quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ATRIBUTOS DA APRENDIZAGEM - JOÃO COUTINHO: PARTE IV

Nosso planeta, um ser vivo que se encontra num ponto do universo e reúne todas condições para que a vida se manifeste em toda plenitude, com imensa biodiversidade macroscópica e microscópica. A vida como a concebemos é uma feliz composição de misturas de elementos que compõem todo o planeta.
O planeta terra é um grande corpo de vibração e energia. Durante a vida, temos a oportunidade fantástica de contemplar a natureza, nossos sonhos, conquistas e alegrias que a vida nos permitiu para sermos felizes. Cada um de nós tem uma visão diferente da vida. Vemos que não precisamos apenas de comida, bebida, de calor humano, compreensão das pessoas e contatos físicos e amorosos. Precisamos saber e entender o porque estamos aqui, o seu significado e a sua importância.
Para valorizar o que somos e o que possuímos, é preciso olhar para o céu, refletir sobre o universo e admirar a beleza e a grandeza de tudo. À noite, percebemos um número infinito de estrelas e bilhões de planetas distribuídos pelo universo. É difícil entender o porque, até hoje, que a vida somente foi identificada no nosso planeta.
Diante desta sina, rogamos e procuramos responder com o mais puro tato as sementes que a natureza nos permite plantar. As montanhas, os pássaros, os rios e cachoeiras, as belezas naturais que nos cercam faz cairmos em um profundo mar de reflexão e concepções. Contemplamos a natureza, com forte emoção que leva nos acreditar numa existência divina, que protege e seja responsável pela criação.
E mesmo assim, não entendemos, quando lemos ou escutamos o noticiário sobre a fome e a pobreza, as guerras, florestas derrubadas, destruição da camada de ozônio, armas nucleares, poluição e mudanças climáticas, efeito estufa, epidemias e mesmo acreditando num mesmo Deus o preconceito reina sobre nossa espécie. Este planeta abriga uma enorme diversidade de espécies da qual poderíamos dizer que somos irmãos e filhos de uma mesma essência, entretanto, porque destruímos o que temos o privilegio de conviver?
É neste ponto, vivendo sobre muitas atribulações, religiões, filosofias e concepções que um quarto atributo para aprendizagem é necessário, aprender a ser. Esta importância é diretamente ligada ao conhecimento energético universal que é cosmicamente integrado a cada ser individualmente.
Somos todos energia e todas as coisas também são energia. Quando tocamos algo, deixamos nossas impressões energéticas, porque carregamos as digitais que identifica cada um como espirito integrado ao nosso mundo. Estas impressões podem ser lidas, ou melhor, sentidas por um sensitivo que tenha desenvolvido esta capacidade. Ao simples fato de tocar pode sentir qualquer objeto que segure a mão. Processo conhecido como psicometria.
Todo aprendizado e conhecimento se dão a partir do momento ou que o individuo como parte deste universo vibra na freqüência especifica das idéias e dos conhecimentos já existentes. Na natureza podemos encontrar respostas de muitas de nossas perguntas. Por isso, as escolas iniciaticas afirmam que a idéia emitida por um homem é capaz de criar um tipo de energia, uma força que o circunda dentro dele mesmo em harmonia com a natureza e o universo.
Assim o ser humano não é e, nem será no mais rêcondido de si, um homem solitário. Ele existe, queira ou não, concretamente integrado com todas as manifestações da natureza e do universo. Por isso, o conhecimento que adquirimos e construímos durante toda nossa existência sempre fazerá parte de um legado único de todo um povo. O conhecimento é a busca comum da integração, o agir e o fazer, o aprender para poder ensinar e por fim ser, no universo e na natureza.
Segundo alguns livros milenares, existem verdadeiros canais de energia circulando não só pelo corpo humano, como por todo organismo vivo. Desta forma, a postura e o caráter são também responsável pelo redimensionamento energético do homem, isto significa, que para aprender a ser o homem deve passar por um redimensionamento de suas formas sociais de vida, comportamento e pensamentos.
Para isso, há necessidade de repensar o processo de conhecimento e aprendizagem, refazer a síntese que tem da vida e das pessoas que se encontram ao seu redor, conciêntizar o que foi feito e no que pretende fazer no futuro, reencontrar-se consigo próprio e direcionar-se a um só objetivo. A paz e harmonia entre os seres humanos.
É neste prisma que todo processo de aprender a ser fica preso no campo da filosofia. É muito fácil falar e argumentar sobre como o homem deve-se comportar. É cômodo falar da “Paz mundial”. Acostumamos acreditar que Deus é um cidadão da família e nada nos faltará. Às vezes achamos que determinadas coisas só acontecerão com os outros e nunca conosco. Acreditamos que a providencia irá nos acompanhar e a benevolência divina escutará nossas preces.
