enquanto a concentração é a chave mágica que abrirá as portas das prisões em que está encarcerado e transformará o que carrega em si, através da intuição, da confiança e entusiasmo aprender a fazer.

Por ser uma chave mágica, é preciso organizar, imaginar e criar para aprimora-lo, não somente com objetivo místico e nem como um processo ritualístico, mas encarado na forma de aprendizagem. Apesar disso, um cético terá mais dificuldade, não porque ele não acredita, mas porque são preciso uma boa dose de imaginação, auto-sugestão e propósito para atingir um determinado objetivo em perfeita harmonia.

Porque isso? O leitor deve estar se perguntando. Porque a maneira correta da prática requer tanto fé quanto à própria prática. Aquele que tiver ambas, a fé e a prática, em harmonia, consegue com mais facilidade realizar seus objetivos. Isto significa que a ação é fé, e sem ação não pode haver uma verdadeira fé, é preciso ter confiança em si para então fazer.

Elevar o pensamento a um determinado assunto, fonte e sensação até que os fatos ligados a ele comecem afluir na mente é um indicador de que a ação construtiva da mente está sendo estimulada e controlada para um determinado fim. Esta ação sofre a influência da auto-sugestão mental, mas sem o uso da persuasão, ela deverá ser realizada sem que seja estimulada pelo medo ou pela cólera. A perseverança e a vontade são processos que ajudam a concentrar a força emocional para esse intercâmbio.

Ilustro um exercício para ajudar a aprimorar a faculdade de concentração, existem outros métodos, escolhi este em particular por não se tratar de nenhuma espécie de ritual, e nem uma espécie de receita de bolo, mas é certo que devemos criar uma força decidida pela vontade, devido sermos seres incompletos e em construção. Por esse motivo devemos praticar alguns exercícios de meditação para aprender a fazer.



Prática para aprimorar a concentração



Material necessário: um prato largo, uma vela (* não se trata de nenhuma espécie de ritual) e fósforos.



1 – Isole-se em um quarto. Utilize roupas leves ou fique totalmente ou parcialmente nu.

2 – Deite-se ou sente-se de maneira confortável. Cerre tranqüilamente as pálpebras.

3 – Comece o relaxamento pelos pés. Sinta-o contra o chão. Passe todo o comando de relaxamento para as pernas, tronco, músculos das costas, membros superiores, músculos faciais, couro cabeludo. Relaxamento total.

4 – Respire profundamente, retenha o ar por alguns segundos e expire. (É bom conhecer quantas vezes respira por minuto. Uma pessoa respira normalmente de 12 a 13 vezes por minuto quando está relaxada, que não é o ideal, uma outra hora poderá treinar para diminuir gradativamente o tempo de respiração até no máximo ou próximo a 7 vezes por minuto, isto exige muita prática não tente fazer isso no inicio. Respirar adequadamente, evita muitos problemas respiratórios e cardíacos. Quando respirar procure ver se a barriga enche de ar e quando expirar procure verificar se a barriga esvazia, algumas pessoas fazem ao contrário). Esta técnica deve ser feita de maneira compassada e rítmica.

5 – Não marque tempo para terminar. Procure fazer sem se preocupar com o horário.

6 - Coloque uma vela acesa no centro do prato largo para evitar incêndio.

7 – Mantenha o ambiente semi-escuro.

8 – Mantenha-se sentado confortável diante da vela. Está deverá manter a uma altura propicial para ser observado pelos olhos. A distância mínima deverá ser de meio metro.

9 – Fixe atentamente no movimento e nas cores da chama da vela. Concentre-se sobre ela.

10 – O ponto ideal de concentração será quando este perder-se totalmente a conscientização do resto do mundo físico ao seu redor

11 – A vela deverá fazer parte de você. A energia da chama deverá ser parte de você mesmo. Pratique várias vezes.

ATRIBUTOS DA APRENDIZAGEM - JOÃO COUTINHO: PARTE III



O degrau de uma escada não serve simplesmente

para que alguém permaneça em cima dele,

destina-se a sustentar o pé de um homem

pelo tempo suficiente para que ele

coloque o outro um pouco mais alto.

Trabalhando só pelos bens materiais

construímos nós mesmos nossa prisão.

Encerramo-nos lá dentro, solitários,

com nossa moeda de cinza que não pode ser

trocada por coisa alguma que valha a pena viver.

Por isso, para entender o coração

e a mente de uma pessoa,

não olhe para o que ela já conseguiu,

mas para o que ela aspira.

Quanto a verdade que elas dizem

lembre de que somente os loucos

e as crianças dizem a verdade.

Os loucos são aprisionados e as crianças educadas!”

Thomas Huxley



O ressentimento,as críticas, a culpa e o medo derivam de se acusar os outros e não assumir a responsabilidade pelas próprias experiências. É muito confortável desempenhar o papel de vítima, pois assim a culpa cabe a outra pessoa.

O medo tem origem na falta de confiança no processo da vida. A culpa tem origem em nossas frustações. Mas nenhuma pessoa, lugar ou coisa tem o poder sobre nós. Cada um é o único árbitrio da própria mente.

O ressentimento tem origem na incapacidade de perdoar. O perdão nada tem a ver com aceitar o mau comportamento. Por isso, a pessoa que você acha mais díficil perdoar é aquela da qual mais precisa se libertar.

Portanto desaprenda, em algum lugar aprendemos a ser o que somos. Quanto mais diz, eu sou assim, isso só acontece comigo, as pessoas agem deste jeito comigo, ninguém me ama, que a outra pessoa é a errada, que ela te engana, mente e é falsa. Quanto mais se afirma algo, mais verdadeiro ela se torna, pela lei do hábito e da auto-sugestão.

Vocês estão prontos para abandonar as velhas crenças? Para isso deve aprender a desaprender, tirar velhos hábitos de seu caminho de aprendizagem. Há três tipos de fatores que impendem que isto aconteça. O primeiro é a comodidade, é mais fácil ser do jeito que é, acredita que faz parte de sí e esquecer que você não é o seu comportamento. O segundo é acreditar em demasia, sem a força da ação. O terceiro é a falta de confiança em sí mesmo.

