domingo, 23 de janeiro de 2011

Mestres do perdão


Eram duas crianças a brincar. Amigos. Vizinhos. Um desfrutava de privilegiada situação social. Toda novidade em matéria de brinquedos lhe chegava, de forma rápida, às mãos.
O outro era o amigo que, por conta justamente da amizade, desfrutava com alegria desses pequenos prazeres da infância.
Naquele dia, a novidade era um trem. Nada sofisticado. Mas um trem de cores vivas que, nas mãos dos garotos logo adquiriu vida.
O trem ia de uma cidade a outra. Com rapidez. Recebia pessoas aqui, deixava outras ali. Transpunha distâncias em segundos, na imaginação fértil dos petizes, dando quase a volta ao mundo.
A geografia não importava muito. Em um momento, estavam numa localidade. Em outro, tinham transposto o mar e se encontravam em outra.
Assim seguia a brincadeira, até o momento em que o amiguinho resolveu que o trem deveria ficar mais tempo em suas mãos.
Afinal, o dono do trem o detinha em demasia. Ele fazia as viagens mais longas, mais emocionantes.
À conta disso, começou uma discussão. O trem é meu, então fico com ele tanto tempo quanto quero!
Mas eu sou seu amigo e seu convidado! Você tem que me deixar dirigir o trem.
E uma pequena disputa se travou. Os dois meninos agarraram o trem, cada um puxando de um lado.
Puxa daqui, puxa dali. O dono do brinquedo puxou com mais vigor. Caiu e o brinquedo lhe bateu na fronte, ferindo-o de leve.
Mas a dor da batida e um pequeno filete de sangue, que logo apareceu, fez com que o choro começasse.
Acudiram mãe e pai. Ao ver o rosto do filho com um hematoma e o sangue, o pai se tomou de ira, gritou com o visitante, fez-lhe ameaças.
O garoto ficou parado, sem entender muito bem toda a questão, pela rapidez com que tudo acontecera.
O amigo chorava, machucado. O pai o colocou ao colo e ia se preparando para sair, rumo ao hospital.
Afinal, pensava, era preciso verificar se algo mais grave não acontecera.
Quando ia transpondo a porta, o ferido levantou o rosto que estava apoiado ao ombro do pai, enxugou as lágrimas e gritou para o amiguinho ainda atônito, sentado no chão:
Ei, não vá embora! Eu volto logo e vamos continuar a brincar.
Então, o pai se deu conta do estardalhaço que fizera por pouca coisa. Limpou o rosto do filho ele mesmo e o entregou de volta à brincadeira.
*  *   *
O fato é mais corriqueiro do que se imagina. Em verdade, pequenas rusgas surgem entre as crianças.
Rusgas que parecem prestes a explodir em agressão.
Entre os adultos, nos envolvemos em situações semelhantes, muitas vezes.
Mas, deveríamos aprender com as crianças, esquecendo logo a dificuldade e retornando ao convívio da amizade ou do trabalho.
Razão tinha mesmo Jesus ao nos dizer que deveríamos nos assemelhar às crianças para conquistarmos o Reino dos Céus.
O Reino dos Céus que se traduz em paz e começa na intimidade de cada um.

Redação do Momento Espírita

O Rosacruz - Iolanda Therezinha Marcier, FRC (Mestre Apis) Hierofante da Ordo Svmmvm Bonvm Fundadora da Ordem de Maat





