quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

LEMÚRIA -- A TERCEIRA RAÇA MÃE


Duas das leis fundamentais da Ciência Esotérica, são a Lei dos Ciclos, do Ritmo ou da Periodicidade – tudo quanto existe, manifesta-se ciclicamente – e a Lei do Holismo ou das Unidades Colectivas – tudo quanto existe, tem lugar num ser (ou Todo) maior.

Dessas duas Leis decorre que há universos dentro de universos, microcosmos dentro de macrocosmos e macrocosmos dentro de megacosmos. Por exemplo, no cosmos físico individual de cada ser humano, existem milhões de átomos. Cada ser humano, por sua vez, considerado no seu todo (divino, espiritual, mental, psíquico, astral, vital e físico) integra uma Hierarquia de Poderes Criadores – a Hierarquia das Mónadas Humanas (1), e vive, move-se e tem o seu Ser (2) num todo maior que é o nosso planeta. Este, por sua vez, engloba-se num Universo maior, que é o nosso sistema solar, e este, por seu turno, representa uma unidade incluída num Cosmos maior. Poderíamos continuar indefinidamente, acompanhando a inclusão em unidades cósmicas sempre mais vastas e mais abarcantes. E todos estes pequenos e grandes cosmos se manifestam ciclicamente, têm fluxos e refluxos, inspirações e expirações, encarnações e desencarnes – ou seja, uma manifestação cíclica.
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(1) Hierarquia das Mónadas Humanas – Chamamos aqui Mónada Humana à Essência Divina Imortal no Ser Humano. Idêntica com o Espírito Divino Universal, ela contém em si a mesma a potência logóica, criadora, e é participe na construção do(s)seu(s) próprio(s) Universo(s) – as formas onde encarna – e na sua evolução. Colectivamente, as Mónadas Humanas formam uma das Hierarquias Criadoras. O Ocultismo não sustenta a existência de um Deus individualizado ou pessoal que, num dado momento, tenha criado o Universo. Postula, sim, a existência de um Pensamento Divino de (ou para cada Universo), contido na Mente Cósmica (Mahat) formada pela substância de todas as mónadas divinas ou unidades de vida imortais. São estas Inteligências Espirituais que, no seu conjunto, e reunidas e dispostas em Hierarquias, vão construindo, mantendo, dirigindo e fazendo evoluir o Cosmos, nas suas diferentes “partes”, regiões, formas e vertentes. Cada Hierarquia de Poderes Criadores encontra o seu lugar próprio na prodigiosa economia universal e corresponde ao funcionamento ou dinamismo das Leis. No seu conjunto, formam o Logos ou Verbo Criador. Remetemos para os nossos artigos “Ordem e Inteligência no Cosmos”, publicado no nº10 da Biosofia (Centro Lusitano de Unificação Cultural, Lisboa, 2001), e “Demiurgo”, publicado no nº 18 da mesma revista (idem, 2003).
(2) Actos dos Apóstolos, 17:28.


O(s) Universo(s) Solar(es)
A Ciência Oculta tem como campo de estudo o Universo Solar, salvo quando se declare que está em causa um Cosmos mais vasto ou mais pequeno (conforme os casos). De resto, a Sabedoria Antiga sempre foi manifestamente heliocêntrica – com o corolário exotérico dos cultos solares –, o que é mais um bom argumento para questionarmos o pressuposto oficial de que, na Antiguidade, todos tinham uma concepção geocêntrica – o que, de facto, não corresponde à realidade. Sabendo que o nosso Sistema Solar, por sua vez, integra um Cosmos Maior, como acontece com outros sóis, basicamente em conjuntos septenários e duodenários, a Ciência Esotérica assinala-lhe, ao mesmo tempo, os universos plurais que nele se incluem (sendo, portanto, mais limitados) e os seus ciclos de manifestação.


Os Planetas, Ocultamente Considerados
Um planeta é um universo dentro do Cosmos maior que é o Sistema Solar. Entretanto, o conceito ocultista de Planeta é distinto do que encontramos na Astronomia ou no pensamento comum.

Em primeiro lugar, ele compreende não apenas um determinado corpo celeste mas toda uma esfera – a esfera planetária – de influência, que, do ponto de vista físico, se inscreve no perímetro do percurso orbital, e, do ponto de vista metafísico, corresponde a um determinado princípio ou faixa de consciência, numa igualmente subdivisão septenária e duodenária (neste caso identificando-se e estando em relação com os 12 signos zodiacais e as hierarquias criadoras correlacionadas), no seio do Todo Solar.
Em segundo lugar, a Astronomia considera apenas o planeta físico, enquanto que a Ciência Oculta contempla sete diferentes Planos de Substância ou Estados de Ser no universo planetário.
Finalmente, a Astronomia fala de um planeta como celeste globular, enquanto que o Ocultismo alarga o conceito de Planeta a um Esquema Planetário, no qual existem uma cadeia de sete (e não somente um) globos planetários. Estes estão dispostos conforme a figura I: existe um globo, o ‘D’, no plano de substância mais densa (o 1º contando de baixo ou o 7º contando de cima); dois, o ‘C’ e o ‘E’, no plano seguinte em maior subtilidade (o 2º contando de baixo, o 6º contando de cima); dois no seguinte, o ‘B’ e o ‘F’; e dois, o ‘A’ e o ‘G’, num 4º Plano. (Em rigor, em rigor, não é exactamente assim, porque os globos ‘E’ a ‘G’ são mais subtilizados, pela influência ascendente da Vida”, do que os correspondentes ‘A’ a ‘C’, conforme ilustrado na figura II). Note-se que quando dizemos, por exemplo, que o globo ‘D’ está no plano de substância mais densa – no caso, a matéria do Plano Físico –, isso significa que a sua camada mais externa é constituída dessa substância. No mesmo globo ‘D’, contudo, existem igualmente os planos mais subtis ou internos. Se, noutro exemplo, dissermos que um globo existe na substância astral, isso, também neste caso (e, em todos os outros, analogamente), apenas significa que desse grau vibratório de matéria é constituído o seu nível mais denso ou materializado, existindo, no entanto, de igual modo, os planos mais subtis que o interpenetram.

Cadeias, Globos e Rondas
Esse conjunto de sete globos – referidos pela ciência Oculta e assinalados no próprio exoterismo dos Vedas, dos Puranas (sobretudo no Vishnu Purana) e de outros textos hindus, onde são referidos como “os sete mundos de Maya”, bem como, ao menos por analogia, na concepção hebraica dos sete céus – são formados e dirigidos sob a orientação de Seres de grande estatuto evolutivo e existem durante um período de tempo imenso: na verdade, alguns milhares de milhões de anos.

A Onda de Vida, com todos os Reinos da Natureza, incluindo a Humanidade, vai fazer sete vezes a volta a essa Cadeia Planetária de Globos. Uma volta completa desde o Globo ‘A’ ao Globo ‘G’ é denominada uma Ronda. Existem, portanto, sete Rondas em cada Cadeia Planetária, como é o caso da Terra.

A estadia da Onda de Vida num determinado Globo é habitualmente chamada de Período Global ou Período Mundial (ou, ainda, Ronda de Globo) e, no seu curso, surgem sete diferentes Raças-Raiz, de que falaremos adiante. Durante os muitos milhões de anos por que se prolonga um Período Global (mais de trezentos, no vigente (3)), centenas de encarnações se sucedem. Estamos actualmente no Globo ‘D’ da 4ª Ronda. Por sua vez, a presente Cadeia é a 4ª de uma série septenária. . .
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(3) Embora existam fósseis de épocas mais remotas, a Ciência Oculta sustenta que eles são “relíquias” de uma Ronda Anterior.


Os Três Grandes Princípios da Antropogénese Ocultista
Neste contexto, é oportuno referir quais são os três grandes Princípios da Antropogénese Ocultista, tal como magistralmente apresentados por Helena Blavatsky, em “A Doutrina Secreta” (4):
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(4) Pág. 15 do Volume III da edição em Língua Portuguesa (Ed. Pensamento, S. Paulo, 1973).

1. A origem poligenética do Homem: surgimento “simultâneo” de sete Grupos Humanos em sete diferentes “partes” do nosso Globo;
2. O Corpo Astral (Linga-Sharira) é formado antes do corpo físico denso, servindo o primeiro de modelo para o segundo;
3. O Homem, nesta 4ª Ronda, precedeu a todos os mamíferos, incluindo os antropóides, sendo o paradigma de todos os Reinos Inferiores.
Iremos encontrar esses três pontos ao longo da exposição que se segue.

Os sete Grupos Humanos referidos num dos Princípios têm naturalmente correspondência com os diferentes Septenários, tanto macro como microcósmicos. No momento, porém, interessa-nos realçar uma noção em particular: eles são os paradigmas das Sete Raça-Raiz que se irão activando e desdobrando no tempo. Essas sete Raças-Raiz estão de algum modo sempre presentes (1); existem arquetipicamente, como modelo impulsionador, no início do Período Global (tempo de manifestação mais específica da 1ª Raça-Raiz) e, finalmente, como produto consumado da Ideia e Vida interiores, no termo do mesmo período, coincidindo com o pleno desenvolvimento efectivo da 7ª Raça-Raiz.
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(5) Cfr. o artigo “Como Estudar Teosofia Segundo a Senhora Blavatsky”, de Robert Bowen (tradução de Belarmino Brito), na rubrica “Espaço HPB” do nº 28 da Biosofia (Centro Lusitano de Unificação Cultural, Lisboa, 2006).

Uma Raça-Raiz é um conjunto diferenciado de características e tónicas espirituais, mentais, psíquicas, vitais e físicas que correspondem a uma fase de crescimento evolutivo da Humanidade. Cada uma delas é necessária, como necessárias são todas as fases de crescimento (não cabe, pois, aqui, nenhuma noção de superioridade rácica; nem o conceito Ocultista de Raça coincide com o geralmente adoptado). E, nessa conformidade, o momentum de cada Raça-Raiz, o tempo em que se eleva pujantemente, é diferente e sucessivo: a 2ª Raça antes da 3ª, a 4ª depois da 3ª, a 5ª em seguida à 4ª, etc.