Um homem pode ir a igreja todos os dias, orar e ler sua bíblia e achar que é um homem de fé, acredita ser assim. Porém se este mesmo homem, transforma sua vida com as coisas que aprendeu, vai em busca de seus ideais e ajuda pessoas a ter uma vida melhor, pratica atos de sua fé como a caridade, leva uma palavra amiga para quem precisa, estuda ou procura desenvolver seus dons e outros, ele desenvolve a fé. Tudo o que faz com vontade, sem medo de seguir adiante, faz com a fé no que acredita ser o ideal. A fé está relacionada a fazer acontecer, é agir. A fé é a vontade em ação.

Neste prisma, apresento um terceiro atributo para a aprendizagem, a confiança em sí mesmo. Nada é tão inevitável quanto um erro que você prevê. Nada é tão absurdo quanto não amar a sí proprio e não se auto valorizar, tudo na vida é relativo, um fio de cabelo numa cabeça é pouco, mas em um prato de sopa é muito.

Por isso, modere em suas atitudes, as vezes é preciso relevar certas coisas para não se criar conflitos. Não há espelho melhor que reflita o ser humano do que a suas próprias atitudes. Busque sempre em seu interior a resposta em como agir com determinadas pessoas ao seu redor, afinal é muito gostoso viver a vida. A convivência reflete em muito nossa confiança. Viver com pessoas que somente nos denigre, leva nossa auto-estima para baixo, e com pessoas que não nos escuta é muito angustiante.

Lembre-se que “O universo nunca dá nada a uma pessoa o que ele não possa carregar, portanto, nunca ore suplicando por uma carga mais leve, e sim por ombros mais fortes”. Busque dentro de sí o que pode mudar, o que pode te fazer uma pessoa melhor. Se acredita que a vida é feita por momentos de felicidade, então acredita que são os outros que devem te fazer feliz, então erra, consigo e com a vida.

Porque a felicidade está nas pequenas coisas da vida, são elas que nos transformam em pessoas vivas, e são as lágrimas derramadas que nos fazem fortes. O sucesso é mais atitude do que aptidão e tudo que precisamos e estar contentes conosco.

Cada passo, cada instante, cada caminho que decidimos seguir fazem de nós fortes e decididos, é o que vai lapidar nossos corações para sermos felizes. As pessoas não se tornam especiais pela maneira de ser ou agir, mas pela profundidade em que atingem nossos sentimentos. Uma palavra dita sem maldade pode afetar a pessoa que está com sua auto-estima em baixa.

Confiar em sí mesmo é um atributo que exige coragem real, é mais paciente que audaciosa, porque o amor e a verdade estão unidos entre si, como as faces de uma moeda. Para mudar é preciso ter paciência. Lembre-se a ignorância não mede o quanto você desconhece, mas sim o quanto você é preso a suas verdades.

Desaprenda, desprenda-se de tudo que te traz infelicidade. Muitas coisas em nossa vida se repetem porque criamos o hábito de agir da maneira que as leis da atração e da compensação faz-nos viverciarmos sempre os mesmos momentos, podem mudar as pessoas, os lugares, mas sempre a mesma situação nos persegue.

Assim, “Cometemos o erro de matar todas as lagartas de nossas vidas, e depois reclamamos que não há mais borboletas”. A gente anda conforme a nossa vontade. Dê um espaço quantico para que o universo ajude a você resolver os problemas. Uma parte do aprendizado é observar alguém fazendo por você, faz parte da resolução do problema.

Você já deve ter ouvido falar nas expressões, “ Deus me ajudou a conquistar tudo isso, ou, Graças a Deus ele resolveu o meu problema”. “Meu orixá, meu guia, resolveu meus problemas, posso contar sempre com ele quando precisar”. Os anjos falam comigo e me disseram que iam resolver meus problemas e depois que fiz tudo que me mandaram fazer as coisas se resolveram”. “Os espiritos que me guiam me ajudam a todo momento de minha vida”.

Talvés você não acredite que estas coisas realmente aconteçam, não importa. O que importa é que estas pessoas deixaram um espaço quantico para que o universo agisse. Quanto mais atribulado é o seu pensamento, quanto mais vive uma só situação, quanto mais desesperado esteja e confuso, pior fica, pois não está deixando um espaço quantico para que suas orações e seus pedidos sejam realizados. A confusão gerada nos pensamentos, dificulta em saber o que realmente quer.

Veja bem, quando está na escola o que faz, senta-se em uma cadeira e observa as ações de seu professor, escuta o que ele diz e suas explicações, em primeiro momento ele resolve o problema para você, e em muitos momentos ele até tira suas dúvidas, se você não pergunta nada, ou se sente no direito de não perguntar você nunca vai saber se está fazendo certo, a não ser quando ele resolver na lousa o exercício. Um bom profissional, sempre vai estar explicando e resolvendo por você algo que tem a lhe ensinar, até aqui você é um ser passivo, está aprendendo, depois vai fazer você fazer, com sua orientação, e logo vai te cobrar o que te ensinou. Se reprovar, custa mais um ano de aprendizagem, recomeça tudo de novo, até aprender. Se passou para outra fase sem aprender direito vai ter dificuldade, ter a base da aprendizagem é tudo, pois se não aprendeu a somar, multiplicar e dividir, terá dificuldade em aprender nos cálculos mais difícieis.

Através da observação e da experienciação, está a maioria de nossos aprendizado. Se tivesse nascido em uma tribo onde todos montassem em um tigre, talves eu também montaria. Quando uma criança nasce, ela aprende observando o que seus pais fazem, as primeiras palavras são uma repetição do que ouviram e das quais primeiramente se identificaram. Depois experimentam de tudo, qualquer coisa querem pegar, e como a primeira coisa que aprendeu foi chorar quando quer algo, como comer, se não der a ele, chora. E como nos seios da mãe encontrou seu silencio, tudo que pega quer colocar na boca.