Feliz daquele que ao despertar pela manhã abre os olhos para um mundo novo e cheio de promessas, agradecendo a Deus por estar vivo. Sorrindo interior e exteriormente, visualiza na tela da sua mente grandes projetos para a evolução da Humanidade e se prepara para realizá-los, dizendo:
- Que haja Paz, Ordem e Progresso! No Universo, na Terra, no meu País, no meu Estado, na minha cidade, na minha rua, na minha casa!
Feliz daquele que acorda todos os dias com tal disposição e caminha com firmeza e determinação por entre pedras cortantes e espinhos pontiagudos que não podem sequer arranhá-lo porque sua aura o protege. Para ele não existem nem adversidades nem inimigos, pois todos são irmãos sob a paternidade de Deus e devem se amar uns aos outros como a si próprios; e os obstáculos que vão aparecendo na estrada da vida ele os abençoa, vendo-os como as provações nas quais se refinará como o ouro no cadinho.
Feliz daquele que extrai das adversidades as lições necessárias à evolução da sua consciência e torna-se capaz de compreender o sentido das iniciações ocultas nos acontecimentos comuns a todas as criaturas. E vê as grandes alegrias contidas nas pequenas coisas, compondo a felicidade permanente. Ele está nu e puro diante da Rosacruz, despido de toda veleidade.
Feliz daquele que ao levantar os olhos para Deus em oração de súplica pede não por si mas pelo seu próximo, sabendo que é parte da Humanidade e que todos somos um.
Este, na verdade, é aquele Rosacruz que ao estender a mão o faz em gesto de paz, empunhando a espada de luz que produz a cura das enfermidades do corpo e da mente em todos os seres vivos voltados para o Bem, e lhes diz, a todos:
- Aceita esta linda rosa que te ofereço como prova de meu amor eterno. O mundo e as coisas do mundo passarão, mas o amor não passará.
Feliz daquele que pode se olhar no espelho sem sentir remorso ou vergonha e que entende que ser humilde não é se humilhar mas, sim compreender no âmago da alma que sem Deus não somos nada e que nada pode ser anteposto ao amor a Deus.
Este, em verdade vos digo, é aquele Rosacruz que ao se defrontar com a morte não a teme, porque sabe que não existe morte – apenas uma breve separação, um portal que se abre de um plano para outro.
Feliz daquele que por ser Rosacruz tem esse conhecimento, acumulado no passado e a cada dia aumentado. Não para si, mas para toda a Humanidade, em nome do Supremo Bem.
Feliz daquele que vê a alegria de Deus na gotinha de orvalho, nos olhos dos bichinhos, nos sorrisos das criancinhas e dos velhos, no otimismo dos moços, nos sonhos de todas as pessoas.
Este é aquele Rosacruz para quem o milagre é algo absolutamente normal. Para ele o milagre da vida não é um enigma. E ele sabe, com certeza absoluta, que simplesmente não existe morte: é uma pausa que faz parte da execução da eterna sinfonia universal, para a perfeita compreensão do significado místico do silêncio.
Feliz daquele que busca no silêncio a comunhão com o Deus do seu coração, o Deus da sua compreensão.
Dele é a Rosa Eterna, que brilha sem corpo físico, na contemplação da Luz Maior, com seu suave perfume.



Texto redigido pela Soror Iolanda em 1995 no Hospital da Ordem Terceira da Penitência, no Rio de Janeiro, após ser informada pelo médico de que iria morrer dentro de poucos meses. Ela recomendou que esse texto fosse divulgado nas proximidades do Terceiro Milênio da Era Cristã. Clique aqui para acessar o Site sobre a Soror Iolanda.

© 2009, . All content copyrighted. All rights reserved. Want to reprint any post? Request please authorization and display please the source.

REFLEXÃO COM CHICO XAVIER


O preço da vitória chama-se luta.

Idéia espírita é lâmpada acesa, para que todos vejamos claro, e a existência
na Terra é caminho para a Esfera Superior.

Não te lastimes se a subida aborrece e cansa, pela cruz que carregas.

Ora pelos que te perseguem e abençoa os que te injuriam.

Quantos julgavam haver aniquilado o Cristo, no alto de um monte, apenas
conseguiram transformá-la em baliza de luz.

   (Obra: Seara dos Médiuns - Chico Xavier/Emmanuel)

Salvação ou Evolução?






É assim que tudo serve, que tudo se encadeia
na Natureza, desde o átomo primitivo até o
arcanjo, que também começou por ser átomo. 1

Todos nós, Espíritos imortais, ao sermos criados, partimos de um mesmo ponto, recebendo como herança a capacidade de progredir, em medida absolutamente igual, em consonância com a indefectível justiça de Deus. Ao longo dos milênios sucessivos, através do esforço evolutivo individual, vamos revelando a luz divina que trazemos dentro de nós, conforme se depreende da recomendação de Jesus: Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens (...). 2
Jesus não teria feito essa recomendação se não soubesse da existência dessa herança divina imanente em todos os seres, cantada com o nome de amor pelo poeta:

O amor em nós, certo, existe

desde o nosso alvorecer,

remontando a priscas eras,

no esboço do nosso ser.