Lembremos agora o 3º dos grandes princípios da Antropogénese Esotérica acima referidos: visto que o Homem é o paradigma de todos os Reinos Inferiores (Animal, Vegetal, Mineral e até dos Elementais), cada nova Raça-Raiz não implica, somente, um novo tipo humano mas uma nova fauna e uma nova vegetação, devendo, pois, ser coligada com uma respectiva Era Geológica. Por exemplo, a 3ª Raça-Raiz tem correspondência com a que, actualmente, se chama “Era Mesozóica” (6).
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(6) O Ocultismo refere-se a uma “Era Primitiva”, consonante com a 1ª Raça, antes das quatro Eras Geológicas de que fala a Ciência. Explica-se, assim, que estejamos na 5ª Raça-Raiz, apesar da Ciência falar só de 4 eras Geológicas.


Raças e Continentes
Por outro lado, cada uma das sete Raças-Raiz ou, pelo menos, das cinco primeiras, tem uma grande massa territorial onde surge e se desenvolve.

Por exemplo, na 5ª Raça-Raiz, que é a vigente, essa massa territorial é a Europa, ou, antes, a Europa e a Ásia Menor ou, talvez ainda melhor, a Eurásia (o seu 1º Ramo é o Hindu).
Na 4ª Raça-Raiz, foi a Atlântida, a que se refere Platão no Timeu e no Crítias, embora aludindo somente a uma ilha (a de Poseidon), objecto, há mais de 11.500 anos, da última das grandes destruições (ocorridas ao longo de dezenas de milhares de anos) que afundaram aquele continente. Este Continente situava-se predominantemente a Ocidente, estando agora grande parte das suas terras submersas no Oceano Atlântico.

Na 3ª Raça-Raiz, o continente-lar foi a Lemúria. O nome deste continente foi inicialmente proposto em meados do século XIX, por P. L. Sclater. A sua massa gigantesca estendia-se principalmente em regiões meridionais do globo terrestre, incluindo algumas partes do que é hoje a zona ao Sul da África, Madagáscar, Ceilão, Sumatra, a Austrália e parte da América do Sul, prolongando-se para o Pacífico, além de vastíssimas regiões hoje submersas. No entanto, havia também a Lemúria setentrional, visto que aquele continente (com as suas ilhas) “ocupava não só uma vasta área no Oceano Pacífico, como ainda se estendia, em forma de ferradura, para além de Madagáscar, contornava a África do Sul (então simples fragmento em processo de formação) e alcançava a Noruega através do Oceano Atlântico” (7) (leia-se, do que é hoje o Oceano Atlântico) e de uma parte da actual Europa. Mais a Oriente, subia desde o Sul da Índia até à base dos Himalaias.
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(7) A Doutrina Secreta, Vol. III, pág. 350.


A 2ª Raça foi recebida no continente Hiperbóreo, “a terra que estendia os seus promontórios ao Sul e a Oeste do Pólo Norte, para receber a Segunda Raça, e que abrangia tudo o que hoje se conhece como Ásia do Norte. Foi o nome dado pelos gregos mais antigos à longínqua e misteriosa região, aonde, de acordo com a tradição, Apolo, o Hiperbóreo, ia viajar todos os anos”.
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(8) Idem, pág. 20. A edição em língua portuguesa, por lapso, contém a expressão “a Leste do Pólo Norte” mas, na verdade, era a Oeste (incluindo a Gronelândia e o Alaska) – cfr., por exemplo, a excelente edição da Theosophy Company, Los Angeles, fac-simile do original de 1888. Existia como que um anel à volta do Pólo Norte mas muito mais desviado para Ocidente do que para Oriente.

Quanto à 1ª Raça, o seu lar é a Shveta Dvipa, a Ilha Sagrada e Imperecível, o Continente Branco (o Monte Meru ou morada dos Deuses). Ela é por vezes relacionada com o deserto (outrora mar) de Gobi mas também se afirma que “a Estrela Polar mantém sobre ela o seu vigilante olhar, desde a aurora até ao crepúsculo de um Dia do Grande Sopro” (ou Dia de Brahma). Em termos metafísicos, porém, a Shveta Dvipa é o verdadeiro centro da Terra e, por isso, radicalmente, o berço de todas as sete Raças-Raiz.
As vindouras 6ª e 7ª Raça-Raiz são raças de universalismo e de síntese, porque têm correspondência com os Princípios unificadores ou de Unidade, respectivamente, Buddhi (Sabedoria Intuitiva) e Atman (Espírito), pelo que preferimos considerá-las como disseminadas planetariamente.
Poder-se-á perguntar por que motivo não são encontrados vestígios da Lemúria e da Atlântida ou, pelo menos, das civilizações que lá floresceram. Com efeito, em ambas as Raças se desenvolveram civilizações notáveis – por boas ou más razões –, descontando (e afastando, até, decididamente) os exageros ilusórios e sensacionalistas de certa literatura. A esta pergunta, respondeu o Mestre Koot-Hoomi, em 1882:

“Sem dúvida, os geólogos são muito eruditos; mas por que não levar em conta que, sob os continentes sondados e explorados por eles, em cujas entranhas eles encontraram a ‘era eocénica’ e a forçaram a entregar os seus segredos, pode haver, escondidos na profundeza dos insondáveis, ou melhor, dos insondados solos oceânicos, outros continentes muito mais velhos, cujos extractos nunca foram explorados geologicamente; e que eles podem algum dia derrubar completamente as suas teorias actuais… Por que não admitir – a verdade é que nenhum deles jamais pensou nisso – que os nossos continentes actuais, como a ‘Lemúria’ e a ‘Atlântida’, já foram várias vezes submersos e tiveram tempo de reaparecer de novo, produzindo os seus novos grupos humanos e civilizações; e que, na primeira grande transformação geológica, no próximo cataclismo – na série de cataclismos periódicos que ocorre desde o começo até ao final de cada Ronda – os nossos continentes que já passaram por uma autópsia afundarão, e as Lemúrias e Atlântidas se reerguerão? Pense nos geólogos futuros da sexta e sétima raças. Imagine-os cavando profundamente nas entranhas do que foi o Ceilão e Simla, e encontrando instrumentos dos veddhas [aborígenes do antigo Ceilão, actual Sri Lanka]; ou do remoto ancestral dos Pahari [povos montanheses que habitam a área sudoeste do Rio Ganges, na Índia] civilizados – cada objecto dos sectores civilizados da humanidade que habitaram essas regiões tendo sido pulverizado, transformado em pó, pelas grandes massas de geleiras em deslocamento durante o período glacial –, imagine-os encontrando apenas implementos grosseiros como os que são encontrados agora entre aquelas tribos selvagens; e declarando em seguida que durante aquele período o homem primitivo subia às árvores e dormia nelas, e sugava o tutano dos ossos dos animais, depois de quebrá-los (…) e saltando consequentemente para a conclusão de que, no ano de 1882 D.C, a humanidade era composta de ‘animais semelhantes ao homem’, de faces escuras, com barba, ‘com mandíbulas proeminentes e grandes dentes caninos pontiagudos’” (9).
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(9) Cartas dos Mahatmas para A. P. Sinnett, Vol. II, pág. 112 (Editora Teosófica, Brasília, 2001). Na altura o Sr. Sinnett, a quem foi dirigida a carta de que foi extraída esta passagem, residia em Simla, na Índia (sendo editor do jornal Pioneer); daí a referência a essa cidade. Sobre o mesmo assunto, ver também O Budismo Esotérico, de A. P. Sinnett (Livraria Clássica Editora, Lisboa, 1916, págs. 107-8; Ed. Pensamento, S. Paulo, 1986, pág. 57).

Na verdade, embora algumas das suas porções territoriais permaneçam actualmente à superfície, quer a Lemúria quer a Atlântida se afundaram. As destruições dos continentes que abrigam as Raças-Raiz, nos seus ciclos de predominância, dão-se alternadamente pelo meio do fogo, nos números ímpares (3ª, 5ª…) ou da água, nos números pares (4ª, 6ª…). Assim, a destruição da Atlântida, “lar” da 4ª Raça-Raiz nos seus tempos de predominância, verificou-se mais directamente pela água (o “dilúvio”, universalmente referido). Diferentemente, a Lemúria, embora tenha acabado por submergir, tinha antes sido destruída, em larga medida, por acção de fogos subterrâneos transformados em vulcânicos. Quanto ao fim da vigente 5º Raça-Raiz, pode ler-se no Mahabharata: “Quando um milhar de Éons é transcorrido, há uma seca por muitos anos; há poucos recursos e as criaturas morrem de fome (….) fogos destruidores submetem esta terra (…) impressionantes névoas obscuras elevar-se-ão. (…) quando o fim desta idade se estiver a aproximar, não choverá, não haverá colheitas….”. Se, no presente, com os problemas ambientais, podemos vislumbrar algo de semelhante a isto, é porque, analogicamente em muito menor escala, fenómenos como os descritos no Mahabharata ocorrerão na transição da 5ª para a 6ª sub-Raça da 5ª Raça-Raiz. O fim do predomínio da 5ª Raça-Raiz e início da 6ª está muito distante no tempo; mas não assim, no que diz respeito às 5ª e 6ª Sub-Raças da presente 5ª Raça.
Cabe aqui referir que, nesta série de artigos – “Esoterismo de A a Z” –, os temas escolhidos para cada letra são, numa grande parte, pretextos ou pontos de partida para que as diferentes temáticas fundamentais do sistema Ocultista sejam abordadas, de molde a que, no final, conjugando os vários artigos, se tenha uma visão integral (pelo menos, assim o esperamos).
Por este motivo, não nos ocupamos, neste artigo, somente da Lemúria e da Raça-Raiz, a 3ª, que lhe correspondeu. Abordamos algo de bastante mais vasto, onde se cruzam a Cosmogénese e a Antropogénese. Afloramos as questões dos Esquemas Planetários, das Cadeias, dos Globos, das Rondas e dos Períodos Mundias, embora em traços muito gerais; e, de forma já mais aproximada (embora sem descermos a pormenores), as coordenadas essenciais da Antropogénese Ocultista e do desenvolvimento das sucessivas Raças-Raiz, e factos mais importantes nelas ocorridos.