Os problemas da vida não se difere assim tanto da escola, a diferença é que a vida é cruel, não tem como voltar atrás e passar a borracha. Por isso, não xingamos apenas os nossos professores quando reprovados, xingamos Deus quando nossa vida não vai bem, xingamos nossos orixás ou nossos guias quando acreditamos estarem passivos a nossa realidade, xingamos os espiritos por não nos ajudar e começamos até a duvidar se eles realmente existem, xingamos a vida, os outros e tudo ao nosso redor. Já se perguntou se não é você que está passivo? Já se perguntou se não é você que dúvida de sí mesmo? Já se perguntou se não é os outros e sim você que não permite vivenciar certas situações?.

Quando nossa confiança se degrada, a depressão nos atinge, a vontade de sumir, de desaparecer do planeta ou de morrer nos consome. Então, desaprenda, desagregue das perdas, liberte-se das coisas que te agridem. Pode viajar para um lugar maravilhoso, com vista para o mar, pode mudar as roupas, trocar os amigos, desaparecer do mapa, trocar de namorado (a) ou de conjuge, se não aprender a mudar interiormente, tudo é a mesma coisa, porque não confia em sí mesmo.

Aprenda a confiar em sí mesmo, sugiro que a partir desta leitura, pegue um diário, escreva nele tudo que tenha medo, seus podres, suas vergonhas, suas fantasias e sonhos. Não precisa ser um caderno, se acredita que alguém possa ler, abra no computador uma pagina e intitule um nome, um Diário Mágico, coloque senha para ninguém abrir, de preferência uma senha que tenha certeza que ninguém vai descobrir e abrir seu diário. Escreva tudo nele, seus segredos, eles estão velados dentro de você, jogue tudo pra fora. Leia e releia por várias vezes e inclua tudo o que precisar escrever.

Cuidado, seja muito cauteloso, é o seu diário, se tiver algo a se esconder, depois de escrever tudo rasgue, queime e jogue fora, ou simplesmente delete, inclusive da lixeira. Caso não tenha, mantenha guardado apenas para sí, poderá fazer dois diários, um para ser deletado e o outro para ser guardado. O que é para ser guardado, mesmo se tiver algo a esconder, sugiro que depois de escrito faça uma tabela de suas virtudes e de suas não virtudes. Veja o quanto você é mau e o quanto você é bom.

Tente dar uma resposta para seus medos, procure não usar palavras como eu tenho que fazer isso ou tenho que melhorar isso, vai parecer obrigação. Retire tudo da sua mente, suas lembranças que quer esquecer e suas lembranças que quer lembrar. Jogue todo o lixo pra fora. Veja os hábitos que costuma fazer diariamente. Um hábito geralmente é trocado por outro, uma pessoa que tem um hábito de fumar, ao largar, começa a comer demais e assim engorda. Substitua o hábito por outro que valha a pena fazer. Troque suas prioridades e de alternativas para sua vida e para que o universo, ou que acredita que está ao seu redor saiba realmente o que quer e acima de tudo tolerância.

Porque muitos livros de auto ajuda não dão certo? Simplesmente, por que a realidade tira a imaginação. Temos dificuldade para abstração do conhecimento. Como imaginar algo que está fora de nossa realidade. É como imaginar ganhar milhões em dinheiro, se quando olhamos em nossa conta corrente e a vemos zerada. Como podemos imaginar a prosperidade, quando a realidade nos fazem abrir nossos armários e geladeiras e não termos o que comer. Como podemos imaginar um grande amor, se só há brigas em casa. A realidade fecha o poder de abstração e recua a confiança que temos em nós mesmos, por isso é tão difícil imaginar, neste atributo é preciso aprender a ser , este será o tema do próximo capitulo.