Infelizmente tanto os chamados Mestres e alunos também são cúmplices de uma certa “preguiça de pensar”. É mais fácil decorar fórmulas e aplica-las quando necessária. Praticar o raciocínio indutivo e dedutivo é muito mais penoso e difícil. Porém é natural seguir velhas tradições, principalmente aquelas que sempre funcionaram, mas também é necessário buscar formalizar aquilo que já foi descoberto, entender e depois de adquirir o conhecimento já formalizado, construir um novo conhecimento.
Assim muitas tradições superaram guerras, especulações, falsificações e mentiras durante anos. Foi assim, por exemplo, que a alquimia chinesa e persa influenciou toda África, principalmente na dinastia Fon, cujo conhecimento de magia e cura praticada durante esta dinastia influenciaram o que chamamos hoje de Candomblé aqui no Brasil.
Toda ou qualquer tradição, ritual e conhecimentos antigos partiram de uma única criação, da imaginação. Antes mesmo que qualquer conhecimento pudesse ser comprovado ele foi primeiramente imaginado. A imaginação é o poder criador e produtor do conhecimento.
Através da percepção conciencial e da interpretação do que está ao nosso redor, a imaginação registra as formas de vibrações e ondas de pensamento, postas em movimento por forças exteriores, do mesmo modo que o aparelho de rádio e televisão capta as vibrações do som. Segue aqui um principio conhecido por telepatia.
A telepatia não significa apenas a capacidade de captar ondas e vibrações de pensamentos dos outros. É através deste principio que todas as coisas e pessoas que estão ao nosso redor nos enxergam. O principio da telepatia e a lei da atração explica muitos fracassos e ensina-nos a conhecer a si próprio.
Veja bem, estou dizendo conhecer a si mesmo e não algo dentro de nós, como por exemplo, a imaginação. A imaginação é a única coisa que temos controle, ela pode formar idéias, arte e construções. A imaginação tanto é interpretativa como criadora. Os chamados estalos ou inspirações, momentos que chamamos de intuição, todos passam pela imaginação. Na realidade a imaginação é aquilo que os mestres antigos diziam que antes de fazer é preciso crer, ou seja, “antes de fazer é preciso imaginar”.
Em tudo envolve a crença. Um ateu, por exemplo, acredita que Deus não existe, acredita que tudo isso é uma baboseira, acredita que é preciso ver, fazer e provar para ser verdadeiro, ou seja, acreditar é à base de todo conhecimento. Para aprender a ser é preciso primeiro acreditar, ou seja, aprender a fazer uso da imaginação.
Por esse motivo, Blake dizia “aquele que deseja e não age procria a peste dentro de si”. Porque o problema não está apenas no desejo, mas a força que a imaginação pode criar ao abafar este desejo. Uma energia interna abafada, buscando uma expressão apropriada com finalidade criativa é o mesmo que uma bomba próxima para explodir. Um desejo somente pode ser reprimido se ele for fraco.
Desta maneira, alguns mestres procuravam viver num mundo sem desejo para poder aprender a ser. Como tudo é energia, uma energia reprimida e presa dentro de si pode gerar distúrbios no corpo energético. O que hindus, chineses, árabes e turcos chamam de acúmulo de “energia negativa”.
Na realidade a física moderna não reconhece a existência desta tal “energia negativa”, porque jamais foi possível medi-la, observa-la ou identificar tal energia, ou seja, energia é sempre energia. A popularização da energia negativa entre os chineses e no mundo ocidental possui o significado na qual diz que a energia absorvida por aquela pessoa não é boa provocando doenças e desequilíbrio energético.
O que poucas pessoas sabem é que este conceito nasceu da antiga alquimia chinesa que dizia existir uma luz que fosse contrária à luz visível chamada luz negativa ou fria. Além da luz visível provinda do sol e de outras fontes como das radiações invisíveis já conhecidas como as ondas de rádio, infravermelhos e ultravioleta, chegam até nós inúmeras partículas cósmicas minúsculas e desconhecidas que emitem luz.
Eles acreditavam na existência de uma luz invisível que possuía um tipo de ondulatória e formação contrária a da luz conhecida, batizada como luz negativa. Aceitar uma luz que não se enxerga já que a luz talvez parecesse preta e que, ao invés de repelir pode atrair e de esfriar ao invés de esquentar dificilmente seria aceita pela alquimia ocidental e pela física moderna. Apesar de que hoje a física, precisamente no campo da eletricidade, reconhece a existência de uma luz negativa, conhecida como luz violeta e a luz fluorescente como luz fria. Mesmo assim não possui o mesmo significado com a qual a energia negativa acabou–se popularizando.