Raças e Princípios Humanos
Estamos, então, como já dissemos, no 4º Período Global da 4ª Ronda da 4ª Cadeia. Em A Doutrina Secreta, afirmou Helena P. Blavatsky:


“Cada Ronda traz consigo um desenvolvimento novo e até mesmo uma mudança completa na constituição física, psíquica, mental e espiritual do homem, fazendo evolucionar todos os princípios em escala sempre ascendente” (10).
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(10) Volume I, pág. 205.


Por estarmos agora na 4ª Ronda, (nela) predomina o 4º Princípio, o Kama-Manásico (desejo e mente Inferior); na 5ª Ronda, haverá um excepcional desenvolvimento do 5º Princípio, o Manas (Mente), e, nas 6ª e 7ª Rondas, respectivamente, de Buddhi (6º Princípio) e de Atman (7º Princípio). Analogicamente, um Princípio é mais estimulado em cada Raça-Raiz, embora dentro do condicionalismo do ciclo maior. Na vindoura 6ª Raça, o 6º Princípio será significativamente estimulado mas dentro do condicionalismo do ciclo maior desta 4ª Ronda, que é kama-manásica. Cabe ainda notar que os Princípios podem contar-se de baixo para cima ou, ao contrário, do mais elevado para o inferior. Assim, Atman, pode ser visto como o 1ª ou como o 7º Princípio; Manas, como o 3º ou o 5º Princípio, etc. O 4 é o ponto de equilíbrio, a posição charneira.
Deste modo, na actual Raça, a 5ª, dois Princípios são especialmente estimulados: o Mental, e o Prana ou Força Vital (ou, noutra classificação, o veículo desta Vitalidade – o Duplo Astral ou Linga-Sharira).

A presente Ronda, por ser a 4ª, é a caracteristicamente humana (visto que o Reino Humano é o 4º no Arco Ascendente). É por isso que nela, conforme consta de um dos grandes Princípios da Antropogénese Ocultista, já referidos, o Homem é o paradigma de tudo na Natureza e o indutor de todas as mudanças à sua volta, em todos os diferentes Reinos da Natureza. Ele é de facto o Rei da Criação – mas não, como geralmente se pensa, para abusar ou dizimar, de forma prepotente e arbitrária, espécies dos Reinos inferiores (animais, plantas). Um rei tirano e cruel não é um bom rei…

As Raças Astrais
Vistos estes pressupostos, lembremos ainda um dos dois Princípios fundamentais da Antropogénese Esotérica: “O Corpo Astral (Linga-Sharira) é formado antes do corpo físico denso, servindo o primeiro de modelo para o segundo”.

Ora bem, as duas primeiras Raças foram Raças Astrais ou Etéreas. Assim são habitualmente denominadas na literatura ocultista. De facto, durante esse imenso período de tempo, que abrange muitas dezenas de milhões de anos, o ser humano não havia ainda adquirido um Corpo Físico Denso, sendo o Corpo Astral o seu veículo ou meio de manifestação inferior, mais material.
O Homem da presente Cadeia, Ronda e Período Global encarnou em formas que lhe foram propiciadas por uma Hierarquia Criadora de seres habitualmente designados por Pitris Lunares. A palavra “Pitris” significa “progenitores, ancestrais”. Devido a razões que não podemos desenvolver aqui (pois necessitaríamos de nos alargar muito), o termo “Lunares” advém do facto de, por um lado, essas entidades terem sido Humanas na anterior Cadeia, a chamada Cadeia Lunar; e, por outro lado, de as formas cujos moldes criaram e precipitaram, para serem utilizadas pela Humanidade das primeiras Raças, serem as dos Princípios lunares: o Kama (desejo; psiquismo inferior; emoção e mentalidade animal) e o Linga-Sharira (Duplo Astral, mais tarde chamado também Duplo Etérico).

Os Pitris Lunares são igualmente designados, na literatura sagrada da Índia, por Pitris Barhishads. Esta última palavra significa “o que está assente sobre o fogo”. Ora, o Fogo é um símbolo do Mental, do Mental Criador, do Manas Superior. Assim, estes seres, a partir do seu Princípio Mental, pelo poder da vontade mental criadora (Kryiashakti) geraram à volta de si mesmo, por sucessiva materialização, qual uma lagarta no casulo, as formas lunares, o Kama e, depois, o Linga-Sharira (11).
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(11) Afirma-se por vezes que os Pitris Lunares eram desprovidos do Princípio Mental. No entanto, tal só pode ser entendido no sentido de que eles não eram ainda capazes de o exsudar para a Humanidade, por nele não terem domínio suficiente. Obviamente, porém, que tinham activo o Princípio Mental.

Ao envolverem-se (ao encarnarem, por outras palavras) nessas formas, os Pitris Lunares geraram o modelo, a matriz, e deram o impulso para que a natureza, tendo esse modelo e esse “empurrão” como ponto de partida, pudesse vir a reproduzir os padrões do que viria a ser o Quaternário Inferior do Homem: o Kama(-Manas), o Prana, o Linga-Sharira e o Sthula-Sharira ou Corpo Físico Denso. Na Primeira Raça, quando este trabalho foi realizado, a materialização não chegou ao Plano Físico, à formação de um veículo físico denso, nem tão pouco na Raça seguinte. Tal só veio acontecer a meio da Terceira Raça, a Lemuriana. De facto, a forma Astral precedeu a Física, servindo-lhe de molde, de padrão. O Linga-Sharira é, justamente, o Corpo-Modelo, o Corpo-Padrão; a Alma Astral, que resulta da intercessão dos Princípios Lunares (Kama-Manas e Linga-Sharira), é o protótipo causador e formativo do Corpo Físico.
De qualquer modo, os Pitris Lunares não podiam “dar” ao homem o Princípio Mental, e só mais tarde seria o tempo para que esse Princípio mediador pudesse ser despertado. Assim, o homem das duas primeiras Raças tinha um hiato entre a sua natureza espiritual e a sua natureza lunar, dada a inibição do Princípio Mental que permite uni-las.

Compreende-se, assim, que o homem da Primeira Raça fosse “um ser etéreo – não-inteligente, mas super-espiritual. (…) E, como o animal e o vegetal, ele desenvolve corpos monstruosos, que correspondem ao seu ambiente grosseiro”; e que o homem da Segunda Raça “ainda é [fosse] gigantesco e etéreo, mas adquirindo mais firmeza e densidade corporal – um homem mais físico e, no entanto, ainda menos inteligente do que espiritual” (12).
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(12) Cartas dos Mahatmas a A. P. Sinnett, Vol. I, 283. Embora estas palavras tenham literalmente sido escritas referindo-se às Rondas, elas aplicam-se também, por analogia e correspondência, às Raças. Aliás, as três primeiras Raças recapitulam, à escala, as três primeiras Rondas.


A Importância do Princípio Mental
Isto significa que a manifestação do ser humano, ao descer aos mundos de progressiva materialidade, implica um percurso desde os níveis espirituais, que se projectam para os níveis inferiores, à medida que a forma em que encarna se vai densificando; e, com isto, dá-se uma perda da polarização espiritual (espiritual MAS inconsciente) da entidade humana. Esta descida e materialização, bem como o acordar desde uma vivência muito subjectiva para uma crescente resposta aos impactos do mundo objectivo, destina-se a permitir o desabrochar da inteligência, da consciência individual e da auto-consciência. O despertar e desenvolvimento mental começará por se fazer à custa dessa espiritualidade inconsciente ou passiva. Mais tarde, na consumação evolutiva humana, a inteligência objectiva, assim adquirida, enriquecerá e irá energizar e activar a natureza espiritual (a Mónada; a díade Buddhi-Atman) que, deste modo, alcançou consciência de si mesma, através do contacto com a manifestação ou expressão de outras Mónadas, que moldam o mundo externo, objectivo. Resumindo este processo, escreveu Helena P. Blavatsky “A primeira Humanidade foi, portanto, uma pálida cópia dos seus Progenitores; demasiado material, apesar de Etérea, para constituir uma Hierarquia de Deuses; demasiado espiritual e pura, para constituir Homens – possuindo, como possuía, todas as perfeições negativas (nirguna]. A perfeição, para que o seja verdadeiramente, deve nascer da imperfeição; o incorruptível deve ter a sua imagem no corruptível, que será o seu veículo, base e contraste” (13).
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(13) A Doutrina Secreta, Vol. III, pág. 110. Este é igualmente um axioma alquimista.

Deste modo, o desenvolvimento mental começa por ser concomitante com o aumento de materialidade, para acabar por ser um factor de enriquecimento dos Princípios mais elevados, quando o “aroma” (apenas a natureza mais elevada) de Manas é absorvido pela díade espiritual, Buddhi-Atman. Tal é o resultado e a justificação da ligação que o Mental faz e permite entre o Eu Espiritual e as formas inferiores.

