quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

LEMÚRIA E ATLÂNTIDA


«Poder-se-á perguntar por que motivo não são encontrados vestígios da Lemúria e da Atlântida ou, pelo menos, das civilizações que lá floresceram. Com efeito, em ambas as Raças se desenvolveram civilizações notáveis – por boas ou más razões –, descontando (e afastando, até, decididamente) os exageros ilusórios e sensacionalistas de certa literatura. A esta pergunta, respondeu o Mestre Koot-Hoomi, em 1882:


“Sem dúvida, os geólogos são muito eruditos; mas por que não levar em conta que, sob os continentes sondados e explorados por eles, em cujas entranhas eles encontraram a ‘era eocénica’ e a forçaram a entregar os seus segredos, pode haver, escondidos na profundeza dos insondáveis, ou melhor, dos insondados solos oceânicos, outros continentes muito mais velhos, cujos extractos nunca foram explorados geologicamente; e que eles podem algum dia derrubar completamente as suas teorias actuais… Por que não admitir – a verdade é que nenhum deles jamais pensou nisso – que os nossos continentes actuais, como a ‘Lemúria’ e a ‘Atlântida’, já foram várias vezes submersos e tiveram tempo de reaparecer de novo, produzindo os seus novos grupos humanos e civilizações; e que, na primeira grande transformação geológica, no próximo cataclismo – na série de cataclismos periódicos que ocorre desde o começo até ao final de cada Ronda – os nossos continentes que já passaram por uma autópsia afundarão, e as Lemúrias e Atlântidas se reerguerão? Pense nos geólogos futuros da sexta e sétima raças. Imagine-os cavando profundamente nas entranhas do que foi o Ceilão e Simla, e encontrando instrumentos dos veddhas [aborígenes do antigo Ceilão, actual Sri Lanka]; ou do remoto ancestral dos Pahari [povos montanheses que habitam a área sudoeste do Rio Ganges, na Índia] civilizados – cada objecto dos sectores civilizados da humanidade que habitaram essas regiões tendo sido pulverizado, transformado em pó, pelas grandes massas de geleiras em deslocamento durante o período glacial –, imagine-os encontrando apenas implementos grosseiros como os que são encontrados agora entre aquelas tribos selvagens; e declarando em seguida que durante aquele período o homem primitivo subia às árvores e dormia nelas, e sugava o tutano dos ossos dos animais, depois de quebrá-los (…) e saltando consequentemente para a conclusão de que, no ano de 1882 D.C, a humanidade era composta de ‘animais semelhantes ao homem’, de faces escuras, com barba, ‘com mandíbulas proeminentes e grandes dentes caninos pontiagudos’” (1).


(1) Cartas dos Mahatmas para A. P. Sinnett, Vol. II, pág. 112 (Editora Teosófica, Brasília, 2001). Na altura o Sr. Sinnett, a quem foi dirigida a carta de que foi extraída esta passagem, residia em Simla, na Índia (sendo editor do jornal Pioneer); daí a referência a essa cidade. Sobre o mesmo assunto, ver também O Budismo Esotérico, de A. P. Sinnett (Livraria Clássica Editora, Lisboa, 1916, págs. 107-8; Ed. Pensamento, S. Paulo, 1986, pág. 57).


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