Em estado de latência,

no dealbar da existência,

Deus concede de antemão,

a sua herança bendita,

que a alma busca contrita

nas asas da evolução. 3

A exteriorização mais ou menos intensa dessa herança divina que trazemos é que nos torna diferentes uns dos outros. Só dentro de uma perspectiva evolutiva é que podemos ver um silvícola feroz e um Francisco de Assis como filhos de um mesmo Deus justo, pois o que diferencia esses dois Espíritos não é a sua natureza, a sua origem, mas apenas evolução. As diferenças individuais se originam no homem, não em Deus.
A evolução do Espírito se efetiva através de inúmeras vidas sucessivas, que oferecem-lhe oportunidades variadas de incorporar em si as experiências que o meio lhe propicia, num processo que se pode chamar de desenvolvimento da inteligência e das virtudes que lhe são imanentes. Essa visão da evolução do Espírito é muito clara no Espiritismo.
Em outras religiões reencarnacionistas, a reencarnação é vista apenas como oportunidade de os Espíritos faltosos retornarem à Terra a fim de reparar seus erros ou de concluir aquilo que deixaram inacabado. Admitem, também, a reencarnação de Espíritos mais adiantados, que retornam ao mundo físico em missão, para ensinar o caminho do Bem. Essas religiões não têm a perspectiva evolutiva.
O Espiritismo não nega essas duas situações, indo, todavia, mais além, ensinando que não se reencarna só em missão ou resgate, mas que a reencarnação é absolutamente necessária, indistintamente, a todos os Espíritos, por ser inerente ao processo evolutivo.
Portanto, a reparação de faltas anteriormente cometidas não é vista como punição, mas como elemento essencial da escalada evolutiva rumo à perfeição, a que todos estamos sujeitos. Igualmente, no desempenho de missão sacrificial, o Espírito Superior que a leva a efeito não está fora do processo evolutivo, porque também ele está progredindo, embora nada deva à Terra, tendo o seu retorno sido motivado apenas pelo amor.
No Espiritismo, a reencarnação ocupa lugar de destaque, constituindo-se num dos pilares básicos de toda sua estrutura doutrinária, contrapondo-se frontalmente à tese salvacionista, ensinada por outros setores do Cristianismo. Em verdade, a respeito de salvação, o Espiritismo vai muito além de outras religiões, pois ao nos ensinar que não existem penas eternas, leva-nos a concluir que todos estamos salvos, porque somos cidadãos do Universo, filhos amados de Deus, habitantes da Casa do Pai, conforme ensinou Jesus.
Em verdade, o Mestre nunca apresentou soluções mágicas de salvação gratuita, com base apenas na fé. Pelo contrário, suas lições sempre foram no sentido de acordar a criatura para a necessidade de assumir sua vida, tomando em suas mãos as rédeas do seu próprio destino: (...) renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me. 4
São muitas as recomendações do Mestre no sentido de a criatura despertar para a necessidade de progredir: Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei o bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem. 5 e, mais adiante, continua a recomendação: Sede, pois, vos outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial. 6
E por ser uma doutrina eminentemente evolucionista e não salvacionista é que o Espiritismo prioriza a oração consciente, o estudo, a reflexão, obediente à recomendação do Espírito da Verdade: Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. 7
Assim, se bem atentarmos para a amplitude e profundidade dos ensinamentos de Jesus, veremos que, em última análise, seus ensinamentos se constituem numa ampla proposta de aperfeiçoamento do Espírito, num chamamento ao esforço individual, que não pode ser desenvolvido numa só vida. Por isso, quem medita sobre os ensinamentos e exemplos de Jesus encara o Evangelho não como um livro sagrado que deva ser lido de mãos cruzadas sobre o peito em atitude de reverência, mas o vê como um manual de evolução do Espírito, que traça um roteiro de luz, a ser seguido ao longo de milênios sucessivos.