Os Grandes Eventos da 3ª Raça-Raiz
Essa ligação só vem a ser estabelecida na 4ª Ronda e, particularmente, na 3ª Raça-Raiz, a Lemuriana. É um evento – ou antes, um conjunto coligado de eventos – que representa, porventura, o momento mais importante de todo o percurso da nossa Humanidade. Com efeito, a meio da 3ª Raça-Raiz, uma elevada ordem de Seres, os Kumara (14), integrantes de uma grande Hierarquia Criadora (designada por vários nomes: os Agnishvattas, Filhos do Fogo, Senhores da Mente, Senhores da Chama, Manasaputras, Filhos de Mahat, etc.) encetaram um trabalho com a nossa Humanidade, preenchendo o hiato entre o Homem Espiritual e o Homem Lunar, despertando o Princípio Mental que entre eles medeia. Eles como que encarnaram nesta Humanidade (na Humanidade como um todo e, individualmente, em algumas das suas unidades mais avançadas (15)), alentando, oxigenando, vivificando o fogo da Mente. Os gregos personificaram estes grandes Seres em Prometeu. Tornaram, assim, o Homem num ser integrado, total, nos seus 7 Princípios – um ser em que “o mais elevado espírito e a mais densa matéria estão unidos pelo fogo da mente”, conforme o axioma ocultista. Os sem mente, homens-animais, passaram então da fase infantil para a sua adolescência, começando a ser responsáveis, a comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, a escolher um fruto ou outro, a poder acertar conscientemente ou a errar também de forma consciente – a “pecar”. E, enfim, aterraram, definitivamente, no plano físico: “Quando o homem se densificou, começou no Astral e depois, na medida em que foi capaz de se concretizar em baixo, por analogia, fez a sua ligação em cima, através do mental. Inicialmente destituído de corpo denso e do mental, o homem em formação, quando desceu para ser terrestre, subiu para ser mental” (16).
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(14) Dos quais se fala, nomeadamente, nos Puranas. É importante referir isto porque os ecos da Eterna Sabedoria expressaram-se em diferentes textos religiosos ou filosóficos das grandes Tradições. Tomemos isto em conta, em vez de nos perdermos em febres de revelações sensacionalistas…
(15) Em alguns casos, houve uma encarnação directa. Na maioria entre a humanidade, contudo, houve apenas uma activação do 5º Princípio (o Mental), pela influência desses Grandes seres.
(16) Humberto Álvares da Costa, “Evolucionismo. Como foi Gerado o Homem” Portugal Teosófico, nº 79, STP, Lisboa, 2000.

Repare-se que estes acontecimentos se verificaram numa Raça-Raiz que tem correspondência com os 3º e 5º Princípios. E, assim, densificou-se o 3º Princípio (Corpo Astral) e fez-se afluir ao nível físico a vitalidade que por ele passa (sendo a Vitalidade, noutra classificação, o 3º Princípio); e, concomitantemente, foi estimulado o 5º Princípio (o Manásico). Mais ainda: isto ocorreu na 4ª Sub-Raça da 3ª Raça; e o 4 é sempre o factor de ligação. Ora, foi então que o Homem Espiritual e o Homem Inferior chegaram a unir-se. . .

Ecos na Bíblia
No livro do Genesis, na Bíblia judaico-cristã, estes magnos eventos estão aludidos, particularmente no Capítulo III. Vejamos os primeiros versículos: “A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha formado. Ela disse à mulher: ‘É verdade que Deus vos proibiu comer do fruto de toda a árvore do jardim?’. A mulher respondeu-lhes: ‘Podemos comer do fruto das árvores do jardim. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: ‘Vós não comereis dele, nem o tocareis, para que não morrais’. ‘Oh, não! – tornou a serpente – vós não morrereis. Mas Deus bem sabe que, no dia em que dele comerdes, os vossos olhos se abrirão, e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal’. A mulher, vendo que o fruto da árvore era bom, de agradável aspecto e mui apropriado para abrir a inteligência, tomou dele, comeu, e o apresentou também ao seu marido, que comeu igualmente”.

Note-se que a tradução “Senhor Deus” é uma falsificação generalizada. Quem criou o homem e a terra e até os céus, não foi o/um Deus Uno mas hierarquias de poderes criadores. Refira-se ainda que o Princípio da Inteligência Objectiva é feminino, logo, coligado com a mulher. Na Árvore da Vida, radica em Binah, o topo da Coluna do Rigor, da Ordenação, da medida, da regra…

Aí estão os ecos, desfigurados, de um ensinamento imemorial (17). Vendo, além da letra que mata, o sentido esotérico, a Serpente representa os elevados Seres a que acima referimos, os Dragões de Sabedoria, como também são conhecidos. A “tentação”, na realidade, não constituiu um mal em si mesma; antes representa, sim, uma promessa de Luz. Lúcifer é, etimologicamente, “o Portador da Luz” – apesar de ter sido amaldiçoado pelas interpretações desvirtuadas das teologias exotéricas. A Humanidade precisava, no seu percurso evolutivo, de sair da idade infantil – na qual não pecava por inocência, por falta de inteligência, por incapacidade de discernir – e de se dotar de mentalidade e de consciência individual – com o inerente ónus de discernir e escolher entre o bem e o mal, que passou a conhecer. Como é normal na adolescência, as escolhas podem ser frequentemente erradas; mas, em si mesmo, o facto de se poder escolher, é bom e necessário. É uma fase de crescimento. A partir de então, se é verdade que se contrai a responsabilidade kármica da escolha nociva, também é verdade que, em vez da inocência passiva desprovida de mérito, pode manifestar-se a meritória bondade activa. Diabolizar esse gigantesco passo colectivo em frente, como fazem as erróneas interpretações exotéricas, sempre hostis à luz da Inteligência e do Conhecimento, é um erro tão primário quanto aquele que cometeriam quaisquer pais que quisessem impedir a maturação dos seus filhos (maturação que implica o atravessar da fase turbulenta da adolescência), pretendendo que se conservassem sempre como crianças inconscientes, por si dominadas e conduzidas. “Graças àquela revolta da vida intelectual contra a inactividade mórbida do espírito puro, é que hoje somos o que somos – homens autoconscientes, pensantes, possuindo em nós mesmos as capacidades e os atributos dos Deuses, tanto para o bem como para o mal. Os Rebeldes são, portanto, os nossos Salvadores. Que os filósofos meditem sobre isso, e mais de um mistério se tornará claro para eles. Não é senão pela vis attractiva dos contrastes que os dois opostos – Espírito e Matéria – podem ser cimentados entre si, na Terra, e, fundidos no fogo da experiência consciente e do sofrimento, encontrar-se unidos na Eternidade” (18).
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(17) Cfr. o artigo “Adão e Eva – Desfiguração de um Segredo Arcano”, de Isabel Nunes Governo, Biosofia, nº 25, Centro Lusitano de Unificação Cultural, Lisboa, 2005.
(18) A Doutrina Secreta, Vol. III, pág. 117.

No relato bíblico, deparamo-nos com outros factos co-relacionados, atinentes à 3ª Raça-Raiz:

* Antes mesmo do relato da “tentação” pela serpente, temos a criação de Eva ou, antes, a separação de Adão e Eva (cfr. 2: 18 a 2:25). De facto, é nesta mesma época (Lemuriana), concomitante com o trabalho dos Senhores Kumara, que se dá a separação dos sexos (19). O contraste de opostos pode ter um papel motriz em qualquer processo evolutivo. Assim, durante um período da nossa evolução, tal acontece com a “oposição” de dois sexos, até que a Humanidade venha a adquirir um carácter andrógino algures no futuro. . .
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(19) A Humanidade passou por diversas fazes de caracterização sexual e de reprodução. Em A Doutrina Secreta, Vol. III, págs. 148 e 140, escreveu H. P. Blavatsky: “A separação dos sexos deu-se na Terceira Raça. De assexual que era a princípio, a Humanidade passou a hermafrodita ou bissexual, e finalmente o Ovo humano começou a dar nascimento, de modo gradual e quase imperceptível no seu processo evolutivo, primeiramente a seres nos quais predominava um dos dois sexos, e por último a homens e mulheres diferenciados. (…) A reprodução bissexual é uma evolução, uma forma especializada e aperfeiçoada, na escala da matéria, do acto de produção fissípara”.

Em hebraico, Jah é “o nome divino de Chokmah … uma potência activa masculina” (20). Por sua vez, Havah ou Hevah designa a potência feminina. Helena Blavatsky define assim os seguintes termos, que põe em evidência um mundo de significados que escapam às interpretações literais das Escrituras:
“Jah-Eve (Jah-Eva) – Um ser hermafrodita, ou seja, a forma primitiva da humanidade, o Adão terrestre original.
Jah-Hevah – O primeiro andrógino divino; ao se dividir nos dois sexos, ou seja, homem e mulher, tornou-se Hah-Heva.
Jah-Hovah – Vida masculina e vida feminina; macho e fêmea. Esta palavra composta indica que, quando “ ‘os homens passaram a chamar-se Jehovah’ ou Jah-Hovah (Genesis, 4: 26), começou a raça humana com sexos distintos. Jah-Hovah equivale a Jehovah.

Jehovah-Eva – Adão-Kadmon [o Homem Arquetípico] divide-se em duas metades, macho e fêmea, convertendo-se desta forma em Jah-Hovah ou Jehovah-Eva” (21).
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(20) Helena Blavatsky, Glossário Teosófico (Ed. Ground, São Paulo).
(21) Idem.

A frase “os homens passaram a chamar-se Hehovah” (Gensesis, 4: 26) é, como tantas vezes acontece, retocada nas traduções exotéricas, das religiosidades da letra morta, para algo como: “E o nome do Senhor passou a ser invocado desde então”.
* Depois de Adão e Eva comerem do fruto proibido, “os seus olhos abriram-se; e, vendo que estavam nus, tomaram folhas de figueira, ligaram-nas e fizeram cinturas para si” (Genesis, 3: 7).

Neste simples versículo, muitos importantes significados estão contidos. A abertura dos olhos é simultaneamente física e mental. A visão é o sentido que, esotericamente, está em correspondência com o Mental. Repare-se que “o fruto da árvore … mui apropriado para abrir a inteligência” é habitualmente representado como uma maçã. Ora, “A maçã é o fruto, por excelência, significativo da Mente (libertadora), o princípio de Manas, e primeiro degrau da Tríade superior (espiritual, redentora e imortal), em contraposição com o Quaternário inferior (material e perecível). Este símbolo muito provavelmente assenta na configuração pentagonal dos alvéolos das suas sementes, alusiva ao 5º princípio (Manas) na escala septenária dos princípios do Homem. No âmago da maçã (abrindo-a transversalmente), podemos ver claramente um pentágono cujas pétalas contêm as preciosas sementes, alusivas às sementes da Mente doadas pelos Kumâras” (22). Assim, a Humanidade adquiriu a capacidade do conhecimento objectivo, passando a relacionar-se concretamente com o mundo externo, objectivo e físico, a interpretá-lo (mentalmente), a dele receber influências definidas, ao mesmo tempo o influenciando e modificando. O sentido da visão é aquele que é desenvolvido na 3ª Raça-Raiz. Está aqui também aludida a densificação do ser humano: o seu corpo físico vai-se consolidando; os tipos etéreos das Primeiras Raças vão ficando para trás. O máximo de densificação vai-se atingir, naturalmente na 4ª Raça-Raiz.
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(22) Excerto do artigo referido na nota 17.

