terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Através da reencarnação



"Fora melhor que não existissem na Terra pedintes e mendigos, na expectativa do agasalho e do pão.


Se é justo deplorar o atraso moral do planeta que ainda acalenta privação e necessidade, examinemos a nós mesmos, quando nos inclinamos para a ambição desvairada, e verificaremos que a penúria, através da reencarnação, é o ensinamento que nos corrige os excessos.
  • Fora melhor não víssemos mutilados e enfermos, suplicando alívio e remédio.

Se é compreensível lastimar as condições da estância física, que ainda expõe semelhantes quadros de sofrimento, observemos o pesado lastro de animalidade que conservamos no próprio ser e reconheceremos que sem as doenças do corpo, através da reencarnação, seria quase impossível aprimorar as faculdades da alma
  • Fora melhor não enxergássemos crianças infelizes, suscitando angústias no lar ou piedade na via pública.

Se é natural comover-nos diante de problemas assim dolorosos, meditemos nos ódios e aversões, conflitos e contendas, que tantas vezes carregamos para além do sepulcro, transformando-nos, depois da morte, em Espíritos vingativos e obsessores, e agradeceremos às Leis Divinas que nos fazem abatidos e pequeninos, através da reencarnação, entregando-nos ao amparo e ao arbítrio daqueles mesmos irmãos a quem ferimos noutras épocas, a fim de que nós, carecentes de tudo na infância, até mesmo da comiseração maternal que nos alimpe e conserve o organismo indefeso, venhamos, por fim, a aprender que a Eterna Sabedoria nos ergueu para o amor imperecível na vida triunfante.

Terra bendita! Terra, que tanta vez malsinamos nos dias de infortúnio ou nos momentos de ignorância, nós te agradecemos as dores e as aflições que nos ofereces, por espólio de nossos próprios erros, e rogamos a Deus nos fortaleça os propósitos de reajuste e aperfeiçoamento, para que, um dia, possamos retribuir-te, de algum modo, os benefícios que nos tem prodigalizado, por milênios de milênios, através da reencarnação!..."



Pelo Espírito Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, in "Estude e Viva", editora FEB.

Mortos Amados/Lembra-te Deles… Emmanuel/Scheilla

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Emmanuel
Na Terra, quando perdemos a companhia de seres amados, ante a visitação da morte sentimo-nos como se nos arrancassem o coração para que se faça alvejado fora do peito.
Ânsia de rever sorrisos que se extinguiram, fome de escutar palavras que emudeceram.
E bastas vezes tudo o que nos resta no mundo íntimo é um veio de lágrimas estanques, sem recursos de evasão pelas fontes dos olhos.
Compreendemos, sim, neste Outro Lado da Vida, o suplício dos que vagueiam entre as paredes do lar ou se imobilizam no espaço exíguo de um túmulo, indagando porquê…
Se varas semelhantes sombras de saudade e distância, se o vazio te atormenta o espírito, asserena-te e ora, como saibas e como possas, desejando a paz e a segurança dos entes inesquecíveis que te antecederam na Vida Maior.
Lembra a criatura querida que não mais te compartilha as experiências no Plano Físico, não por pessoa que desapareceu para sempre e sim à feição de criatura invisível mas não de todo ausente.
Os que rumaram para outros caminhos, além das fronteiras que marcam a desencarnação, também lutam e amam, sofrem e se renovam.
Enfeita-lhes a memória com as melhores lembranças que consigas enfileirar e busca tranqulizá-los com o apoio de tua conformidade e de teu amor.
Se te deixas vencer pela angústia, ao recordar-lhes a imagem, sempre que se vejam em sintonia mental contigo, ei-los que suportam angústia maior, de vez que passam a carregar as próprias aflições sobretaxadas com as tuas.
Compadece-te dos entes amados que te precederam na romagem da Grande Renovação.
Chora, quando não possas evitar o pranto que se te derrama da alma; no entanto, converte quanto possível as próprias lágrimas em bênçãos de trabalho e preces de esperança, porquanto eles todos te ouvem o coração na Vida Superior, sequiosos de se reunirem contigo para o reencontro no trabalho do próprio aperfeiçoamento, à procura do amor sem adeus.
(Do livro “Na Era do Espírito”, Emmanuel, Francisco C. Xavier)
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Scheilla
Lembra-te deles, os chamados mortos que embora invisíveis, não se fizeram ausentes…
Compadece-te daqueles que passaram no mundo sem realizar os sonhos de bondade que lhes vibraram no seio e volve o coração reconhecido para quantos te abençoaram a existência com alguma nota de amor.
Eles avançam para a vanguarda…
Muitas vezes, quando menos felizes, esmolam-te o reconforto de uma oração e, vezes outras, mergulham as dores que os afligem na taça de teu pranto, sequiosos de paz e libertação…
Outros muitos, porém, quais aves triunfantes nas rotas da Eternidade, buscam-te o coração por ninho de afeto que o tempo não destruiu, envolvendo-te o ser no calor de branda carícia para que o desânimo não te entorpeça a faculdade de caminhar…
Lembra-te deles e guarda-lhes a lição.
Ontem, apertavam-te nos braços, partilhando-te a experiência.
Hoje, transferidos de plano, colhem os frutos das espécies que semearam.
Aguça a audição mental e ouvirás o coro de vozes em que se pronunciam. Todos rogam-te esperança e coragem, alargando-te os horizontes. E todos se lembram igualmente de ti, desejando aproveites a riqueza das horas na construção do bem para a doce morada de tua porvindoura alegria, porque, amanhã, estaremos todos novamente reunidos no Lar da União Sublime, sem lágrimas e sem morte.
(Do Livro “Irmãos Unidos”, Scheilla, Francisco Cândido Xavier/Autores Diversos)
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(Do Livro “Irmãos Unidos”, Scheilla, Francisco Cândido Xavier/Autores Diversos)

Carta de Ano Novo - por Emmanuel


Ano Novo é também renovação de nossa oportunidade de aprender, trabalhar e servir.