ATRIBUTOS DA APRENDIZAGEM - JOÃO COUTINHO: PARTE IV

Nosso planeta, um ser vivo que se encontra num ponto do universo e reúne todas condições para que a vida se manifeste em toda plenitude, com imensa biodiversidade macroscópica e microscópica. A vida como a concebemos é uma feliz composição de misturas de elementos que compõem todo o planeta.
O planeta terra é um grande corpo de vibração e energia. Durante a vida, temos a oportunidade fantástica de contemplar a natureza, nossos sonhos, conquistas e alegrias que a vida nos permitiu para sermos felizes. Cada um de nós tem uma visão diferente da vida. Vemos que não precisamos apenas de comida, bebida, de calor humano, compreensão das pessoas e contatos físicos e amorosos. Precisamos saber e entender o porque estamos aqui, o seu significado e a sua importância.
Para valorizar o que somos e o que possuímos, é preciso olhar para o céu, refletir sobre o universo e admirar a beleza e a grandeza de tudo. À noite, percebemos um número infinito de estrelas e bilhões de planetas distribuídos pelo universo. É difícil entender o porque, até hoje, que a vida somente foi identificada no nosso planeta.
Diante desta sina, rogamos e procuramos responder com o mais puro tato as sementes que a natureza nos permite plantar. As montanhas, os pássaros, os rios e cachoeiras, as belezas naturais que nos cercam faz cairmos em um profundo mar de reflexão e concepções. Contemplamos a natureza, com forte emoção que leva nos acreditar numa existência divina, que protege e seja responsável pela criação.
E mesmo assim, não entendemos, quando lemos ou escutamos o noticiário sobre a fome e a pobreza, as guerras, florestas derrubadas, destruição da camada de ozônio, armas nucleares, poluição e mudanças climáticas, efeito estufa, epidemias e mesmo acreditando num mesmo Deus o preconceito reina sobre nossa espécie. Este planeta abriga uma enorme diversidade de espécies da qual poderíamos dizer que somos irmãos e filhos de uma mesma essência, entretanto, porque destruímos o que temos o privilegio de conviver?
É neste ponto, vivendo sobre muitas atribulações, religiões, filosofias e concepções que um quarto atributo para aprendizagem é necessário, aprender a ser. Esta importância é diretamente ligada ao conhecimento energético universal que é cosmicamente integrado a cada ser individualmente.
Somos todos energia e todas as coisas também são energia. Quando tocamos algo, deixamos nossas impressões energéticas, porque carregamos as digitais que identifica cada um como espirito integrado ao nosso mundo. Estas impressões podem ser lidas, ou melhor, sentidas por um sensitivo que tenha desenvolvido esta capacidade. Ao simples fato de tocar pode sentir qualquer objeto que segure a mão. Processo conhecido como psicometria.
Todo aprendizado e conhecimento se dão a partir do momento ou que o individuo como parte deste universo vibra na freqüência especifica das idéias e dos conhecimentos já existentes. Na natureza podemos encontrar respostas de muitas de nossas perguntas. Por isso, as escolas iniciaticas afirmam que a idéia emitida por um homem é capaz de criar um tipo de energia, uma força que o circunda dentro dele mesmo em harmonia com a natureza e o universo.
Assim o ser humano não é e, nem será no mais rêcondido de si, um homem solitário. Ele existe, queira ou não, concretamente integrado com todas as manifestações da natureza e do universo. Por isso, o conhecimento que adquirimos e construímos durante toda nossa existência sempre fazerá parte de um legado único de todo um povo. O conhecimento é a busca comum da integração, o agir e o fazer, o aprender para poder ensinar e por fim ser, no universo e na natureza.
Segundo alguns livros milenares, existem verdadeiros canais de energia circulando não só pelo corpo humano, como por todo organismo vivo. Desta forma, a postura e o caráter são também responsável pelo redimensionamento energético do homem, isto significa, que para aprender a ser o homem deve passar por um redimensionamento de suas formas sociais de vida, comportamento e pensamentos.
Para isso, há necessidade de repensar o processo de conhecimento e aprendizagem, refazer a síntese que tem da vida e das pessoas que se encontram ao seu redor, conciêntizar o que foi feito e no que pretende fazer no futuro, reencontrar-se consigo próprio e direcionar-se a um só objetivo. A paz e harmonia entre os seres humanos.
É neste prisma que todo processo de aprender a ser fica preso no campo da filosofia. É muito fácil falar e argumentar sobre como o homem deve-se comportar. É cômodo falar da “Paz mundial”. Acostumamos acreditar que Deus é um cidadão da família e nada nos faltará. Às vezes achamos que determinadas coisas só acontecerão com os outros e nunca conosco. Acreditamos que a providencia irá nos acompanhar e a benevolência divina escutará nossas preces.
Infelizmente tanto os chamados Mestres e alunos também são cúmplices de uma certa “preguiça de pensar”. É mais fácil decorar fórmulas e aplica-las quando necessária. Praticar o raciocínio indutivo e dedutivo é muito mais penoso e difícil. Porém é natural seguir velhas tradições, principalmente aquelas que sempre funcionaram, mas também é necessário buscar formalizar aquilo que já foi descoberto, entender e depois de adquirir o conhecimento já formalizado, construir um novo conhecimento.
Assim muitas tradições superaram guerras, especulações, falsificações e mentiras durante anos. Foi assim, por exemplo, que a alquimia chinesa e persa influenciou toda África, principalmente na dinastia Fon, cujo conhecimento de magia e cura praticada durante esta dinastia influenciaram o que chamamos hoje de Candomblé aqui no Brasil.
Toda ou qualquer tradição, ritual e conhecimentos antigos partiram de uma única criação, da imaginação. Antes mesmo que qualquer conhecimento pudesse ser comprovado ele foi primeiramente imaginado. A imaginação é o poder criador e produtor do conhecimento.
Através da percepção conciencial e da interpretação do que está ao nosso redor, a imaginação registra as formas de vibrações e ondas de pensamento, postas em movimento por forças exteriores, do mesmo modo que o aparelho de rádio e televisão capta as vibrações do som. Segue aqui um principio conhecido por telepatia.
A telepatia não significa apenas a capacidade de captar ondas e vibrações de pensamentos dos outros. É através deste principio que todas as coisas e pessoas que estão ao nosso redor nos enxergam. O principio da telepatia e a lei da atração explica muitos fracassos e ensina-nos a conhecer a si próprio.
Veja bem, estou dizendo conhecer a si mesmo e não algo dentro de nós, como por exemplo, a imaginação. A imaginação é a única coisa que temos controle, ela pode formar idéias, arte e construções. A imaginação tanto é interpretativa como criadora. Os chamados estalos ou inspirações, momentos que chamamos de intuição, todos passam pela imaginação. Na realidade a imaginação é aquilo que os mestres antigos diziam que antes de fazer é preciso crer, ou seja, “antes de fazer é preciso imaginar”.
Em tudo envolve a crença. Um ateu, por exemplo, acredita que Deus não existe, acredita que tudo isso é uma baboseira, acredita que é preciso ver, fazer e provar para ser verdadeiro, ou seja, acreditar é à base de todo conhecimento. Para aprender a ser é preciso primeiro acreditar, ou seja, aprender a fazer uso da imaginação.
Por esse motivo, Blake dizia “aquele que deseja e não age procria a peste dentro de si”. Porque o problema não está apenas no desejo, mas a força que a imaginação pode criar ao abafar este desejo. Uma energia interna abafada, buscando uma expressão apropriada com finalidade criativa é o mesmo que uma bomba próxima para explodir. Um desejo somente pode ser reprimido se ele for fraco.
Desta maneira, alguns mestres procuravam viver num mundo sem desejo para poder aprender a ser. Como tudo é energia, uma energia reprimida e presa dentro de si pode gerar distúrbios no corpo energético. O que hindus, chineses, árabes e turcos chamam de acúmulo de “energia negativa”.
Na realidade a física moderna não reconhece a existência desta tal “energia negativa”, porque jamais foi possível medi-la, observa-la ou identificar tal energia, ou seja, energia é sempre energia. A popularização da energia negativa entre os chineses e no mundo ocidental possui o significado na qual diz que a energia absorvida por aquela pessoa não é boa provocando doenças e desequilíbrio energético.
O que poucas pessoas sabem é que este conceito nasceu da antiga alquimia chinesa que dizia existir uma luz que fosse contrária à luz visível chamada luz negativa ou fria. Além da luz visível provinda do sol e de outras fontes como das radiações invisíveis já conhecidas como as ondas de rádio, infravermelhos e ultravioleta, chegam até nós inúmeras partículas cósmicas minúsculas e desconhecidas que emitem luz.
Eles acreditavam na existência de uma luz invisível que possuía um tipo de ondulatória e formação contrária a da luz conhecida, batizada como luz negativa. Aceitar uma luz que não se enxerga já que a luz talvez parecesse preta e que, ao invés de repelir pode atrair e de esfriar ao invés de esquentar dificilmente seria aceita pela alquimia ocidental e pela física moderna. Apesar de que hoje a física, precisamente no campo da eletricidade, reconhece a existência de uma luz negativa, conhecida como luz violeta e a luz fluorescente como luz fria. Mesmo assim não possui o mesmo significado com a qual a energia negativa acabou–se popularizando.
Tudo isso significa que para aprender a ser é preciso compreender que tudo obedece a uma certa simetria. O amor, por exemplo, é a magia de todos os seres, entretanto, uma pessoa que ama pode fazer qualquer coisa por este amor, como poder matar, roubar e lutar por ele. Seja este amor uma pessoa, a pátria ou seus próprios filhos. O amor obsessivo é capaz de destruir e não construir como é o conceito primordial da palavra amor.
É o que acontece com o revivalismo que se manifesta em qualquer grupo de pessoas. Uma pessoa por mais boa e correta que seja pode ser vítima do revivalismo. O revivalista surge de várias maneiras, afinal o revivalismo é uma conseqüência de um grupo de mentes pensado numa mesma coisa.
Por isso, uma pessoa, considerada correta e de boa índole pode manifestar ensaios do revivalismo em alguns momentos de sua vida. Um exemplo, para que o leitor entenda, um homem chega próximo a um grupo onde estão se discutindo futebol, enquanto o grupo é formado por pessoas que torcem por um mesmo time. A conversa segue até que num bom ritmo, ou seja, o grupo está reunindo com a mesma força mental, quaisquer discussões sempre serão entendidas como parte do bate papo. Se alguém falar mal do técnico ou de um jogador é entendido como insatisfação do torcedor. Mas vamos agora dizer que este homem torce por um outro time rival e de supetão diz que o técnico e o time inteiro não prestam. O que aconteceria com ele seria um produto do revivalismo. Pessoas boas e de bom caráter poderiam fazer o que não queriam e depois diriam que estavam de sangue quente.
Assim pessoas morrem em estádios de futebol, no trânsito, em guerras, como homens bombas por defender sua pátria e outras coisas. Tudo como produto do revivalismo. O revivalismo então é um produto da mente que em harmonia com outras mentes afins funde-se para um mesmo pensamento, seja por destruição ou por uma nova filosofia. O revivalismo é muito comum nas igrejas sensacionalistas, onde a pessoa envolvida com o processo revivalista sente todo tipo de sensação, como tremor no corpo, desmaios, choros convulsivos, gritos e desmaios e uma vontade enorme em dizer a todo mundo que conhece a verdade.
O que na realidade quero dizer com estes exemplos do revivalismo é que sobre as sombras da criatividade, do amor e da produtividade é necessário conhecer os excessos na ordem, para alcançar o equilíbrio. Porque diante de tudo isso possuímos os olhos do fogo, as narinas de ar, a boca de água, o corpo da terra, ou seja, somos seres quaternários, sujeitos à verdade da carne. Portanto, como seres quaternários além de vivermos em ascensão espiritual, também, buscamos uma evolução como ser humano.
Portanto aprender a ser é um passo complicado, por esse motivo, julga-se possível apenas no campo filosófico. Aprender a ser é compreender não somente a si, mas as pessoas que convive consigo. É se estender diante da natureza sentindo sua energia e, entender que somos seres integrados com o todo. A faculdade necessária para discernir é saber ouvir a intuição. Aqui deixo um exercício para aprimorar a intuição, também escolhida dentre vários, por não se tratar de um ritual.