A verificação de que estavam nus decorre das aludidas abertura da visão para o mundo objectivo e densificação da forma humana (é por causa dessa densificação que, simbolicamente, da terra é necessário tirar, penosamente o sustento; ver Genesis, 3: 17); mas, acompanhada do sentimento de “vergonha”, prende-se ao despertar do impulso para o encontro sexual. O acto sexual vem a tornar-se o factor de reprodução. Como já se aflorou, outros modos existiram nas duas primeiras Raças e em parte da 3ª Raça-Raiz. A reprodução por esta via sexual coexistiu ainda, durante algum tempo, na nossa Humanidade, com outras formas.
* Passa a sentir-se definidamente o fenómeno da morte. Até então, nas Raças e sub-Raças anteriores, o ciclo encarnação-desencarnação era quase imperceptível, próprio do estado ainda bastante subjectivo e onírico em que os homens viviam. Suave era a passagem pelos véus da morte. Agora, soam as palavras terríveis: “… até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e em pó te hás de tornar” (Genesis, 3:19; ver também 5:4). A partir de então, passa a haver a consciência de que há morte, de que há um termo para a existência – para cada existência – física. Tal acarreta angústia (o que é, tantas vezes, um potenciador evolutivo) mas, sobretudo, coloca-nos na frente a ideia de prazos. O ser humano sente-se instado a avançar…

Dados da Sabedoria Esotérica
Muito sucintamente, gostaríamos ainda de referir que é a partir deste momento que a Hierarquia dos Agnishvattas assumiu o governo oculto da Terra, dando origem à Grande Fraternidade que permanece até hoje – com os seus vários graus de Mestres de Sabedoria e Compaixão e seus discípulos – e que continuará, pelos séculos e milénios afora, a velar pela evolução de tudo quanto neste globo tem o seu lar.

A Raça-Raiz lemuriana foi uma época de gigantismo: o ser humano tinha uma estatura muito superior à de hoje e, visto que é o paradigma de todos os outros Reinos da Natureza (pelo menos dos que estão abaixo de si), do mesmo modo era gigantesca a fauna e a flora que o rodeavam. Até as montanhas eram gigantescas. Quando Fernão de Magalhães e a sua tripulação chegaram à Patagónia (região que outrora integrou a Lemúria), na sua viagem de circum-navegação, encontraram seres humanos a quem os europeus davam pela cintura. As tradições sobre Titãs e Gigantes estão universalmente disseminadas (na Bíblia, ver Genesis, 6:4).
O ser humano viveu, por exemplo, entre os grandes sáurios. Antes que, há cerca de 200 anos, a Ciência moderna redescobrisse a existência desses répteis, as mais diferentes civilizações e culturas tinham registos acerca dos dragões…
Por certo, estas afirmações da Sabedoria Oculta podem parecer delirantes, e mais ainda se dissermos que existiam homens ou proto-homens há 18, há 45, há 150 milhões de anos (desde há 18 milhões, a humanidade física; antes, a Humanidade astral). Entretanto, a Ciência Esotérica pode argumentar ponto por ponto para defender as suas teses; e quem o quiser verificar, pode ler A Doutrina Secreta ou, ainda, As Cartas dos Mahatmas.
Há algumas décadas, éramos ensinados nas escolas que o Homem tinha 600.000 anos. Hoje em dia, parece que vamos em 4, 5 milhões de anos, sete ou oito vezes mais… Veja-se a que ritmo se multiplicou a suposta idade do homem! São as luzes e sombras do método indutivo. Não pretendemos com isto atacar a Ciência dita experimental. O seu esforço de conhecimento é meritório. Certamente, em muitos aspectos, realizou extraordinárias conquistas. Ajudou a disciplinar a mente humana, exigindo rigor e objectividade. Contribuiu para dissipar superstições insensatas. Os grandes cientistas são humildes, justamente porque sabem como o que hoje são modelos aceites e aparentemente sólidos, podem amanhã estar reduzidos a escombros. A arrogância vem quase sempre de quem fala em Ciência mas, na verdade, não está a par dos seus avanços, dos seus debates e, até, dos seus desaires ou perplexidades.
Se, entretanto, em metade de um século, se multiplicou por sete ou oito vezes a idade estimada do homem, quer dizer que um dia se encontrarão restos humanos de há 30 ou 50 ou 170 milhões de anos? Não, não encontrarão (de resto, é questionável que certas ossadas catalogadas como humanas o sejam realmente; mas… adiante). Uma das razões por que não se encontrarão, já antes foi aludida a propósito da submersão dos continentes. Acrescem outras, contudo. A mais importante é que nas primeiras Raças, o ser humano, como dissemos, não tinha ainda chegado a densificar-se (uma designação, em literatura hindu, para homens da 2ª Raça é, significativamente, “os sem ossos”). Mesmo na Terceira Raça, o processo de densificação foi gradual e muito estendido no tempo. Poderão encontrar-se restos de homens de há 15 milhões de anos mas não de há 70 milhões de anos. E mesmo para os primeiros serem reconhecidos e aceites oficialmente como tais – mais até, para serem procurados, nas correspondentes camadas geológicas –, é preciso que antes se estilhaçassem alguns preconcebidos que o Ocultismo considera errados.

A Atlântida e a 4ª Raça-Raiz
Há cerca de 9 milhões de anos teve início o período específico da 4ª Raça-Raiz, que assentou na Atlântida. Foi a primeira Raça totalmente Física (a 3ª Raça foi ainda parcialmente etérea, ou seja, nas primeiras sub-Raças) e constituiu o ponto de maior materialidade alcançada. O 4º Globo da Cadeia Planetária é o mais denso de todos; também o são, por analogia, a 4ª Ronda e a 4ª Raça-Raiz.

Nesta Raça, verificou-se um importante desenvolvimento mental, embora na sua natureza inferior, Kama-Manásica, isto é, manifestando-se egoisticamente como astúcia. Desenvolveu-se a linguagem e o sentido do Gosto.
Como nas últimas sub-raças (nomeadamente a 6ª e a 7ª) da Lemúria, também nesta 4ª Raça-Raiz se desenvolveram algumas civilizações notáveis. Não nos vamos alargar aqui na sua apreciação. Diremos apenas que (longe das fantasias que fazem da Atlântida o cadinho de todos os prodígios mirabolantes) afirmam o Ocultismo e os registos, escritos ou orais, dos mais diferentes povos, que civilizações, conhecimentos, conquistas e edificações de grande monta tiveram lugar em idades remotas. As artes e ciências desenvolveram-se sobre a direcção das “Dinastias Divinas”. O orgulho exclusivista de pensarmos que civilização, conhecimento, ciência e mesmo técnica é apanágio somente dos últimos séculos e, ainda assim, confinados ao Ocidente, é rejeitado pela Eterna Sabedoria. Mesmo sobre as excelências da actual civilização, os séculos ou milénios futuros certamente serão melhores juizes, porque mais imparciais.

No final da Terceira Raça-Raiz e, depois, na Quarta Raça-Raiz (a Atlante), a “maioria da humanidade caíra no pecado e na iniquidade” (23). Isto é a consequência possível da densificação, da polarização sexual e, no caso da 4ª Raça-Raiz, da predominância do 4º Princípio, o Kama-Manas. Este é o nível do desejo, da astúcia, da mentalidade animal. Nesta Raça, verificou-se, em muitos, a satisfação desenfreada de paixões bestiais. Proliferaram as uniões contranatura, nomeadamente, com animais. Enquanto uma parte dos seres humanos, subjugando os seus Princípios inferiores, se uniram aos “Filhos da Luz”, e desenvolveram concepções elevadas do Universo e da Natureza, outros “caíram, vítimas das suas naturezas inferiores, [e] converteram-se em escravos da Matéria. De ‘Filhos da Luz e da Sabedoria’ que eram, passaram a ‘Filhos das Trevas’” (24). Desenvolveram cultos fálicos, para os quais ergueram templos e adoptaram concepções antropomórficas, que são as antepassadas do antropomorfismo da religiosidade exotérica que chegou até nós. Começaram os sacrifícios ao Deus da Matéria.
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(23) A Doutrina Secreta, Vol. III, pág. 337
(24) Idem, pág. 290.


Parte da Humanidade enveredou, assim, consequentemente, pelo mau uso dos poderes psíquicos (para fim egoístas e nocivos), ou seja, pela magia negra (muitas vezes de matriz sexual). Isto levou à luta dos Adeptos da Quinta Raça nascente com “os Feiticeiros da Atlântida, os Demónios do Abismo, os Insulares rodeados de água, que desapareceram no Dilúvio” (25).
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(25) Ibidem, pág. 402.


Num arquivo da Grande Fraternidade, reproduzido por Helena Blavatsky, estes eventos resumem-se deste modo: “Os homens diminuíram consideravelmente de estatura, e a duração da sua vida decresceu. Havendo decaído quanto ao aspecto divino, eles se mesclaram com as raças animais (…) Muitos adquiriram conhecimentos ilícitos e seguiram voluntariamente a Senda da Esquerda” (26).
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(26) Ibidem, pág.349.

Mais uma vez, estes acontecimentos aparecem, embora palidamente, reflectidos na Bíblia. Quanto à diminuição do tempo de cada existência humana, veja-se, por exemplo, Genesis, 6:3. Relativamente à corrupção da Humanidade e ao Dilúvio, veja-se Genesis, capítulos 6 a 8. Note-se que Noé (referido nestes Capítulos) tem os seus equivalentes-homólogos em formulações religiosas anteriores, nomeadamente no Xisuthrus caldeu.