Tudo isso significa que para aprender a ser é preciso compreender que tudo obedece a uma certa simetria. O amor, por exemplo, é a magia de todos os seres, entretanto, uma pessoa que ama pode fazer qualquer coisa por este amor, como poder matar, roubar e lutar por ele. Seja este amor uma pessoa, a pátria ou seus próprios filhos. O amor obsessivo é capaz de destruir e não construir como é o conceito primordial da palavra amor.
É o que acontece com o revivalismo que se manifesta em qualquer grupo de pessoas. Uma pessoa por mais boa e correta que seja pode ser vítima do revivalismo. O revivalista surge de várias maneiras, afinal o revivalismo é uma conseqüência de um grupo de mentes pensado numa mesma coisa.
Por isso, uma pessoa, considerada correta e de boa índole pode manifestar ensaios do revivalismo em alguns momentos de sua vida. Um exemplo, para que o leitor entenda, um homem chega próximo a um grupo onde estão se discutindo futebol, enquanto o grupo é formado por pessoas que torcem por um mesmo time. A conversa segue até que num bom ritmo, ou seja, o grupo está reunindo com a mesma força mental, quaisquer discussões sempre serão entendidas como parte do bate papo. Se alguém falar mal do técnico ou de um jogador é entendido como insatisfação do torcedor. Mas vamos agora dizer que este homem torce por um outro time rival e de supetão diz que o técnico e o time inteiro não prestam. O que aconteceria com ele seria um produto do revivalismo. Pessoas boas e de bom caráter poderiam fazer o que não queriam e depois diriam que estavam de sangue quente.
Assim pessoas morrem em estádios de futebol, no trânsito, em guerras, como homens bombas por defender sua pátria e outras coisas. Tudo como produto do revivalismo. O revivalismo então é um produto da mente que em harmonia com outras mentes afins funde-se para um mesmo pensamento, seja por destruição ou por uma nova filosofia. O revivalismo é muito comum nas igrejas sensacionalistas, onde a pessoa envolvida com o processo revivalista sente todo tipo de sensação, como tremor no corpo, desmaios, choros convulsivos, gritos e desmaios e uma vontade enorme em dizer a todo mundo que conhece a verdade.
O que na realidade quero dizer com estes exemplos do revivalismo é que sobre as sombras da criatividade, do amor e da produtividade é necessário conhecer os excessos na ordem, para alcançar o equilíbrio. Porque diante de tudo isso possuímos os olhos do fogo, as narinas de ar, a boca de água, o corpo da terra, ou seja, somos seres quaternários, sujeitos à verdade da carne. Portanto, como seres quaternários além de vivermos em ascensão espiritual, também, buscamos uma evolução como ser humano.
Portanto aprender a ser é um passo complicado, por esse motivo, julga-se possível apenas no campo filosófico. Aprender a ser é compreender não somente a si, mas as pessoas que convive consigo. É se estender diante da natureza sentindo sua energia e, entender que somos seres integrados com o todo. A faculdade necessária para discernir é saber ouvir a intuição. Aqui deixo um exercício para aprimorar a intuição, também escolhida dentre vários, por não se tratar de um ritual.

Intuição

Relaxamento: Num ambiente tranqüilo deite-se ou sente de maneira que fique a vontade. Respire profundamente e devagar. Procure eliminar qualquer pensamento desagradável que venha em sua mente. Mas não expulse todos seus pensamentos, entretanto procure o máximo possível de aquietar um pouco sem exagerar para não provocar uma rigidez mental.
Concentração: Este exercício pode ser feito de olhos bem abertos ou de olhos fechados. Se fizer de olhos abertos, mantenha-os em um ponto fixo, não de forma rígida, mas relaxadamente. O foco principal de concentração e “olhar para dentro” mentalmente, não fisicamente.
Comportamento: Não precisa ficar imóvel, se quiser escute uma música instrumental de seu agrado. Não se esforce para ficar imóvel, parado e rígido como uma estátua meditando. A imobilidade física até pode ajudar, mas tenha cuidado para não ficar rígido a musculatura.
A Prática: Deixe seus pensamentos fluir sem estar conscientemente escolhido por você, não se prenda a nenhum, deixe fluir. Seja amável com sua casa mental. Se perceber que não está conseguindo ficar quieto e começar ficar agitado, seja por falta de hábito ou por estar com uma certa tensão muscular ou mental acumulada, faça uma pausa e se distraia com outras coisas, forçar seria uma violência consigo mesmo. Retorne mais depois com o exercício. Procure perceber sua energia interna, como é seu fluxo e o que sente em relação a ela. Caso sinta sono, deixe-se dormir, não se preocupe e, se sonhar, anote este sonho e tente compreende-lo, pois você pode estar querendo dizer algo para você mesmo. Pratique por vários dias e observe o que acontece.




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