O tempo, como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para a necessária ascensão. 

Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para execução de velhas promessas, que ainda não tiveste a coragem de cumprir. 

Se tens inimigo, faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação. 

Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente. 

Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir. 

Se a tristeza te requisita, esquece-a e procura a alegria serena da consciência feliz no dever bem cumprido. 

Novo Ano! Novo Dia! 

Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora. 

Recorda que há mais ignorância que maldade, em torno de teu destino. 

Não maldigas, nem condenes. 

Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão. 

Não te desanimes, nem te desconsoles. 

Cultiva o bom ânimo com os que te visitam, dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença. 

Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora: - 

Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros, amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração. 


Livro Vida e Caminho. Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 

Até Moisés






Quando Euclides Brandão desencarnou, aguardava imediato ingresso ao paraíso.

Vivera de Bíblia na mão, consultando textos diversos.



Declarava sempre que os dez mandamentos lhe controlavam a vida.

Em pensamento, embora quisesse o mundo inteiro para si, reverenciava a Deus, não lhe prenunciava debalde o santo nome, observava o descanso dominical, honrava os pais, não matava, não adulterava, não furtava, não cobiçava, de publico, os bens do próximo, não obstante enredar as circunstâncias em seu favor, quanto lhe era possível, e não se entregava aos falsos testemunhos.



Por tudo isso, sentia-se Brandão com direitos líquidos no país da Morte.

Atingindo, porém, o limite, entre este mundo e o outro, em plena alfândega da

espiritualidade, o vosso companheiro surpreendeu-se. Era atendido sem considerações especiais. Naquele vasto recinto de trabalho seletivo, via-se tratado como consulente vulgar numa agencia de informações.



Chamado a esclarecimentos, travou-se entre ele e o funcionário da justiça divina

interessante dialogo, depois das saudações espontâneas:

Não há ordem, determinando minha transferência definitiva para o céu? perguntou, confiadamente.



O interpelado, com jovial expressão, observou após inteirar-se, com pormenores, quanto à sua procedência:

Não foi expedida qualquer resolução superior nesse sentido. O amigo era cristão?

Sem dúvida replicou Euclides, mordido no amor próprio aceitei Jesus integralmente.

Aceitou-o e seguiu-o?

Perfeitamente. Lia-lhe o testamento dia e noite.

Lia-o e praticava-o?

Com a máxima exatidão.

Retirando, porém, os benefícios do Evangelho, aproveitava-se dele para renovar-se em Cristo, revelando-se melhor no aprendizado da sabedoria e da virtude?

Euclides respondeu afirmativamente. E porque se mostrasse um tanto melindrado com as interrogações, o fiscal da esfera superior recomendou-lhe enfileirar alguns dados autobiográficos, o mais sucintamente possível. Pretendia decifrar o enigma.



Encorajado, Brandão foi claro e breve.

Eu disse ele, demonstrando o gosto de exprimir-se invariavelmente na primeira pessoa fui um homem justo na Terra. Sempre guardei cuidado em preservar esta característica de minha personalidade. Se recebia dos outros bondade e respeito, pagava com moedas iguais.

Aos que me agradavam, aquinhoei com as vantagens suscetíveis de serem articuladas com a minha, influência.



Tanto assim que deixei meus haveres a quantos me souberam conquistar simpatia.

A todos, porem, que me fizeram mal, retribuí conforme propunham. Nunca tive inclinação para ajudar malfeitores, porque para eles não há suficientes grades no mundo.

Quando molestado pelos maus, sabia conjugar o verbo corrigir e, se me incomodavam duramente, punia-os com aspereza. Corda e ferro não podem ser esquecidos na melhoria dos homens.



Em sendo perseguido, jamais permiti que os amigos me tomassem dianteira na desforra. Não me calava ante qualquer desafio; por isso, se era convidado a contender, competia-me ganhar as demandas.

Pisado pelos outros, dava o troco, de conformidade com as circunstâncias em que recebia as ofensas.

Nunca perdi tempo, ensinando a delinqüentes e vagabundos o que não desejavam

aprender, e, se às pessoas nobres tratei com generosidade, ofereci aos desonrados a repulsa que mereciam. Quando recebido a flores, improvisava um jardim aos que me favorecessem; mas, se era surpreendido com as pedradas, respondia com uma chuva de pedras.

Fez longa pausa e acentuou:

Não suponha que exerci a justiça com facilidade. Ao homem de minha estirpe, que procura ser equilibrado e cristão, muito ingrata é a experiência terrestre.

Estampou engraçada expressão fisionômica e ajuntou:

Segundo vê, minhas reclamações são oportunas. Se o paraíso não estiver aberto para mim, que andei de Bíblia nas mãos…



O funcionário celeste, bem humorado, interveio para esclarecer:

O plano superior não lhe cerrará a passagem, conquanto, Brandão, a sua justiça não haja conhecido a misericórdia…



Oh! mas nunca assumi compromissos sem consultar os sagrados textos!…

Sim disse o sábio interlocutor , você chegou até Moisés. Voltará naturalmente ao corpo de carne, a fim de prosseguir o aprendizado com Jesus – Cristo.



E, sorridente, acrescentou:

Seu curso está com um atraso de mais de mil e novecentos anos…

Foi ao ouvir este esclarecimento que Euclides baixou a cabeça e calou-se, como quem se dispunha a refletir…


(Luz Acima/ Chico Xavier)