A 5ª Raça-Raiz e o os Ciclos Vindouros
Quanto à 5ª Raça-Raiz, a actual, emergiu há cerca de um milhão de anos (o seu surgimento está aludido no Capítulo 9 do Genesis bíblico; Noé representa, pois, o Manu-semente da 5ª Raça-Raiz). Caracteriza-se, na correspondência que já assinalámos, por um importante desenvolvimento do Mental, o 5º Princípio (embora este só venha a alcançar um desenvolvimento exponencial na 5ª Ronda, e não na presente 4ª, em que estamos). Por certo, até agora, “A civilização sempre desenvolveu os aspectos físico e intelectual a expensas dos aspectos psíquico e intelectual”, o que muitas vezes tem sido mais uma maldição que uma bênção (27). No entanto, como vimos, esse desenvolvimento é necessário para que, mais tarde, sobre ele assente a manifestação dos dois Princípios superiores, espirituais, Buddhi (Intuição) e Atman (o Espírito Puro).
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(27) Ibidem, pág. 337 e 429.

Grande parte da Humanidade pertence ainda, no seu estágio de desenvolvimento, à 4ª Raça-Raiz (em especial à sua 7ª sub-Raça). Não obstante, atingiu-se já a 5ª sub-Raça da 5ª Raça-Raiz. Inclusive, os primeiros clarões da aurora da 6ª sub-Raça da 5ª Raça já se vislumbram no horizonte; e, sempre pela mesma lei de correspondências numerológicas, o 6º Princípio, Buddhi ou Sabedoria Intuitiva, aflorará mais, elevando-se acima do Mental. Muito mais longe chegará na 6ª Raça; e muito mais ainda, na 7ª Raça.

Ainda assim, estes são ainda degraus intermédios da condição divina que a média da Humanidade (alguns ficarão para trás, no Grande Juízo da 5ª Ronda, e atrasar-se-ão no seu caminho; e outros, por seu turno já se adiantaram mais, do que a média) deverá alcançar na 7ª Ronda. Mesmo então, outras Cadeias, outros Mundos, outros Sistemas, outros Universos imensos permitirão a ascensão pela escada infinita, rumo a patamares de glória que nem as nossas pobres palavras, nem sequer os limitados conceitos mentais, podem compreender e expressar.

José Manuel Anacleto
Presidente do Centro Lusitano de Unificação Cultural

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LEMÚRIA E ATLÂNTIDA


«Poder-se-á perguntar por que motivo não são encontrados vestígios da Lemúria e da Atlântida ou, pelo menos, das civilizações que lá floresceram. Com efeito, em ambas as Raças se desenvolveram civilizações notáveis – por boas ou más razões –, descontando (e afastando, até, decididamente) os exageros ilusórios e sensacionalistas de certa literatura. A esta pergunta, respondeu o Mestre Koot-Hoomi, em 1882:


“Sem dúvida, os geólogos são muito eruditos; mas por que não levar em conta que, sob os continentes sondados e explorados por eles, em cujas entranhas eles encontraram a ‘era eocénica’ e a forçaram a entregar os seus segredos, pode haver, escondidos na profundeza dos insondáveis, ou melhor, dos insondados solos oceânicos, outros continentes muito mais velhos, cujos extractos nunca foram explorados geologicamente; e que eles podem algum dia derrubar completamente as suas teorias actuais… Por que não admitir – a verdade é que nenhum deles jamais pensou nisso – que os nossos continentes actuais, como a ‘Lemúria’ e a ‘Atlântida’, já foram várias vezes submersos e tiveram tempo de reaparecer de novo, produzindo os seus novos grupos humanos e civilizações; e que, na primeira grande transformação geológica, no próximo cataclismo – na série de cataclismos periódicos que ocorre desde o começo até ao final de cada Ronda – os nossos continentes que já passaram por uma autópsia afundarão, e as Lemúrias e Atlântidas se reerguerão? Pense nos geólogos futuros da sexta e sétima raças. Imagine-os cavando profundamente nas entranhas do que foi o Ceilão e Simla, e encontrando instrumentos dos veddhas [aborígenes do antigo Ceilão, actual Sri Lanka]; ou do remoto ancestral dos Pahari [povos montanheses que habitam a área sudoeste do Rio Ganges, na Índia] civilizados – cada objecto dos sectores civilizados da humanidade que habitaram essas regiões tendo sido pulverizado, transformado em pó, pelas grandes massas de geleiras em deslocamento durante o período glacial –, imagine-os encontrando apenas implementos grosseiros como os que são encontrados agora entre aquelas tribos selvagens; e declarando em seguida que durante aquele período o homem primitivo subia às árvores e dormia nelas, e sugava o tutano dos ossos dos animais, depois de quebrá-los (…) e saltando consequentemente para a conclusão de que, no ano de 1882 D.C, a humanidade era composta de ‘animais semelhantes ao homem’, de faces escuras, com barba, ‘com mandíbulas proeminentes e grandes dentes caninos pontiagudos’” (1).


(1) Cartas dos Mahatmas para A. P. Sinnett, Vol. II, pág. 112 (Editora Teosófica, Brasília, 2001). Na altura o Sr. Sinnett, a quem foi dirigida a carta de que foi extraída esta passagem, residia em Simla, na Índia (sendo editor do jornal Pioneer); daí a referência a essa cidade. Sobre o mesmo assunto, ver também O Budismo Esotérico, de A. P. Sinnett (Livraria Clássica Editora, Lisboa, 1916, págs. 107-8; Ed. Pensamento, S. Paulo, 1986, pág. 57).


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ERAS EGÍPCIAS



A Magia da Civilização Egípcia é especial e única no mundo. Seus conhecimentos sobre o mundo dos mortos e dos mistérios dos céus, tornaram os egípcios os verdadeiros precursores da Era de Aquarius. Afinal, o nascimento do Egito ocorreu num signo de AR, assim como a Era na qual estamos entrando agora.





Eras Astrológicas



Sacerdotes de antigas civilizações descobriram um aspecto celestial muito curioso. Eles observaram que a Estrela do Norte trocava de posição constantemente e, após 25.750 anos aproximadamente, ela voltava para sua posição "original", num processo cíclico.



A causa fundamental desta troca de posição é o giro que a Terra faz sobre seu próprio eixo (que tem uma inclinação de 23º 27'), num movimento conhecido como precessão dos equinócios. Esse movimento é lento e leva, mais ou menos, 25.750 anos para completar um ciclo.



Um determinado signo é atravessado a cada 2.146 anos (25.750 anos dividido por 12 signos) e durante esse período (ou era astrológica), o signo em questão influencia toda a humanidade. A transição de uma era para outra pode durar de 30 a 250 anos.



Esotericamente, cada era astrológica teve seu Avatar, ou grande mensageiro, que trouxe uma nova filosofia de vida para o momento. O Avatar da era de Touro foi Krishna, o de Áries foi Moisés (ou Akhenaton) e o de Peixes foi Jesus.



Vários povos esperam a vinda de um salvador para esse final de milênio, um Avatar que comandará o Juízo Final, eliminando todos os vícios da antiga civilização (era de Peixes) e preparando o terreno para um novo mundo (era de Aquarius). Esta idéia ainda é reforçada pelos cristãos que esperam novamente a vinda de Jesus.



Se considerarmos que cada era teve seu Mensageiro Divino, a era que inicia agora (Aquarius) também terá o seu. Os sinais de sua chegada já estão no AR.







As eras astrológicas são:







ERA DE LEÃO (10.914 até 8.768 a.C.)







O fogo representa a transmutação alquímica necessária para a purificação espiritual. Sua representação é a ave mitológica Fênix que renasce das cinzas, mais pura e mais forte do que antes.



Leão caracteriza aquele (ou aquilo) que está à frente do seu tempo; simboliza o poder real e tem o seu regente Amon-Rá (o Sol).



O ponto marcante da Era de Leão foi o mau uso do fogo (poder material oriundo da avançada tecnologia reinante na época) por parte dos atlantis o que ocasionou os cataclismas (9.500 a.C.) que destruíram o continente perdido descrito por Platão.



Segundo o médium norte-americano Edgard Cayce, a tecnologia moderna é apenas uma redescoberta dos conhecimentos uma vez existentes em Atlântida. Embora, os atlantis estivessem muito avançados cientificamente, muitos perderam o vínculo com o mundo espiritual, tornando-se escravos de seus desejos e emoções (filhos de Bestial). Isto levou à uma divisão e destruição do continente atlântico.



Na realidade, antes da destruição final de Atlântida, muitos atlantis migraram para o Egito e foram absorvidos pela cultura local. Sob o comando de um supremo sacerdote de Atlântida, o Egito começou a desenvolver transformações sociais, éticas, morais e religiosas profundas.



Esotericamente falando, o Egito é um fiel depositário dos conhecimentos sagrados de Atlântida, fato esse que poderia explicar o inexplicável: como um país, encravado no meio de um deserto, pôde construir uma civilização tão avançada e gloriosa enquanto que no resto do mundo as civilizações estavam apenas saindo da barbárie.







ERA DE CÂNCER (8.767 até 6.622 a.C.)







A água é o instinto, a fertilidade, a mediunidade e a purificação. É o único elemento que não possui representação humana, somente animais (Peixes, Câncer/caranguejo e Escorpião).



Câncer cresce a partir de experiências anteriores e representa, com toda sua exuberância e energia, o verão (hemisfério norte).



Atlântida, civilização ápice da era de Leão, foi destruída pelo mau uso da energia (fogo de Leão) e afundou (purificação pela água de Câncer) num local incerto. Seus sobreviventes precisaram usar as características da água (fusão, mistura, dissolução e instinto) e saíram à procura de outros lugares para morar(Egito, Índia, Gália, etc.). Essa epopéia é o ponto principal da Era de Câncer: é a reorganização cultural, o dilúvio universal purificador e a renovação espiritual (novas crenças, religiões e deuses).



É interessante notar que praticamente todos os povos do planeta possuem uma lenda ou mito sobre o dilúvio universal onde a água servia como fonte purificadora das raças. Nesses mitos, toda a civilização pré-diluviana existente era destruída e um novo ciclo de evolução era iniciado com os remanescentes bárbaros (exatamente o que aconteceu na Era de Câncer).







ERA DE GÊMEOS (6.622 até 4.476 a.C.)