Intuição

Relaxamento: Num ambiente tranqüilo deite-se ou sente de maneira que fique a vontade. Respire profundamente e devagar. Procure eliminar qualquer pensamento desagradável que venha em sua mente. Mas não expulse todos seus pensamentos, entretanto procure o máximo possível de aquietar um pouco sem exagerar para não provocar uma rigidez mental.
Concentração: Este exercício pode ser feito de olhos bem abertos ou de olhos fechados. Se fizer de olhos abertos, mantenha-os em um ponto fixo, não de forma rígida, mas relaxadamente. O foco principal de concentração e “olhar para dentro” mentalmente, não fisicamente.
Comportamento: Não precisa ficar imóvel, se quiser escute uma música instrumental de seu agrado. Não se esforce para ficar imóvel, parado e rígido como uma estátua meditando. A imobilidade física até pode ajudar, mas tenha cuidado para não ficar rígido a musculatura.
A Prática: Deixe seus pensamentos fluir sem estar conscientemente escolhido por você, não se prenda a nenhum, deixe fluir. Seja amável com sua casa mental. Se perceber que não está conseguindo ficar quieto e começar ficar agitado, seja por falta de hábito ou por estar com uma certa tensão muscular ou mental acumulada, faça uma pausa e se distraia com outras coisas, forçar seria uma violência consigo mesmo. Retorne mais depois com o exercício. Procure perceber sua energia interna, como é seu fluxo e o que sente em relação a ela. Caso sinta sono, deixe-se dormir, não se preocupe e, se sonhar, anote este sonho e tente compreende-lo, pois você pode estar querendo dizer algo para você mesmo. Pratique por vários dias e observe o que acontece.