1 O Livro dos Espíritos, item 540
2 Mateus, cap. 5, vers. 16
3 José Soares Cardoso (Acordes Espirituais)
4 Mateus, cap. 16, vers. 24
5 Mateus, cap. 5, vers. 44
6 Mateus, cap. 5, vers. 48
7 O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 6, item 5


José Passini
Juiz de Fora (MG)

Um voo para a liberdade - cap. 1 do livro Reencarnação - o elo perdido do cristianismo.



Clique em Mostrar Imagens para ouvir o som de fundo e ver as imagens
Um vôo para a liberdade
A cidade de Roma estava abarrotada de gente. Eram peregrinos vindos de toda a Europa para as celebrações do jubileu do ano de 1600, que aconteceriam durante o ano todo. Especialmente naquele dia a população se aglomerava para contemplar um espetáculo singular.
As tochas acesas ao longo do caminho iluminavam a pálida manhã de fevereiro.
O filósofo de 52 anos caminhava lentamente sobre as pedras frias...
Descalço e acorrentado pelo pescoço, vestia um lençol branco estampado com cruzes, demônios e chamas vermelhas.
Aquele homem magro vencia, a passos lentos, os oitocentos metros desde a torre nona, onde estivera encarcerado, e o campo das flores, ampla praça onde seria executado.
Alguns monges seguiam ao seu lado convidando-o ao arrependimento. De tempos a tempos aproximavam o crucifixo dos seus lábios, dando-lhe oportunidade de salvar-se.
A população se acotovelava para ver um herege famoso morrer na fogueira...
Chegando à praça, onde a morte o aguardava, o filósofo se negou mais uma vez a beijar a cruz. Então foi amordaçado, despido e atado a uma estaca de ferro e coberto com lenhas e palhas até o queixo.
O fogo foi ateado. E enquanto as labaredas chamuscavam-lhe a barba e seus pulmões se enchiam de fumaça, Giordano Bruno tinha o olhar fixo no infinito...
Enquanto a pele estalava sob o calor das chamas e o sangue fervia nas veias, o notável filósofo ainda guardava uma convicção: não iria para o inferno.
A certeza de que veria outros sóis, inúmeros mundos celestiais e viajaria através do infinito, lhe davam uma paz indescritível.
Em seu julgamento, no ano de 1592 em Veneza, Giordano Bruno disse aos seus julgadores: "Uma vez que a alma não pode ser encontrada sem o corpo e todavia não é o corpo, pode estar neste ou naquele corpo e passar de corpo em corpo."
Bruno foi morto na fogueira por defender a idéia de que a alma humana poderia, após a morte, retornar a terra num corpo diferente, e até continuar a sua evolução em outros mundos além da terra.
Além da crença na reencarnação, ele defendia a idéia de que o indivíduo pode encontrar a salvação sem a intervenção de terceiros, mas do seu relacionamento direto com Deus, ao longo de sua jornada na terra.
Foi graças as suas convicções que Bruno não titubeou ante a fogueira que o aguardava...
Bastaria apenas beijar a cruz... Mas ele preferiu a liberdade...
Sabia que as chamas nada mais fariam do que enviar sua alma na direção de outros sóis, onde poderia viajar através do infinito...
Você sabia?
Você sabia que muitos pensadores ocidentais defenderam a idéia da reencarnação?
Entre eles está o filósofo francês Voltaire, o filósofo alemão Schopenhauer, o estadista americano Benjamim Franklin, o poeta alemão Goethe, o novelista francês Honoré de Balzac, e outros mais.
Antes de Cristo também encontramos a crença greco-romana na reencarnação com Pitágoras, Platão, Cícero, Virgílio entre outros.
Considerando que uma idéia falsa não sobrevive ao tempo, devemos concluir que a reencarnação é uma verdade que não pode ser apagada, por mais que se tente.

GOTAS DE CHUVA



1939190.jpg

Que as gotas da chuva molhem suavemente o seu rosto,
Que o vento suave refresque seu espírito,
Que o sol ilumine seu coração,
Que as tarefas do dia não sejam um peso nos seus ombros,
E que Deus envolva você no manto do Seu amor.


Que a estrada se abra à sua frente,
Que o vento sopre levemente em suas costas,
Que o sol brilhe morno e suave em sua face,
Que a chuva caia de mansinho em seus campos.
E até que nos encontremos de novo...
Que Deus guarde você na palma da Sua mão.