O ar represente a liberdade, a elevação espiritual e material do homem. É o único elemento do zodíaco que não possui representação animal. Ar é o elemento mais humano, capaz de criar sociedades, fazer uniões e relações, ler, escrever, aprender, etc.



Gêmeos é representado por dois pilares que representam a bestialidade e a civilidade que o homem pode alcançar. Esotericamente, representa o portal do conhecimento (Mercúrio/Hermes Trimegistro/Thoth).



A era de Gêmeos foi marcada por grandes adaptações, já que, o homem estava saindo da barbárie (era de Câncer).



Curiosamente, observa-se nesse período a existência de várias lendas e mitos relacionados a irmãos gêmeos, entre eles, ressalta-se: Osíris (civilidade) e Seth (bestialidade) no Egito; Abel (civilidade) e Caim (bestialidade) na mitologia cristã.



Podemos, portanto, considerar o nascimento do Egito como ocorrendo na Era de Gêmeos (início da lenda de Osíris e Seth, num contraste típico desse signo: alto desenvolvimento do Império Egípcio (civilidade) contrastando com o quase-barbarismo dos demais povos do mundo (bestialidade).







ERA DE TOURO (4.476 até 2.330 a.C.)







A terra representa a percepção a partir de uma realidade própria (o que ela vê é o que ela conhece). Sua preocupação está na concretização de seus desejos básicos de subsistência.



Touro simboliza a matéria, as necessidades básicas, enfim, tudo aquilo que é tangível. É a busca "frenética" pela segurança.



Na Era de Touro a civilização começou a plantar e a cultivar a terra, abandonando a peregrinação e tornando-se sedentária. Como Touro (Terra) é oposto à Escorpião (Água), observa-se uma inter-relação bastante forte entre esses signos: a civilização teve início com o cultivo da terra (touro), estabelecendo-se sempre próxima a um grande rio ou manancial de água (escorpião).



As grandes religiões ligadas à terra surgiram na Era de Touro. O touro foi um animal adorado em vários lugares, principalmente no Egito, como o boi Ápis e a deusa Hathor. O faraó, como líder religioso, era considerado um deus que se comunicava com as forças espirituais, para trazer prosperidade, segurança e boas colheitas para sua terra.



Como não poderia deixar de ser, as ciências tridimensionais (astronomia, matemática, engenharia, medicina, etc.) começaram seu desenvolvimento em Touro.







ERA DE ÁRIES (2.330 até 184 a.C.)







O fogo representa a transmutação alquímica necessária para a purificação espiritual. Sua representação é a ave mitológica Fênix que renasce das cinzas, mais pura e mais forte do que antes.



Áries simboliza o nascimento, o início, o despertar de uma nova realidade. É a prepotência, a impulsividade a independência.



Áries foi a Era das guerras, das conquistas e do poder pessoal dos reis e faraós. As civilizações ligadas à terra (e a Era de Touro) começaram a declinar, entre elas, o Egito.



Nessa era, novos povos começaram a dominar o panorama mundial: judeus, romanos e gregos, entre outros. O sol (símbolo máximo do fogo) é cultuado por várias religiões.



É interessante notar que o Deus do antigo testamento (vigente neste período) era um deus vingativo, masculino e extremamente ligado ao culto do fogo. Foi através de uma "sarça ardente (fogo)" que este Deus manifestou-se para Moisés e ele era glorificado com o sacrifício de carneiros (áries). O próprio Moisés, ao final da era de Touro, quebra um bezerro de ouro simbolizando o fim de uma era e início de outra.



Moisés (Avatar da Era de Áries) tomou uma atitude ativa e decidida ao conduzir os hebreus para a terra prometida, numa postura típica de ariano, isto é, aquele que não aceita ser apenas um assistente dos fatos e circunstâncias, mas sim, deseja (e é) sempre ser o sujeito principal da ação.



Houve o desenvolvimento de grandes centros de comércio e a metalurgia do ferro tornou-se comum (ferro metal de marte, planeta regente de áries)







ERA DE PEIXES (184 a.C. até 1962 d.C.)







A água é o instinto, a fertilidade, a mediunidade e a purificação. É o único elemento que não possui representação humana, somente animais (Peixes, Câncer/caranguejo e Escorpião).



Peixes contém em si a dualidade: o peixe espiritualizado e mártir e o peixe que foge da realidade. É o signo dos visionários, dos futuristas, mas também dos impressionáveis e influenciáveis.



A Era de Peixes é marcada pelo nascimento de Ichthys (peixe) ou Yeshua (salvador), mais conhecido como Jesus. Ele traz a mensagem de um Deus mais bondoso, compreensivo e feminino (típico do elemento água e descrito no Novo Testamento) em contrapartida ao Deus enérgico, irascível e masculino (típico do elemento fogo e descrito no Antigo Testamento) da era anterior, Áries.



A Bíblia cristã é cheia de simbolismo desta era: os apóstolos pescadores, o batismo de Cristo (água), o milagre da duplicação de pães e peixes, etc. Como Jesus é o marco separatório das duas eras (áries/peixes), seus símbolos são o cordeiro e o peixe. Até hoje Cristo é chamado de "o cordeiro de Deus que tirou os pecados do mundo", isto é, redimiu as civilizações da ultrapassada era de Áries e preparou a humanidade para uma nova era que se iniciava (Peixes).



A Era de Peixes aprisionou o Homem em um rígido sistema hierárquico e social (o ter tem mais valor que o ser), do qual ele não conseguiu se libertar. Este aprisionamento foi a causa de muitas lutas religiosas que se observaram nesta era. Por ser um signo de água, Peixes estimulou as conquistas e os descobrimentos marítimos.



Um signo responde ao "chamado" de seu oposto, portanto, o grande problema da era de Peixes foi o esquecimento de seu signo oposto, Virgem; faltou equilíbrio no eixo zodiacal Peixes-Virgem, provocando conseqüências desagradáveis para a humanidade.



Durante Peixes - a era da água (o princípio feminino), desenvolveu-se a Igreja Católica que, como grande MÃE, tinha a função de proteger seu FILHO (o homem) das penalidades impostas pelo severo PAI (Deus). Um dos símbolos usados pela Igreja para acalmar esse Deus (Peixes) foi a Virgem Maria, evidenciando o eixo zodiacal Peixes-Virgem de forma bastante acentuada.



É curioso notar que essa mesma Igreja que renega a astrologia tem todo seu simbolismo baseado em princípios astrológicos.







ERA DE AQUARIUS (1962 até 4.108 d.C.)







O ar represente a liberdade, a elevação espiritual e material do homem. É o único elemento do zodíaco que não possui representação animal. Ar é o elemento mais humano, capaz de criar sociedades, fazer uniões e relações, ler, escrever, aprender, etc.



Aquário dispensa as aparências externas e toma atitude impessoal e objetiva, típica do elemento ar. Tudo que não pode ser mais aproveitado é eliminado. É a procura pelo universal em contrapartida ao individualismo típico de Peixes.



Na Era de Aquarius, signo do elemento ar, novas formas de tecnologia e pensamento irão se impor ao período anterior, pisciano. A partir de 1962 podemos sentir uma influência cada vez maior de aquário: ocultismo, ufologia, faculdades extra-sensoriais, engenharia genética, cibernética, antimatéria, ecologia, etc. É o comportamento original, reformador e progressista desse signo de ar.



Aquarius impulsiona para cima e para frente. A busca pela liberdade global e pessoal se fará presente, a conquista do ar (espaço) será determinante na nova sociedade aquariana, assim como a quebra de velhos dogmas e preceitos da era de Peixes, tais como, hierarquia opressora, o ter torna-se mais importante que o ser, o capitalismo e o socialismo, etc.



Nota-se que a humanidade está mudando. Estamos próximos de uma guinada importante na evolução deste planeta. A proposta da nova Era é criar um mundo novo, de Paz e Amor, começando a mudança pelo coração do homem. Não podemos mais deixar que os outros intercedam por nós (como a Igreja fazia em Peixes), mas sim, precisamos tomar uma atitude mais realista e mudar o nosso próprio "eu".



"Quando a Lua estiver na sétima casa

E Júpiter se alinhar com Marte

Então a paz orientará os planetas

E o amor guiará as estrelas

Esse é o nascer da ERA de AQUARIUS"

ERA MAIA


Diversas civilizações antigas já previam a transição da Terra para uma Nova Era. Em seu livro “As Profecias Maias”, os autores Adrian Gilbert e Maurice Cotterell mostram que o Calendário Sagrado Maia, de 1.366.560 dias, indica um antigo conhecimento do ciclo do Sol e seus efeitos sobre a raça humana. Eles exploram, em sua pesquisa, a lenda do Quetzalcoatl e as idéias dos maias em relação ao ciclo do Sol.



Os autores demonstram a ligação entre as civilizações pré-colombianas da América Central e do Velho Mundo, em particular a egípcia. Examinando registros arqueológicos, encontraram grandes evidências que ligam as origens da civilização maia com os misterioso continente perdido de Atlântida, o qual teria sido destruído por uma série de catástrofes.



Eles revelam que o Calendário Maia profetiza o fim de nossa era (segundo os maias “Era do Jaguar” ), no ano de 2012 DC. Isto, segundo Cotterell, ocorrerá com uma repentina reversão do campo magnético da Terra.



O México é um país misterioso, que guarda muitos segredos. Em 4 de março de 1519, Hernan Cortes, com 11 navios, 600 soldados da infantaria, 16 cavalos e alguma artilharia, desembarcou próximo à costa que seria conhecida como Vera Cruz. Em 13 de agosto de 1521, ele já havia conquistado o Império Astesca, então o mais poderoso estado em todas as Américas. Parte desta conquista estava no erro de identidade. Os astecas e os maias acreditavam que Hernam era um deus chamado Quetzalcoatl, o qual o seu retorno havia sido profetizado.



A Espanha, por outro lado, estava fascinada e apelava para que ele conquistasse o “Novo Mundo”. Para os espanhóis, as religiões indígenas, com seus sacrifícios humanos em grande escala, eram bárbaras e satânicas. Eles desejam o extermínio total dos indígenas; e os que não sucumbiram em batalhas, doenças ou fome, foram forçados pelos espanhóis a se converterem ao catolicismo.