ATRIBUTOS DA APRENDIZAGEM - JOÃO COUTINHO: PARTE V


Antes de tudo é preciso frisar que o conhecimento não é o objetivo mais importante para a aprendizagem como muitos autores costumam fazer acreditar. Existem outras coisas também importantes como comportamento, índole e arte. Na verdade o segredo está no poder de imaginação de cada um de nós. É na formação e na construção das idéias que o conhecimento é possível. Sem imaginar primeiro, sem criar algo primeiro no pensamento e na mente, jamais poderemos transformar este algo em realidade.


É através do pensamento que tudo em nosso corpo se realiza. Vejamos, a oração, à vontade que temos de viver, a formação da química do cérebro que comanda nossa sexualidade e toda criação do homem, desde a arte, a ciência até as nossas crenças. De acordo com o principio da telepatia “a velocidade do pensamento é maior do que a da luz”.

Por isso, em muitas fases de nossa vida é preciso “aquietar a mente” dos pensamentos que desorganizam e torturam nossa alma. Silenciar é calar a mente de pensamentos que trazem uma esfera de negatividade para o corpo. Como nosso corpo se move pelo ato de pensar, todas as células do corpo obedecem a este comando, portanto, é preciso aprender a pensar com harmonia.

Calar a mente não significa literalmente deixar de pensar, e sim, entrar num campo superior ao do pensamento movido pela imaginação. Para que o leitor entenda é preciso saber que o pensamento é uma força eletromagnética, ou seja, é uma energia de comando. Desta forma, num campo elétrico ou vibracional ele se transforma em partículas que vibram em alta velocidade que se transformam em algo concreto a partir do momento que ele sai do mundo das idéias para a prática.

Isso significa, que tudo que o homem construiu provém primeiro do pensamento e da imaginação. Pois somos aquilo que pensamos e a maneira como o fazemos pode determinar nossas vidas. Em muitos casos, para se ver livre de pensamentos negativos, os mascaramos com pensamentos positivos, mas na realidade o mantemos negativo. É o que chamamos de negatividade negativa da mente, por mais que use de pensamentos positivos a pessoa não acredita em si mesmo e mascara seu pensamento negativo com outros que acredita ser positivo, mas tem um efeito ao contrário.

O cérebro humano é comparado a uma bateria elétrica. Pode ser positiva ou negativa. A confiança em si mesmo é a carga elétrica por meio da qual o cérebro recebe para direcionar o pensamento a positividade ou a negatividade. Nenhum ser humano pode ter fé sem antes desenvolver uma atitude positiva com base na confiança em si mesmo.

O pensamento é a energia mais organizada que conhecemos, por este motivo, o desenvolvimento da autoconfiança começa quando aprendemos a controlar o medo. É por causa do medo que temos a dificuldade de discernir, seja o medo de errar, de morrer, da velhice, de perder a pessoa amada e outros tipos de medo.

Felizmente, ou não, muitos dos conceitos esotéricos que poderiam ajudar uma pessoa a ganhar confiança em si mesmo se transformaram com o tempo em conceitos de auto-ajuda. E por demais importante que ela seja para melhorar vidas, sua intenção inicial está sendo modificada, onde empresários sem escrúpulos encontraram nela, uma maneira de alienação empresarial.

Conceitos como “Não reclame, faça”, “Faça a diferença”, “Mude para poder vencer”, “Seja um verdadeiro líder”, “Faça muito mais do que a obrigação” e “Seja um empresário de sucesso” são frases constante na nova técnica de alienação, afinal aquele que não reclama do seu emprego e do seu chefe, se preocupando em fazer a diferença dará mais produtividade.

A auto-ajuda, uma das mais brilhantes formas que hoje possuímos de ajudar e levar aos outros uma lição de amor e de mudança, hoje, seus conceitos estão sendo utilizados para que o empresário possa vender cada vez mais. Por isso, o setor de vendas e recursos humanos são os que mais investem nestes programas.

Mascarar a mente com pensamentos positivos é um dos principais fatores que levam as pessoas à não acreditarem em si mesmo, nem tampouco nos outros, quando percebem as mentiras e os enganos que rodeiam em nossas vidas. Sabe-se que dentro do que concebemos como verdade, alguns fatos existem apenas no mundo do eu acho e do eu acredito.

Há muitas especulações e conceitos disformes. Há mentiras que de tanto contadas se transformaram com o passar do tempo em verdades. Então acabamos por ficar chateados quando descobrimos que estávamos sendo enganados pela história.

Histórias como a de Tiradentes não possuir aquela figura do tipo Jesus Cristo como retrataram, ou mesmo, a própria existência de Jesus Cristo é constantemente colocada em discussão ou, pelo menos, a imagem que a Igreja vendeu de si durante anos. Ora, quando sabemos ou lemos alguma história diferente do que foi contada, ficamos revoltados com a Igreja que sempre o propagou como o salvador da humanidade.

Eu mesmo fiquei chocado e cético, quando um colega também professor universitário, contou-me sobre a incrível fuga de seu avô da Alemanha na segunda guerra mundial. De acordo sua história, seu avô, principal guarda costas de Hitler fugiu acompanhado de seu filho juntamente com Hitler antes do Estados Unidos invadir a Alemanha deixando um sósia do Hitler tomando seu lugar. Ele contou-me que seu avô, Hitler e outros compatriotas se encontravam na Colômbia quando ocorreu a invasão dos Estados Unidos na Alemanha.

