quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ascensão espiritual - Escrito por Adauto Reami





   
Dormindo na “Cidade Luz”, Jacó vê em sonho, a escada que lhe é mostrada, por onde sobem e descem anjos sob a suprema direção do Senhor, que se acha no topo dessa escada e lhe fala: “Eu sou o Senhor, Deus de Abraão e de Isaac; esta terra em que estas deitado, te darei e aos teus descendentes, que serão tão numerosos como as areias do mar e estarei contigo e te guardarei onde quer que estejas e por onde quer que fores, porque não te deixarei.
Jacó desperta e admira-se que o Senhor ali estivesse; tomou aquela pedra sobre a qual reclinara a cabeça, colocou-a como a coluna que deve prevalecer, derramou sobre ela o azeite que é o símbolo da fé e chamou aquele lugar de Betel (Casa de Deus), onde antes o nome era Cidade da Luz”. (Gênese 28: 10 a 22).
Comparemos o sonho de Jacó com a parábola do filósofo: “No meio de uma cadeia de montanhas, eleva-se aos ares um pico isolado, sobre o qual se percebe um antigo edifício. Um ousado viajante traça um projeto de o escalar. As ervinhas suspensas aos flancos dos precipícios, um tronco carunchoso, uma pedra movediça, tudo lhe serve de ponto de apoio: trepa, salta, arrasta-se e finalmente, coberto de suor e fatigado, chega ao desejado vértice; e levantando seus braços aos céus, exclama cheio de alegria: Sempre venci.  Os companheiros, muitos fracos para vencerem as dificuldades do caminho não o puderam seguir senão com os olhos, mas neste dia ficara conhecido um atalho que só pode ser visto do alto da montanha. É por aí que desce, então, o viajante, depois que chegou ao alto da montanha e é por aí que ele se coloca a frente dos companheiros que ficaram no sopé da montanha e lhes diz: _ "Segui-se. Ele conduzirá a todos sem perigo e sem fadiga até o cimo, cuja conquista tanto lhe custara. Graças a ele a montanha agora já se tornou acessível. Todos os viajantes podem do alto admirar o famoso edifício, os paramos sublimes, os magníficos horizontes que dali se vislumbram."
Essa é a imagem de nossa ascensão às gloriosas paragens da imortalidade. O viajante que subiu primeiro ao monte é Jesus que atingiu a perfeição bem antes que nós, seguido de seus mensageiros ou missionários, onde se destaca Allan Kardec, que nos ensinou o caminho para também galgarmos o ápice. A cadeia de montanhas constitui as diversas religiões sacerdotais, o edifício antigo é a Revelação sobre a qual Jacó alicerçou toda a sua fé, as ervas suspensas aos flancos são as virtudes que nos conduzem ao amor a Deus e ao próximo; o declive representa as más paixões que atiram os homens ao precipício.
A escada de Jacó representa os dois mundos que se entrelaçam, são dois planos de vida que se mostram solidários um como complemento do outro, são duas humanidades que numa permuta de provas e afetos se declaram solidárias, são finalmente 'anjos' que descem a auxiliar outros que pelo esforço também se tornarão 'anjos'. Este sonho está sintetizado nas palavras de Jesus quando fala a Natanael: _ “Por eu te dizer que te vi debaixo da figueira, crês? - Em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.
Podemos ver também na profecia de Davi (Salmo 78:24 e 26): _ “O trigo desceu a terra e os anjos deram de comer aos homens”. Se o trigo é do céu não pode ser material e se os 'anjos' deram de comer aos homens essa profecia se cumpre hoje através do Espiritismo. Os Espíritos (anjos) em todos os pontos do mundo oferecem aos homens a Revelação, a Doutrina de Jesus, o 'pão dos anjos'.
A ascensão espiritual é o resultado da mesma lei do progresso material e da evolução intelectual. Uma força interior nos impede a subir o monte que já granjeamos na terra de valores perecíveis no sentido de vermos com mais eficiência as necessidades de nossos semelhantes.
Precisamos descer de nós mesmos e buscar os novos caminhos que devemos percorrer como servos do Cristo nos reunindo à companheiros que esposam os mesmos ideais, onde poderemos ser servidores, esforçando-nos para sermos úteis.
Ensina-nos a buscar a tua palavra Jesus para que nela possamos permanecer tornando-nos verdadeiramente seus discípulos e assim poderemos compreender com mais profundidade o “conhecereis a verdade e ela vos libertará”.
 
Fonte: "Parábolas e Ensinos de Jesus", de Cairbar Schutel
 

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