Felizmente, nem todos os espanhóis eram simpáticos à ação de Cortes. Alguns poucos, como Bernardino Sahagun, fez amigos entre os nativos e tentou registrar para a posteridade as crenças e idéias deles. Ele descobriu que o centro da filosofia nativa era a crença no ciclo natural do tempo e o temor de que algum dia, o mundo teria fim. Os nativos acreditavam que o Sol, ao qual dedicavam seus sacrifícios, deveria um dia dar-lhes força vital, quando chegasse o fim da quinta e última era dos humanos na Terra.



A civilização asteca contava os dias de acordo com dois calendários, um com o ano de 365 dias e outro, com 260 dias. Cada dia tinha dois nomes, de acordo com cada calendário. O período de 52 anos, era conhecido como o Século Asteca. No final de cada “século”, eles deixavam suas cidades, subiam ao topo das montanhas, e ansiosamente ficavam a olhar as estrelas, observando a constelação das Plêiades. Os astecas celebravam o nascimento de um novo “século” com regozijo e com o acendimento de fogueiras, significando o renascimento do mundo.



Muitos documentos dos nativos meso-americanos foram destruídos no período da ocupação espanhola, mas alguns preciosos manuscritos e algumas relíquias foram salvos da destruição, escondidos pelos indígenas ou enviados à Europa para presentear o rei da Espanha. O mais importante destes manuscritos era o Código Dresden (Dresden Code). Este estranho livro, escrito em desconhecidos hieroglifos, foi decodificado em 1880, na Alemanha. Por um extraordinário processo investigativo, foi quebrado o código, tornando-se possível aos pesquisadores e exploradores traduzir muitas inscrições encontradas nas ruínas e antigos artefatos maias.



Descobriu-se que o Código Dresden foi concebido com conhecimentos astronômicos, apresentando detalhadas tabelas de eclipses da Lua e outros fenômenos. Foi encontrada também a evidência de um mágico número (1.366.560 dias), o qual poderia ser fatorizado nos dois ciclos anuais usados pelos maias, o sagrado calendário tzolkin de 260 dias; e o outro, o Haab, de 365 dias. Também descobriram que os maias tinham outro sistema de contagem de dias chamado de “Nascimento de Vênus”. Este calendário era dividido em meses (uinals) de 20 dias; e anos (tuns) de 360 dias; e longos períodos de 7.200 dias (katun) e de 144.000 dias (baktun). O número 13 era magicamente importante para eles, que acreditavam que, com o nascimento de Vênus, após 13 longos períodos (baktun), o mundo chegaria ao fim. Pesquisando esta data referencial, as profecias maias indicam a data de 22 de dezembro 2012 como o fim do mundo.



Em 1986, Maurice Cotterell expôs uma revolucionária teoria, concernente a astrologia e aos ciclos solares. Ele suspeitou que a variação dos campos magnéticos do Sol traz conseqüências à vida na Terra. O Sol tem um complexo campo de giros e balanços em sua própria órbita. Há a suspeita de que estes giros aumentam as manchas solares. O número, tamanho e localização destas manchas constantemente se modificam, promovendo efeitos no campo magnético da Terra. Trabalhando no Instituto de Tecnologia de Cranfield, Cotterel desenvolveu um programa que processou as observações dos campos magnéticos da Terra e do Sol. Ele chegou a gráficos que mostram ciclos de 1.366.560 dias, o mesmo número de dias previsto no Código Dresden. Mais recentemente, em seu trabalho denominado Astrogenetics, ele mostra que fertilidade humana tem relação com as manchas solares, e que o Calendário Maia não foi elaborado arbitrariamente, mas baseado nos efeitos das manchas solares.



Cotterell encontrou em 1994, Adrian Gilbert, autor de um livro sobre as pirâmides egípcas, denominado The Orion Mystery. Gilbert, como Cotterel, estiveram no México e ficaram fascinados quando descobriram algumas semelhanças culturais entre a civilização Maias e a antiga civilização egípcia, embora as duas estivessem separadas por milhares de anos no tempo. Enquanto os egípcios estudavam os movimentos de Hyades, Orion e da estrela Sirius, os mais estavam maias interessados na constelação das Plêiades.



Os maias, como os astecas, acreditavam ter existido quatro eras antes da sua própria. Gilbert reporta a primeira destas à Atlântida e investigou certas profecias, concluindo que as mesmas relatam a história daquela fantástica civilização desaparecida.





Os maias acreditavam que a humanidade seria conduzida a uma dimensão mais alta no período de tempo que atravessamos. Eles denominavam o fim do ciclo de seu calendário, como o Fim dos Tempos. O fim do Calendário Maia tem sido previsto para o período entre dezembro de 2011, 2012 ou 2013, mas quando estas datas são correlacionadas ao nosso Calendário Gregoriano, o fim poderá ser em torno do ano 2000. Há também correlação com o alinhamento da Terra ao Centro da Galáxia, o que seria o ponto final do Calendário Maia, muito conhecido por ser baseado nos ciclos galáticos.



A convergência deste fatores com a possibilidade de mudança dimensional poderá ocorrer entre julho de 1999 e 5 de maio do ano 2000. Isto porque o núcleo da Via Láctea está agora entrando numa fase cíclica explosiva. Poderosas descargas explosivas ocorrem a cada 10 mil anos ou mais. A última ocorreu em 9.500 AC. Astrofísicos têm observado eventos cíclicos cósmicos no momento. De acordo com La Viollete, assim como muitos outros, “duas super ondas de energia podem estar vindo rapidamente em nossa direção, proveniente do núcleo da Via Láctea”. O satélite Ulisses detectou recentemente nuvens de poeira interestrelar entrando em nosso sistema solar, vindo do centro da galáxia. Como as tempestades solares têm aumentado e devem atingir o seu pico no ano 2000, podemos esperar o aumento de mudanças severas no clima, terremotos e vulcões em nosso planeta. Há ligação direta entre as tempestades solares e o clima na Terra. Podemos aguardar realmente o seu aumento do ano 2000 em diante.



Os astrônomos nos dizem que além de 5 de maio de 2000 muitos dos planetas de nosso sistema solar estarão em perfeito e impressionante alinhamento, o que só ocorre, segundo as estimativas, a cada meio milhão de anos. A combinação do efeito gravitacional e o campo magnético destes planetas causará pressão sobre cada um deles e, desta forma, um significativo das atividades sísmicas e vulcânicas na Terra. Isso também será estimulado pelas tempestades solares. O sismologista Vadim Anfilloff confirma que os movimentos sísmicos de contração estão relacionados ao aumento da pressão interna do núcleo da Terra.



Os cientistas predizem que o próximo ciclo solar será o maior já registrado em toda a história. Mesmo levando-se em conta que o ciclo do Sol não se dará até o ano 2000, já se produziu uma ejeção de enormes coroas de massas solares, jamais registradas. O cientistas estão na expectativa que ocorra a Tempestade Solar do Milênio, possivelmente em torno do ano 2000, o que deve interferir nas bússolas, nos sistemas de rádio, televisão, telefonia, computadores e satélites de comunicação. Linhas de transmissão de energia e sistema de radares também serão afetados.



O pesquisador Stan Deyo relata que em 1991 uma camada exterior da coroa solar desapareceu e o Sol começou a sofrer uma diferente variação em seu espectro de emissões. Devido a estas dramáticas e inesperadas mudanças, os governos do mundo lançaram recentemente um grande número de sondas solares, como parte do Programa de Exploração Solar-Terrestre (ISTP).



O livro “Terra sob Fogo”, de La Viollet, registra a ocorrência antigos eventos numa evidência geológica, a partir do estudo do núcleo das placas de gelo provenientes da Groelândia e da Islândia. Segundo o autor, o que os cientistas encontraram foi a evidência física da mudança da crosta terrestre, do aumento da temperatura e da concentração de poeira radioativa cósmica em nosso planeta; e da possível mudança dos pólos da Terra ocorridos há 9 500 anos AC. Viollet acredita que explosões no núcleo da galáxia afetaram nosso Sol, induzindo o aumento das tempestades solares que afetaram a Terra. Há a possibilidade deste eventos ocorrem novamente.



O pesquisador Nick Fiorenzas assinala que a Terra e o Sol estarão alinhados com o núcleo da Via Láctea possivelmente entre 1999 e 2000. A linha do equador da Terra, elíptica, se alinhará com a elipse do Sol, ao mesmo tempo que ambas estão alinhadas com o núcleo da galáxia. Este alinhamento ocorreu somente quatro vezes durante o ciclo do equinócio. A última configuração similar a esta foi em 9500 AC. Ele acredita que haverá grandes mudanças na Terra, como à época do desaparecimento da Atlântida e do Grande Dilúvio Universal, mas dessa vez, com a possibilidade de mudança dimensional.



Cientistas têm detectado uma massa de energia no núcleo de nossa galáxia. Eles teorizam que esta massa é um portal interdimensional, por onde energias de altas dimensões estarão atravessando e se espalhando por toda Via Láctea. Eles também postulam que todas as galáxias possuem a mesma massa de energia. Em 1992, uma nova freqüência de energia foi detectada, proveniente do núcleo de todas as galáxias conhecidas.



No seu livro “Acordando no Ponto Zero”, Gregg Braden descreve muitas das mudanças ocorridas na Terra e como elas nos afetaram em nosso dia-a-dia. O campo magnético da Terra está diminuindo devido a desaceleração da rotação de nosso planeta. Assim, estamos experimentando a intensificação das nossas emoções e o aumento de nossa dificuldade em lembrarmos de fatos, porque nosso corpo emocional e nossa memória estão associados ao campo magnético da Terra. Braden também reafirma a teoria da “Ressonância de Freqüência de Schulman”, e que ela está aumentando e, por isso, temos a impressão de que o tempo está passando mais rápido. Isso também tende a nos trazer profundas questões emocionais, criando freqüentemente conflitos em nossas relações interpessoais.