Responsável direto pela segurança de Hitler, seu avó, o trouxe ao Brasil, onde se esconderam no Rio de Janeiro, precisamente em Duque de Caxias por um tempo. Depois que deixou Hitler em segurança escondido numa Fazenda no Paraguai, seu avô voltou para o Brasil constituindo nova família. Outros amigos e que faziam parte da segurança de Hitler se esconderam na Argentina e em outros países da América do Sul. Quanto a Hitler, conta ele, que se embrenhou cada vez mais sobre as terras do Paraguai onde morreu depois de velho.

A história contada por este colega, mentira ou não, mostra que existe uma outra face da história que são contadas por minorias e não por vencedores e que vivemos em volta de especulações e mentiras que nos deixam revoltados e tristes. O que é eu quero frisar, aqui, é que vivemos num mundo cheio de contradições e falsidades e que fica difícil discernir o que é verdade e o que é mentira, aumentado nossa dificuldade de confiar nos outros e, principalmente, confiar em si mesmo. O discernimento passou a ser um fruto da maturidade, algo que não se ensina, somente com a experiência se aprende.

É claro que muitas vezes lançamos mão de mentiras para evitar algum tipo de constrangimento ou para escapar de broncas e até pela terrível necessidade de não magoar os outros, ou mesmo, por mera falsidade. Não tem como escapar, as mentiras vão sempre estar presentes no cotidiano do ser humano. E se muitas vezes são mentiras inocentes, sem maiores conseqüências, em outras situações elas assumem dimensões gravíssimas e podem levar a um desfecho trágico.

É neste meio que aprender a fazer, a ensinar, a aprender, a pensar e confiar em si mesmo torna-se complicado. São nas mentiras e nas situações que percebemos que estamos sendo alienados, forjados para uma determinada intenção que atinge nossa ingenuidade e que leva ao desanimo a pessoa que procura a verdade. Por não confiar em si mesmo, não aceita facilmente um ensinamento de um Mestre, porque não acredita que ele possa fazer milagres, e o pior, que ninguém possa, pois aqueles que dizem fazer são mentirosos.

É sob este ponto de vista que apresento o quinto atributo para aprendizagem, aprender a transmutar-se mentalmente.O estado mental é um fator primordial para aquele que busca o conhecimento espiritual, conquanto que nossas necessidades básicas estão sendo atendidas, tais como moradia, alimentação, vestimentas e necessidades financeiras. Não porque quem não está suprimido com estas necessidades básicas não possa espiritualizar-se, mas a pessoa atormentada mentalmente por problemas como, por exemplo, o financeiro carrega dentro de si muitas angustias, sofrimento e um sentimento de fracasso. É neste ponto que a auto-ajuda é essencial, entretanto, é preciso aprender a transmutar-se mentalmente para encontrar a felicidade.

“A mente (tão bem como os metais e os elementos) pode ser transmutada de estado em estado, de grau em grau, de condição em condição, de pólo em pólo, de vibração em vibração. A verdadeira transmutação hermética é uma arte mental" - diz O Caibalion.

Para este entendimento, é preciso reconhecer-se. O reconhecimento é a base de todo aprendizado. Para conhecer a si mesmo é importante reconhecer seus defeitos, suas particularidades e suas intenções, tanto o que se apresenta no externo, como, no interno.

Como estamos constantemente trocando energia com outras pessoas sem que temos conhecimento disto e, vivemos colidindo com energias dissonantes que nos alteram o estado mental, provocando mal-estar e outros males são necessários uma conscientização daquilo que nos faz bem e daquilo que nos faz mal, ou seja, quais as emoções e comportamentos que praticamos diariamente que são positivos e negativos.

Transmutar-se mentalmente é a arte de mudar, transformar algo que pensamos em uma outra forma que conduz a felicidade e ao aprendizado. Para isso, é necessário compreender que todas as coisas existentes em nosso universo têm dois lados, dois aspectos, dois pólos opostos com muitos graus de diferença entre os dois extremos. Tudo é dual, mas ao mesmo tempo igual, ou seja, são as mesmas coisas em graus diferentes que se transformam.

Por exemplo, o calor e o frio, são dois opostos de uma mesma coisa, ou seja, são graus de temperatura medidas por unidade de calor por um termômetro. Se a temperatura medida for baixa em relação a uma outra temperatura, por exemplo, a do corpo, consideramos que está frio e vice-versa. Nas coisas que consideramos de duro e mole, existem diferentes graus de dureza, onde através do risco percebemos quando algo é mais duro do que o outro. Assim é o alto e o baixo, que depende de uma medida de altura em relação a uma outra.

O amor e o ódio, como diz o Caibalion, são sentimentos da mesma natureza, portanto são opostos complementares. Há graus de amor e graus de ódio, não existe amor e ódio absolutos, ambos são apenas dois pólos de uma mesma coisa. De acordo este principio, oódio pode ser transformado em amor, a coragem em medo, e o bem em um mal. Depende de como direcionamos a energia existente neles. Assim, podemos transformar e buscar dentro de nós a magia da transmutação mental, para nosso equilíbrio e a reconciliação destes opostos dentro de nós.

Para entender esse princípio é preciso compreender o princípio da vibração, que mostra que na polaridade, a diferença entre um lado e outro de qualquer coisa, sentimento ou pensamento é só uma questão de vibração, é simplesmente uma questão de graus. Desta maneira, todos os opostos podem ser reconciliados através do uso consciente da mudança de vibrações.

Conhecer este atributo e pratica-lo não é tão fácil assim, principalmente pessoas que vivem conturbadas, nervosas, perturbadas, descontroladas e com o sistema nervoso afetado que acabam por ficar desarmonizadas em termos de vibração. A forma como uma pessoa conduz o seu pensamento determina seu estado mental e emocional.

Para atingir uma condição mental ideal faz-se necessário criar um campo energético, tanto mental, como orgânico e psicológico adequado para o equilíbrio. Para isso, é preciso montar uma estrutura física, psicológica e espiritual ideal, sem nada que sua consciência mais tarde o desaponte.

O meio em que se vive é fundamental para o sucesso. É através do principio da harmonia que podemos alterar os diversos campos mentais em que uma pessoa já debilitada sobrevive. Deste modo, por mais conhecimento espiritual que o leitor tenha, seu conhecimento não valerá de nada se não souber entrar em harmonia com a natureza e consigo mesmo.

Aquela pessoa que vive em constante luta, desapegos e tristeza, precisa de uma mudança na estrutura de sua vida. Deve aprender a lidar com o que tem e possui, saber colocar metas para não viver preso em sonhos ambiciosos e, acima de tudo, aprender a silenciar a mente e isso pode ser feito através da meditação e da vontade de mudar hábitos e pensamentos negativos. Assim a transmutação mental será possível para aquele que busca através do conhecimento e da imaginação a busca espiritual.

Este atributo, somente se tornará passível de compreensão se a pessoa seguir em frente com coragem, determinação confiança em si mesmo e certeza que quer aprender.

CONSCIÊNCIA DO AMOR PARA TODOS OS SERES





A ternura é mais forte que a dureza

A água é mais forte que a rocha

O Amor é mais forte que a violência.


Como a água que corre fluida e livre no leito do rio até o grande oceano, hoje eu venho partilhar com cada um de vocês a energia livre e espontânea do meu coração.



Uma pequena história :

Uma multidão de pessoas se encontra e se alinha com harmonia para se juntar numa linda procissão.

Centenas de pessoas chegando de todos os lugares do mundo se unem num centro de Amor e de Luz ao lado de uma Grande Dama para receber o Seu Amor e a Sua Benção.

Esta procissão se dirige para a Presença da Sri Amma, Mulher Sagrada, verdadeira manifestação da Mãe Divina que resplendesce no Seu Amor Incondicional e na sua Extraordinaria Humildade.

Do Seu Seio abundante, o Amor envolve a alma de todos os seres que estão ao Seu redor.

Um momento de rara beleza porque simples e autêntico onde tudo brilha nos Seus olhos de criança pura e produz um profundo estado de Paz na nossa moradia interior.

Dentro de mim, o silencio se instala convidando para o êxtase.

Eu medito sobre a existência de todos os Seres que despertaram a sua consciência, que já caminharam, que caminham e que caminharão sempre conectados com este dom incrível " da Consciência do Amor ".

Jesus foi crucificado porque Ele falava de Amor.

Mataram Mahatma Gandhi porque ele semeava a Paz.

Os Tibetanos foram torturados em seu país e exilados porque eles carregavam a Sabedoria e isso aconteceu com todos os Seres que se realizaram e que doaram o dom Deles mesmos.

Mergulhando profundamente na Presença de Sri Amma, essa mulher tão simples e tão poderosa ao mesmo tempo, com o Seu Brilho Luminoso de Puro Amor, essa mulher que apenas está aqui para doar e, perante tanta realização humana, eu sinto que tudo se torna possivel.

Que tudo é possivel.

Que devemos nos tornar cada vez mais acolhedores e receptivos com todos os movimentos da vida que se apresentam para nós todos os dias.

E de sempre deixar um espaço maior para estar na " Consciência do Amor ".

Essa doçura de si mesmo e consequentemente de todos os seres que nos envolvem e que nos relembram que este mesmo Amor nos transporta além de nossa humanidade.

Um tempo de reflexão para contactar o ser que habita em nós e que está na escuta de nossos sentimentos.

Aqui e agora, eu medito sobre o que podemos realizar juntos para que este encontro interior se manifeste em nós mesmos a fim de desenvolver o nosso potencial de acolhimento e nos tornar disponiveis para qualquer situação com fluidez.

Que o nosso caminhar seja correto e bom para saborear, para integrar, aceitar, compreender para partilhar melhor, amar e doar, doar, doar, doar sem jamais exigir, nem pedir, sem nenhuma condição.

. Ser o que somos sem criar nenhuma desculpa porque não somos desculpas, nem erros e ainda menos seres perfeitos porque a perfeição faz parte do mundo da competição, da rivalidade, da inveja, da ganância e do sofrimento.

Devemos conseguir realizar todas as nossas tarefas agindo com ternura e sensibilidade perante a rigidez e a dureza, nos deixando ser tocados pela vida do jeito que ela se apresenta na consciência.

Em certas ocasiões, podemos achar que o Amor machuca e fere profundamente os corações e com esses machucados o isolamento se instala e o coração se fecha. O estado de ilusão cria uma distorção de nossos julgamentos e ilude a nossa mente.

Essas mesmas crenças que tomam conta de nossos pensamentos e que paralisam os nossos sentimentos e transformam a nossa vida cotidiana numa verdadeira dualidade separando a União com o Uno, o encontro do Pai e da Mãe.

Assim os conflitos se repetem, dia após dia, desgatando a presença do estado de Graça : a vida.

" Uma vida pode ser muito, muito longo quando ela é vivida com erros e esta mesma vida é muito, muito curta para ser vivida, de fato. "

Ninguém pode sair vitorioso de nenhuma batalha. Não tem nada para ganhar e tudo para perder.

Não tem nada para pegar e tudo para doar.

O Amor doa e não possui.

O Amor flui e nao enrigece.

O Amor se vivencia e não se racionaliza.

O Amor da Consciência é um verdadeiro milagre interno.

Nenhuma exigência é cobrada, nada é imposto.

O Amor é livre de ser, não existe interdição nem obstáculo.

Sem posse, sem exigência, ele respira suavamente e com doçura e ternura ele transporta todas as moléculas de nosso corpo Celeste.

Eu convido a cada um, aqui e agora, a responder ao chamado da sua verdadeira natureza interior e caminhar com Alegria todos os segredos do centro do seu coração com compaixão e bondade.

Essa mesma compaixão que permeia tudo e que nos leva na nossa Essência a fim de alcançar o desenho de nossa manifestação Planetaria.



PILAMAYAHE PELA SUA ATENÇÃO



Sylvie Shining Woman Kuya Karai

Medicine Woman



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